Capítulo 37

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Fernando*

Acordei cedo pra mais um plantão e fui direto pro banho, gosto de tomar banho gelado pois assim eu me desperto melhor. Quando sai do banho me deparei com a Viviane arrumando a cama, na noite passada saímos pra jantar e decidimos dormir aqui na casa dela, fui até ela e lhe dei um selinho e desejei bom dia.

Viviane: Oi meu amor, vai se arrumando que eu vou fazer o café rapidinho.

Eu: Não precisa amor, eu como alguma coisa no caminho.

Viviane: Eu faço questão, é rapidinho.

Dei mais um selinho nela e ela saiu do quarto, me vesti, arrumei o cabelo e peguei minha bolsa, peguei o celular, a carteira e a chave do carro e sai do quarto, assim que cheguei na cozinha pude sentir o cheiro maravilhoso do café dela, essa mulher cozinha demais.

Eu: Eu amo o cheiro do seu café.

Viviane: Eu sei que gosta, por isso faço questão de fazer pra você.

Eu: Te amo.

Viviane: Também te amo.

Nos sentamos e tomamos café conversando sobre o trabalho e ela me propôs da gente sair hoje a noite, uns amigos do trabalho nos chamaram pra um barzinho e eu disse pra ela confirmar, adoro esses encontros com nossos amigos.

Eu: Vou indo nessa, tchau meu amor.

Viviane: Tchau, bom trabalho, até mais tarde.

Dei um beijo nela, peguei minhas coisas e sai da casa dela, geralmente nossos horários não são os mesmos e eu odeio isso, quando eu entro mais cedo ela entra mais tarde ou vice e versa, o bom é que hoje ela está de folga então da pra gente sair.
Cheguei no hospital e fui logo vestindo meu jaleco, peguei meus prontuários e pelo visto hoje o dia vai ser longe.
Eu me especializei em cirurgia geral, amo o que faço mas tem horas que saio daqui esgotado, depois de passar quase a manhã toda atendendo os pacientes decidi fazer uma pausa pra almoçar, na verdade eu fui numa lanchonete que fica em frente ao hospital e comi qualquer coisa, depois voltei pro hospital mas fiquei no meu carro enquanto não dava o horário de voltar.
Ali sozinho, me vi pensando na Maiara, por onde será que ela anda, será que tem alguém, será que me esqueceu? Me desfiz dos meus pensamentos e fui responder a Viviane que estava me perguntando se o rolê de hoje estava de pé.
Tive que voltar mais cedo que o previsto pois chegou uma família que sofreu um acidente de carro, assim que entrei em uma das salas eu me assustei com o que vi, a mulher que provavelmente deve ser a mãe estava muito machucada.

Eu: Qual o caso?

Xx: Mulher, aparentemente 40 anos, sofreu um acidente de carro. Não responde a nenhum chamado, teve duas paradas cardíacas desde o local do acidente até aqui.

Eu: Há sinais de hemorragia?

Xx: Sim, no tórax e provavelmente no cérebro.

Eu: Preparem uma sala de cirurgia, chama por favor um cardiologista e o neuro.

Enquanto levavam a paciente pra sala de cirurgia eu fui me preparar pra cirurgia, encontrei o Tomas no caminho e fomos juntos pra cirurgia, ele é cardiologista e meu melhor amigo.

A cirurgia foi longa e nada fácil, durante a cirurgia a paciente teve mais uma parada cardíaca e não conseguimos reanimar, ela teve também morte cerebral e infelizmente não havia muito o que fazermos, eu e os outros dois cirurgiões conversamos com o marido que era o mais estável e ele concordou em desligar os aparelhos, segundo ele, a mulher não ia querer ficar em uma cama por tempo indeterminado então preferiu não prolongar o sofrimento dela.

Eu saí de lá arrasado, fui pra um quartinho e chorei pela morte da minha paciente, odeio quando isso acontece, mas não gosto que vejam a minha sensibilidade, pra muitos aqui isso é sinal de fraqueza.
Depois de me recuperar eu voltei ao trabalho e segui minha vida normalmente, no final do expediente passei no quarto do marido da minha paciente e conversei um pouco com ele, depois fui ver a filha deles e então fui pra casa.
Eu não estava nem um pouco a fim de sair, mas não vou furar com o pessoal, assim que cheguei em casa tomei um longe banho e me arrumei, depois de pronto liguei pra Viviane e disse que em alguns minutos eu passaria para pegá -la.

Viviane: Oi amor, como foi o trabalho?

Eu: Péssimo, perdi uma paciente hoje, esposa e mãe de uma menina de 11 anos.

Viviane: Eu sinto muito, sei como fica quando isso acontece, quer desmarcar?

Eu: Não precisa, já está pronta?

Viviane: Sim, só vou pegar minha bolsa e o celular.

Eu: Você está linda, vou te esperar aqui. - Ela sorri com o meu elogio e vai buscar a bolsa.

Chegamos no bar e nossos amigos já esgavam lá, fomos até eles e os cumprimentamos.

Tomas: Dia difícil hoje né cara.

Eu: Nem me fala, mas vamos mudar de assunto, não quero pensar nisso.

Andreia: Melhor mesmo, o que vai beber?

Viviane: Eu quero uma cerveja, e você amor.

Eu: Cerveja também.

Pegamos nossas bebidas e aproveitamos muito bem a noite, conversamos sobre várias coisas, Tomas me contou que pediu a Andreia em casamento e não convidou para sermos padrinhos, Viviane até chorou de felicidade e eu fiquei muito feliz também com o convite.
Estávamos todos distraídos, só tinha a gente e mais duas mesas ocupadas, o bar estava praticamente vazio até que fomos surpreendidos por dois homens armados entrando no bar, a gritaria começou e eu só pensei em abraçar a Viviane e esconder ela atrás de mim.
Os bandidos apontaram a arma pra gente e disse para a todos colocarem a carteira em cima da mesa, um deles ficou vigiando enquanto o outro passava de mesa em mesa recolhendo as carteiras, depois ele foi até o caixa e apontou a arma pros funcionárias do local.
Ouvi o barulho da polícia e senti um certo alívio, o que estava ao lado de fora se desesperou e gritou pro parceiro dele.

Xx: Vamos logo, a polícia tá chegando.

Xx: Espera aí, tô terminando aqui. - Dito isso ele veio até a nossa mesa e me olhou. - Me dá os celulares.

Viviane me abraçou mais ainda e começou a chorar, o Tomas ia entregar o celular dele mas eu o impedi.

Eu: Você já pegou nossas carteiras, vai embora logo, a polícia tá chegando aí.

Xx: Cala a boca, quer levar um tiro? Passa o celular.

Vi as viaturas pararem em frente ao bar e os policias descer da viatura, senti o idiota do meu lado me puxar e me fazer de refém, Viviane chorou mais ainda e eu me senti um inútil por não poder fazer nada para acalmá-la.
O bandido ao lado de fora entrou no bar e ficou ao meu lado, os policiais entraram no bar e eu parelizei quando vi quem estava na minha frente, não pode ser, ela tá tão linda, ainda mais vestida assim.

O bandido ao lado de fora entrou no bar e ficou ao meu lado, os policiais entraram no bar e eu parelizei quando vi quem estava na minha frente, não pode ser, ela tá tão linda, ainda mais vestida assim

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No próximo capítulo tem reencontro mafe

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