Maiara*
Acordei e a mulher que se diz minha mãe estava no meu quarto, ela sorriu quando me viu acordada e se aproximou da minha cama.
Eu tenho tantas perguntas, tantas dúvidas mas não consigo perguntar, não me sinto a vontade, ontem quando todas aquelas pessoas entrarem eu queria muito pedir pra saírem, é estranho demais ver todo mundo te olhando e você não se lembrar de quem são.Almira: Bom dia meu amor, como você está.
Eu: Bem.
Almira: A enfermeira veio aqui e disse que já trás seu café. - Não respondi e fiquei olhando pro teto.
Xx: Com licença, Bom dia mocinha.
A enfermeira veio trazer o meu café da manhã e me perguntou como eu estava, disse que estava normal e ela se foi, comecei a tomar o meu café da forma mais lenta possível, eu não tenho assunto com essa mulher que insiste em sorrir pra mim e me chamar de filha.
Terminei o meu café da manhã e voltei a me deitar, se o clima tá estranho aqui, imagina quando eu for pra casa, e se eu nunca me lembrar, não lembrar quem eu sou, o que gosto de fazer, quem são meus amigos.Almira: Sei que pra você sou uma estranha no momento, mas saiba que tem total liberdade pra perguntar o que quiser.
O que eu queria mesmo é ficar sozinha, mas não quero ser grossa e mandar ela embora, talvez ela possa me dizer coisas que me ajudem a lembrar.
Eu: Como eu sou, o que gosto de fazer. - Ela sorri e começa a falar.
Almira: Digamos que você seja a popular da escola, tem bastante amigos e os ama muito. Você e a Maraisa são bem diferentes, você é vaidosa, gosta de se arrumar, independente do lugar, sempre vai bem arrumada, é estudiosa e muito inteligente. Adora festas, inclusive estava voltando de uma quando o acidente aconteceu, Maraisa e o Fernando estavam juntos, Fernando é o seu namorado, ele que estava dirigin...
Eu: Sabe quando eu saio daqui?
Almira: Preciso perguntar pro médico.
Percebi que ela ficou meio assustada com a forma que eu a interrompi, eu não quero saber de Fernando, quero saber de mim.
Eu: Sabe me dizer o que quero ser?
Almira: Médica, você e o... - Acho que ela ia falar do Fernando mas percebeu que eu não quero saber dele. - Você sempre disse que quer ser médica.
Eu: Médica?
Almira: Sim, a uns três anos você decidiu que faria medicina.
Que estranho, isso tudo é muito estranho, ela me disse todas essas coisas e eu não consigo me lembrar de nada, não me vejo sendo médica e muito menos a popular da escola cercada de amigos.
Xx: Com licença senhora, tem alguém lá em baixo querendo visitar a paciente, a senhora precisa descer.
Almira: Tudo bem, já estou indo.
A enfermeira se retira e ela se levanta, vejo que ela está meio receosa de vir até mim e sei que quer me abraçar.
Eu: Pode vir. - Ela sorri com os olhos marejados e me abraça.
Almira: Mais tarde eu volto pra ficar com você, a Maraisa tá na escola agora, aí ela vem comigo e vocês conversam.
Eu: Tá bom.
Almira: Tchau meu amor.
Ela sai do quarto e eu fico pensando em quem pode estar lá em baixo, se a Maraisa está na escola, só pode ser meu pai, mas por que ele não veio com ela mais cedo? Talvez estivesse ocupado.
Alguns minutos se passaram e eu vi o tal de Fernando entrar, era só o que faltava.
Fer: Oi, posso entrar? - Dou de ombros e ele continua na porta. - Se quiser eu posso ir embora e peço pra Dona Almira voltar.
Eu: Pode entrar.
Eu preferia mil vezes ficar sozinha, mas também não quero ser grossa e mandar ele ir embora, se ele é ou era meu namorado com certeza vai ficar chateado se eu o mandar embora.
Fer: Como você tá? - A vontade de revirar os olhos é grande mas me contive.
Eu: Estou bem.
Fer: O médico disse quando vai pra casa?
Eu: Não.
Fer: Imagino que esteja odiando ficar aqui, você não gosta muito de hospitais.
Eu: Difícil dizer se eu gosto ou não, quando não me lembro de nada.
Fer: Eu sinto muito.
Ele olha pro chão e eu continuo em silêncio, vejo seu braço engessado e me lembro que a minha mãe disse que ele estava junto no acidente.
Eu: Por que? - Ele me olha confuso.
Fer: Por que o que?
Eu: Por que sente muito? - Ouço ele suspirar.
Fer: Por que eu estava dirigindo, deveria ter prestado atenção no trânsito, deveria ter cobrado de você que colocasse o cinto de segurança, você nunca usa.
Eu: Como o acidente aconteceu?
Fer: Estávamos voltando da festa da sua amiga Melissa, já estava amanhecendo e um caminhão bateu na gente, você estava sentada de pernas cruzadas no banco, de frente pra mim e cantando, aí na hora veio parar no meu colo e bateu a cabeça na porta.
Eu: E o cara do caminhão?
Fer: Fugiu, meu pai disse que ele não tinha habilitação, o caminhão era roubado e ele estava alcoolizado pois tinha garrafas de bebidas no caminhão.
Eu: E o seu carro?
Fer: Esta no concerto.
Eu: Danificou muito?
Fer: Não é o carro que me preocupa no momento.
Eu não sabia o que responder então fiquei calada, eu sabia que ele estava se referindo a mim e não sabia o que dizer. Não sei o que vai ser de mim, não sei se vou recuperar a memória e não quero prender ele a mim, não posso fazer isso, seria muito egoísmo da minha parte.
Eu: Você se importa se eu pedir pra você ir? Quero ficar sozinha.
Fer: Tudo bem, eu entendo, sei que está confusa e assustada. - Vejo ele se levantar. - Se não se importar eu volto mais tarde com a Maraisa ou amanhã.
Eu: Acho melhor não, pelo menos por enquanto. - Consegui ver a decepção nos olhos dele, mas eu não senti nada com isso.
Fer: Sem problemas, se precisar de algo pede pra Maraisa me ligar, fica bem tá.
Ele sai do quarto e eu respiro aliviada, finalmente fiquei sozinha, sem ninguém me olhando com pena. Apertei o botão que chamava as enfermeiras e quem apareceu foi o médico, que ótimo.
Dr: Bom dia Maiara, está se sentindo bem? - Que ódio, quantas vezes vou precisar responder essa pergunta?
Eu: Quando vou sair daqui?
Dr: Não respondeu minha pergunta. - Reviro os olhos.
Eu: Estou!
Dr: Que bom, vou fazer mais alguns exames em você e amanhã você vai pra casa.
Eu: Tá bom.
Dr: Esta sozinha? Ninguém veio te ver?
Eu: Minha mãe esteve aqui e o garoto que se diz meu namorado, mas eu pedi pra ele ir embora.
Dr: Está confusa né, mas as vezes é bom estar com pessoas próximas a você.
Eu: Minha irmã e minha mãe vem mais tarde.
Dr: Que bom, vou sair, qualquer coisa é só chamar tá.
Eu: Tá bom.
Ele saiu e eu continuei deitada olhando pro nada, minha cabeça estava doendo então chamei a enfermeira e ela me deu um remédio, acabei pegando no sono e acordei não sei quanto tempo depois ouvindo vozes no meu quarto.
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Em Busca Do Meu Passado ( PAUSADA )
FanfictionMaiara e Fernando são dois jovens apaixonados, ambos no último ano do ensino médio e são o casal mais popular da escola. Eles estão juntos desde o primeiro ano do ensino médio e se amam muito, apesar do jeito difícil de lidar que os dois tem eles se...