Capítulo 39

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Fernando*

Ver a Maiara gritando com os bandidos foi lindo de se ver, a baixinha é brava demais, sempre foi e pelo visto é maravilhosa no que faz. Quando vi ela entrando no bar, cheia de autoridade e confiança eu senti orgulho, ela sempre foi decidida, sempre soube o que quis e pelo visto tomou a decisão certa pra vida dela. Quando ela disse que se o bandido me ferisse ela acabaria com ele eu sorri, sei que ela ainda me ama, o olhar dela não nega, eu vi como ela ficou quando entrou e me viu.
Enquanto o outro policial tentava negociar com os assaltantes eu vi ela se aproximar lentamente, fiquei meio receoso pois ela podia se machucar mas não tive tempo de pensar em mais nada pois senti uma movimentação atrás de mim e segundos depois um barulho de tiro, quando percebi quem havia sido atingida senti meu mundo desabar, isso não pode estar acontecendo.
Corri até ela e me abaixei ao seu lado, virei seu corpo pra ver se a bala havia saído mas não, ela ainda estava lá dentro e isso não é nada bom, na hora eu me desesperei e gritei pro Tomas chamar uma ambulância.
Continuei ao lado dela até a ambulância chegar e tirei minha blusa pra estancar o sangue dela, percebi o olhar dela sobre mim e não consegui conter o sorriso, finalmente eu encontrei a mulher da minha vida.
Falando em mulher só então eu me lembrei da Viviane, vi que ela me olhava com uma cara nada boa mas dane-se, a Maiara salvou a minha vida e eu não vou abandoná-la agora, e nem nunca mais.
Ajudei a colocarem ela na ambulância e ouvi a Viviane me questionar sobre ir ao hospital fora do meu horário, acabei gritando com ela e sei que ela ficará chateada, mas a única coisa que me importa agora é salvar a vida da Maiara.

Enfermeiro: Podemos ir?

Eu: Sim, por favor.

A ambulância começou a se mover e eu continuei olhando pra Maiara, ainda não consigo acreditar que ela está aqui na minha frente.

Mai: Não precisava ter vindo comigo.

Eu: Eu jamais deixaria você sozinha.

Mai: Já deixou uma vez.

Eu: Não foi pro que eu quis.

Mai: Idiota. - Ela sussurrou mas eu ouvi.

Eu: Não sabia que estava em São Paulo, quando chegou?

Mai: Não importa. - Ela faz uma careta de dor e eu me aproximo, seguro sua mão e ela tenta soltar mas eu não deixo.

Eu: Por que tá brava comigo? Eu fiquei lá plantado te esperando, você não apareceu.

Mai: EU APARECI SIM. - Ela grita e começa a chorar. - Eu apareci mas você já não estava mais lá, eu voltei pra casa correndo e pedi pro meu pai me levar ao aeroporto mas ele não quis, e depois você me bloqueou em tudo.

Eu: Eu pensei que você tivesse desistido de mim, por isso te bloqueei.

Mai: Eu nunca... - Ela ia falar alguma coisa mas acabou desmaiando.

Eu: Calma, a gente já tá chegando. - coloquei o oxigênio nela e gritei pro motorista ir mais rápido e comecei a fazer os primeiros socorros ali mesmo.

Chegamos no hospital e eu tirei ela dá ambulância, enquanto levavam ela pra sala de cirurgia eu fui me limpar e me preparar pra cirurgia.
Quando cheguei na sala ela já estava pronta então comecei a cirurgia, fiz um corte na barriga dela e enquanto procurava a bala comecei a rezar pra Deus não levar ela de mim. Retirei a bala e ela começou a ter uma hemorragia, comecei a ficar nervoso mas não deixei isso me atrapalhar, controlei o sangramento e quando estava dando os pontos me lembrei do sonho que tive com ela uma vez, ela estava toda ensanguentada em cima de uma mesa, exatamente como está agora.
Graças a Deus deu tudo certo, terminei a cirurgia e pedi para levarem ela pro quarto e oferecerem os melhores cuidados pra ela, fui tomar um banho e deixei as emoções tomar conta de mim, chorei horrores no banho e depois de me recuperar desliguei o chuveiro e me troquei.
Enquanto passava pela recepção para ir ver a Maiara vi o policial que estava com ela sentado, fui até ele e quando me viu ele se levantou.

Braga: Como ela está?

Eu: Acabou de sair da cirurgia, está no pós operatório.

Braga: Será que eu posso vê-la?

Eu: Acho melhor não, talvez amanhã, ela está descansando agora.

Braga: Tudo bem, olha a bolsa dela, eu trouxe pois acho que ela deveria avisar a família. - Ele me entrega a bolsa dela e eu o agradeço.

Eu: Vou ver como ela está, eu aviso que você esteve aqui.

Braga: Obrigado, cuida dela tá.

Eu: Pode deixar.

Me despedi do tal policial e fui até o quarto da Maiara, respirei fundo algumas vezes antes de entrar até que tomei coragem e entrei, ela ainda dormia então me sentei em uma poltrona e fiquei olhando ela dormir até tomar a liberdade de pegar o celular dela e ligar pra alguém da família.
Peguei o dedo dela e desbloqueei o celular, procurei o contato da Maraisa e então liguei.

Ligação*

Mara: Alô. - Fiquei em silêncio, eu não sabia o que falar. - Maiara, tá aí?

Eu: Maraisa!

Mara: Quem está falando?

Eu: É o Fernando.

Mara: Cadê a minha irmã?

Eu: Ela está no hospital, levou um tiro no trabalho e precisou fazer uma cirurgia, mas ela está bem.

Mara: Me deixa falar com ela.

Eu: Ela acabou de sair da cirurgia, está dormindo ainda.

Mara: Mas ela tá bem? E por que você tá com o celular dela?

Eu: Ela está bem sim, e eu peguei o celular dela pra poder avisar vocês.

Mara: Quando ela acordar pede pra ela me ligar, obrigado por avisar.

Maraisa simplesmente desligou na minha cara e eu percebi que ambas estão com raiva de mim, eu não deveria ter trocado de número, nem ter bloqueado elas, deveria ter ligado e conversado.
Continuei ali fazendo companhia pra Maiara até que a Viviane me ligou, perguntou quando eu ia pra casa e eu disse que não sabia, provavelmente só amanhã e que a gente precisava conversar, ela perguntou o motivo da conversa mas eu disse que em casa eu explicava.

Mai: Tá fazendo o que aqui.

Eu: Vim ver como você estava.

Mai: Eu não quero você aqui.

Eu: A gente precisa conversar Maiara.

Mai: Não temos o que conversar, por favor vai embora.

Eu: Tudo bem, vou deixar você descansar. - Me levantei e entreguei o celular dela.

Mai: Por que tá com o meu celular?

Eu: Seu amigo policial veio trazer suas coisas e saber como você estava, aí eu liguei pra sua irmã, ela pediu pra você ligar pra ela.

Mai: Como desbloqueou meu celular?

Eu: Peguei o seu dedo enquanto dormia.

Mai: Você não devia ter feito isso.

Eu: Me desculpe, eu vou pra casa, fique bem e se quiser conversar eu anotei meu número na sua agenda.

Mai: Não tenho nada pra falar com você.

Fiquei olhando pra ela por alguns minutos até tomar coragem de deixá-la, quando estava saindo pela porta ouvi ela me chamar.

Mai: Fernando? - Olhei pra ela e fiquei esperando ela falar.. - Obrigado por salvar minha vida.

Eu: Você também salvou a minha.

Dito isso eu saí da sala e deixei o hospital, fui até meu carro e dirigi até minha casa, não avisei a Viviane que já tinha chegado, eu precisava ficar sozinho, colocar as ideias no lugar e criar coragem pra conversar com ela amanhã, eu não posso continuar me enganando, eu a amo mas não posso continuar nesse relacionamento, não agora que eu reencontrei a Maiara, a mulher da minha vida.

Em Busca Do Meu Passado ( PAUSADA )Onde histórias criam vida. Descubra agora