Capítulo 34

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Maiara*

Maraisa chegou da escola e veio até o meu quarto, eu ainda chorava e então ela me abraçou, ainda estávamos sem nos falar mas ela passou por cima disso e cuidou de mim.
Contei a ela como me sentia e ela disse que entendia mas que eu deveria conversar com o Fernando.

Mara: Por que você tá resistindo tanto?

Eu: Deve ser raiva.

Mara: Raiva de quem?

Eu: De todo mundo, daquele desgraçado que bateu na gente, a polícia incompetente que não fizeram nada até agora, os pais do Fernando.

Mara: Os pais do Fernando?

Eu: Sim, por terem levado ele embora.

Mara: Então você entende que ele não teve culpa né?

Eu: Agora eu entendo, mas mesmo assim, namoro a distância não da certo.

Mara: E você não quer nem tentar?

Eu: Eu não vou conseguir, a gente sempre se via o tempo todo, agora ele está em outro estado, não sei se consigo.

Mara: Vá a esse encontro, conversa com ele e vocês dicidem o que vão fazer, vocês não querem se tornar médicos e abrir um consultório juntos?

Eu: Não quero mais fazer medicina, vou ser policial.

Mara: Você policial?

Eu: Sim, quero ser melhor que esses imbecis que não resolvem nada.

Mara: Huum que legal, eu advogada e você policial, gostei.

Continuamos conversando por um bom tempo até ela dizer que iria almoçar, eu me deitei na cama e acabei pegando no sono, acordei com a Maraisa invadindo o meu quarto.

Mara: Você não vai ao encontro?

Eu: Que horas são?

Mara: Seis e dez, anda logo.

Me levantei da cama as pressas e fui correndo pro banheiro tomar um banho, me lavei rapidinho e me troquei mais rápido ainda, escovei os dentes e sai de casa com a Maraisa.

Mara: Anda logo.

Eu: Calma, quer que eu corra?

Mara: Sim, o voo dele sai as sete. - Merda!

Eu: Você acha que ele ainda tá lá? Estamos atrasadas, e se ele já foi embora?

Mara: Pensa menos e anda mais.

Corremos até a pracinha e eu o procurei em todos os lugares mas ele não estava mais lá, me sentei em um banco e comecei a chorar, cheguei tarde demais.

Mara: Eu sinto muito irmã.

Eu: Liga pra ele, fala pra ele me esperar no aeroporto, eu vou lá.

Mara: Você excluiu o contato dele do meu celular esqueceu.

Eu: A mãe tem, vamos lá.

Sai correndo de volta pra casa com a vista embaçada pelas lágrimas, a Maraisa seguia correndo também e assim que entramos em casa eu fui até a minha mãe e pedi o celular dela de uma forma desesperada, fazendo ela se assustar ao ver o meu estado.
Tento ligar pra ele mas dizia que não era possível completar a chamada, tentei mandar mensagem no Whatsapp mas ele bloqueou a minha mãe.

Mara: Ele deve ter pensado que você não quis ir.

Eu: Mas eu fui, pai me leva no aeroporto? - Eu chorava de forma desesperada e eles me olhavam com pena.

César: Filha a essa hora ele já deve ter embarcado. - Olho no relógio e já estava quase dando sete horas, até chegarmos lá ele já teria embarcado.

Subi pro meu quarto e me tranquei lá por horas, eu só conseguia chorar e pensar que agora o perdi pra sempre. A essa altura ele deve estar morrendo de raiva de mim, está me odiando e pensando que eu desisti dele.
Maraisa veio diversas vezes bater na porta do meu quarto mas eu não atendi, eu não queria ver ou falar com ninguém agora, somente ficar no meu canto, pensando no quanto fui idiota por não ter deixado ele falar quando veio aqui mais cedo.

Em Busca Do Meu Passado ( PAUSADA )Onde histórias criam vida. Descubra agora