Em Busca Do Meu Passado ( PAUSADA )

Capítulo 25

Fernando*

Parei na porta do quarto da Maiara e não consegui entrar, ela me olhou de um jeito como se não me quisesse aqui.
Perguntei se podia entrar e ela deu de ombros, depois disse que podia então eu entrei e me sentei um pouco afastado.
Perguntei como ela estava e ela me disse que estava bem, parecia que estava sendo uma tortura pra ela eu estar aqui então me calei, aí foi a vez dela me perguntar sobre como aconteceu o acidente e eu contei tudo o que aconteceu.
Estávamos conversando e nos dando bem na medida do possível, até eu dizer que me preocupava com outra coisa no momento e ela me mandar embora, certeza que entendeu a quem eu me referia, eu tentei dizer que voltaria mais tarde ou no dia seguinte se ela não se importasse mas ela não quis. Deu a entender que estava terminando comigo, me levantei e me despedi, disse que se caso ela precisasse de algo era só pedir pra Maraisa me ligar e ela pareceu não se importar, essa não é a Maiara que eu conheço a três anos, não é a minha Maiara.
Sai do quarto dela e sentei em um banco no corredor, vi o médico dela se aproximar e o chamei.

Dr: Pois não?

Eu: Sabe me dizer se demora muito pra uma pessoa recuperar a memória?

Dr: Acredito que esteja se referindo a Maiara?

Eu: Sim, mas não fala pra ela que eu perguntei.

Dr: Eu vou fazer mais exames nela hoje, pra ver como anda o processo dela, tenha pensamentos positivos e dê um tempo pra ela.

Eu: Já dei, é por isso que tô indo embora.

Dr: Eu sinto muito.

Eu: Obrigado, cuida dela tá.

Sem esperar ele responder eu caminhei pelos corredores até a saída do hospital e liguei pro meu pai vir me buscar.
Quando cheguei em casa minha mãe disse que queria conversar comigo, eu pedi pra ela esperar e fui pro quarto, sentei na minha cama e peguei um porta retrato nosso que tinha no criado mudo.

Eu: Deus por favor ajuda ela, faz ela recuperar a memória e se lembrar de mim, eu não posso perdê-la, não posso me afastar. O senhor sabe de todas as coisas e sabe o quanto eu a amo, sabe o quanto ela é importante pra mim então eu te peço, por favor, faz ela recuperar a memória, amém...

Coloquei o porta retrato no lugar, troquei de roupa e fui fui pra sala, minha mãe estava sentada no sofá ao lado do meu pai, pelo visto a conversa vai ser séria.

Filomena: Como a Maiara está filho?

Eu: Esta bem, mas não se lembra ainda.

Sérgio: Nós precisamos conversar filho.

Eu: O que aconteceu?

Filomena: Eu e seu pai estávamos conversando sobre toda essa situação e achamos melhor você ir morar com a sua tia.

Eu: Não, eu não quero.

Sergio: Você mesmo disse que iria embora pra fazer a faculdade.

Eu: No final do ano, e a Maiara não estava internada, com amnésia.

Filomena: Mas você não pode esperar ela melhorar pra decidir o que fazer da vida filho, e nós achamos que é melhor assim, você ficar aqui só vai te fazer mal.

Eu: Ir embora daqui vai me fazer mal, abandonar a Maiara vai me fazer mal.

Sergio: Esta decidido Fernando, nós vamos nos mudar pra São Paulo.

Eu: Nós vamos? E o seu trabalho?

Sérgio: Eles vão me transferir, já está tudo resolvido. - Olho pra eles sem acreditar.

Eu: Vocês não podiam ter feito isso comigo.

Filomena: É pro seu próprio bem filho.

Deixei eles falando sozinho e sai de casa, fui andando até uma pracinha que tinha na rua de baixo e me sentei debaixo de uma árvore. Eu nunca vou perdoar meus pais por isso, eles não tinham esse direito, eu já sou maior de idade, não sou nenhuma criança, eles deveriam no mínimo ter me comunicado antes.
Voltei pra casa no fim da tarde e subi pro meu quarto sem falar com ninguém, tranquei a porta e fiquei deitado na cama até minha mãe vir me chamar pra jantar. Não respondi e quando ela desistiu eu liguei pra Maraisa e contei tudo a ela, sobre a minha conversa com a Maiara, sobre a mudança e sobre a merda que está sendo a minha vida.