Capítulo 38

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Maiara*

Já fazem dois dias que eu me mudei pra São Paulo e ontem comecei o meu expediente, eu estava super animada e nervosa ao mesmo tempo, mas não via a hora de sair por aí e fazer o que eu gosto.

Flashback*

Tomei um café leve e chamei um Uber pra me levar até o trabalho, chegando lá encontrei uns parceiros que vieram comigo de Goiânia e os cumprimentei.

Eu: Bom dia gente. - Taisa e Henrique são meus parceiros desde que entrei na polícia, prestamos o concurso juntos e sempre demos forças um ao outro.

Taisa: Oi Mai, esse é o Braga, vai te acompanhar nas rondas.

Meu Deus esse homem é muito bonito, olha só esses braços, imagina ele me pegando de jeito, que delícia.

Eu: Olá, muito prazer. - Estendi a mão pra ele e ao invés de me dar um aperto de mão ele a beijou, além de lindo é carinhoso.

Braga: O prazer é todo meu, seja bem vinda.

Henrique: A gente vai indo nessa, nossas viaturas já estão prontas e nossos parceiros já estão lá fora.

Eu: Bom trabalho gente.

Taisa: Pra você também. - eles saíram e me deixaram ali sozinha com o tal do Braga.

Braga: Tudo bem pra você trabalhar com um desconhecido? Se você preferir podemos trocar.

Eu: Não tem problema nenhum, tá tudo bem.

Braga: Que bom, vamos nessa?

Eu: Sim.

Entramos na nossa viatura e como eu ainda não conheço nada por aqui o Braga foi dirigindo, ele é muito respeitoso e simpático, com certeza foi criado por pais incríveis, pois não é qualquer um que tem essa educação.

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Perdida nas lembranças de ontem eu quase deixei meu almoço queimar, hoje eu entro as seis da tarde e sairei as seis da manhã, tô mais animada que ontem, não vejo a hora de começar as rondas.
Almocei e depois de lavar a louça fui pra sala, o delegado lá de Goiânia me enviou um arquivo sobre um concurso para preencher a vaga de um delegado aqui de São Paulo, ele sabe sobre a minha vontade de crescer então me enviou o arquivo e eu prontamente me inscrevi.
Passei a tarde conversando com a Maraisa e contando sobre como foram meus dias aqui até agora, contei sobre meu parceiro e ela ficou dizendo que eu deveria dar uma chance pra ele, vê se pode, eu acabei de conhecê-lo.
Chegando no trabalho fui ao encontro do Braga e a cada dia que passa ele consegue ficar mais bonito, a mulher que ficar com esse cara terá sorte.

Braga: Boa tarde, preparada pro turno?

Eu: Boa tarde, super preparada.

Braga: Que bom, vamos?

Eu: Sim, só vou pegar um café.

Fui até a cozinha e peguei um café, em seguida fomos pra nossa viatura e iniciamos a nossa ronda. As primeiras horas foram tranquilas, até que recebemos um chamado para um possível assalto em um bar na zona sul. Assim que chegamos lá eu pude ver um dos bandidos entrando no local, desci do carro e vi outras viaturas chegando atrás da gente.
Braga se posicionou ao meu lado e sacou a arma, fiz o mesmo e o acompanhei até o interior do estabelecimento, dei uma analisada geral pelo local e vi que havia outro assaltante lá dentro, e ele estava fazendo um cara de refém.
Sabe quando você sente um baque tão grande que você sente que tudo ao seu redor parou, você sente o chão sair dos seus pés e nada mais faz sentido? É assim que eu estou me sentindo, não pode ser, depois de anos procurando por notícias eu encontrar ele justo aqui, sendo refem de um assaltante.

Voltei a realidade e respirei fundo, não posso me distrair agora, tem dois assaltantes armados na minha frente e existem vidas em perigo, e uma delas eu não estou nem um pouco afim de perder, não agora que o reencontrei.

Eu: ABAIXEM AS ARMAS AGORA, VOCÊS ESTÃO EM MINORIA, NÃO TÊM O QUE FAZER.

Xx: Abaixa a arma vocês, ou eu atiro nesse idiota aqui.

Eu: Atira nele que eu acabo com você, você acha que vai ter alguma chance se machucar alguém aqui?

Xx: Eu prefiro morrer do que ser preso.

Eu: EU NÃO VOU FALAR DE NOVO. - o outro rapaz abaixou a arma.

Braga: Vamos fazer o seguinte, todo mundo abaixa as armas, você solta ele e a gente negocia.

Enquanto o Braga falava com ele eu só conseguia olhar pro Fernando, ele está tão lindo, tão charmoso, meu Deus eu ainda sou apaixonada por esse homem.

Xx: Você acha que eu sou idiota? Eu não acredito em vocês não.

Braga: Nós não queremos machucar vocês.

Vi um dos policial cercar eles por trás, provavelmente ele entrou pela porta dos fundos e por isso ninguém percebeu, enquanto o Braga ainda conversava com os meninos eu fui me aproximando lentamente pra tentar ajudar o policial pois ele não conseguiria abordar os dois sozinho. Dei um sinal pra ele esperar mas o idiota não me obedeceu e agarrou o braço do assaltante que estava fazendo o Fernando de refém. Foi tudo muito rápido, o rapaz se assustou quando o policial o pegou e disparou a arma na minha direção, acertando na minha barriga.
Com o impacto eu acabei caindo no chão e não consegui prestar atenção em mais nada a não ser na dor insuportável no meu abdômen, ouvi mais dois tiros e fechei os olhos. Pressionei as mãos no meu ferimento na tentativa de estancar o sangue e mas a dor só piorou, foi então que vi o Fernando se ajoelhar ao meu lado e analisar o ferimento.

Fer: Me deixa ver se a bala entrou e saiu. - Ele me virou e eu quase gritei de dor, depois me colocou deitada novamente e me olhou nos olhos. - A bala não saiu, precisamos levar ela pro hospital. - Vejo ele gritar de forma desesperada pra alguém enquanto tira sua camisa e coloca em cima do ferimento.

Xx: Já estou ligando e pedindo uma ambulância. - um rapaz que estava na mesa ao lado dele disse.

Fer: Fica calma, você vai ficar bem, eu vou cuidar de você. - Eu não conseguia falar nada, estava com dor mas também estava sem reação por estar frente a frente com o homem que eu amo.

Braga: Maiara você tá bem? Fica calma tá, a ambulância já está chegando.

Eu: Eu tô bem.

Fer: Você levou um tiro, não está bem. - Voltei minha atenção pra ele e me perdi no seu olhar.

Logo ouvi a ambulância chegando e os paramédicos se aproximaram, o Fernando se levantou mas não saiu do meu lado em nenhum momento, ele ajudou os paramédicos a me colocar na maca e me levou até a ambulância.

Fer: Eu vou com ela, Tomas me encontra no hospital.

Xx: Mas amor, você não está no seu horário de trabalho, tem outros médicos lá.

Fer: Ela se arriscou pra salvar a minha vida, e eu não vou perder outra paciente hoje.

Então ele tem alguém? Mas é claro que sim, até parece que ele iria me esperar, só se ele fosse muito burro. Na verdade a burra fui eu por acreditar que ele passaria esses anos me esperando e sofrendo por mim, eu também deveria ter seguido a minha vida e me dado uma chance de ser feliz.

Em Busca Do Meu Passado ( PAUSADA )Onde histórias criam vida. Descubra agora