Em Busca Do Meu Passado ( PAUSADA )

Capítulo 29

Fernando*

Já faz tres meses que eu me mudei e ainda não me acostumei, a vida aqui é diferente, as pessoas são diferentes. Elas andam com pressa nas ruas, a cidade está sempre movimentada, eu prefiro mil vezes a calmaria, o silêncio, a paz.
Por incrível que pareça eu me adaptei bem a nova escola, as pessoas são legais, bem diferentes das que eu conhecia mas são gente boa.
Agora estou voltando pra casa, pensando no dia que eu fui me despedir da Maraisa, eu não achei que a Maiara fosse estar ali pois a Maraisa me disse que ela não saia do quarto, mas aí eu a vi e então ela me abraçou, o abraço dela era tudo o que eu precisava pra vir embora tranquilo, é óbvio que eu preferia estar lá, pertinho dela mas não podia, não quando fui obrigado a me mudar.
Estou morando na casa da minha tia, na parte da tarde eu ajudo meu tio com os trabalhos dele e a noite trabalho num barzinho bem frequentado, estou guardando o dinheiro que ganho pra poder alugar um lugar só pra mim, não quero voltar a morar com os meus pais.

Eu: Oi tia. - Digo entrando na casa dela.

Ana: Oi Fer, vem almoçar. Deixo a mochila no sofá, vou pro banheiro lavar as mãos e volto pra cozinha.

Eu: Cadê o tio?

Ana: Teve que ir ao mercado, daqui a pouco ele chega.

Ela me serve o almoço e eu como sem pressa, depois vou pro meu quarto e tomo um banho pra ir trabalhar com o meu tio.
Trabalhei com o meu tio até as seis da tarde e fui direto pro bar onde trabalho a noite, lá eu só folgo de segunda feira e com o meu tio não trabalhamos aos finais de semana então tenho 3 dias livres.
Como tenho aula no dia seguinte o dono do bar me deixa sair a meia noite, o resto do pessoal fica até a hora do fechamento então antes de sair eu atento adiantar algumas coisas pra eles.
Cheguei na casa da minha tia e ela já estava dormindo, meu tio estava na sala assistindo TV e a minha irmã Tati estava na cozinha, nosso irmão mais velho tinha comprado uma casa pra ele.

Eu: Oi.

Tati: Oi, quer jantar?

Eu: Não, tô sem fome.

Tati: Como vai o trabalho?

Eu: Qual deles? - Vejo ela rir.

Tati: Por que trabalha tanto, você deveria curtir a vida, não passar o dia todo trabalhando.

Eu: Quero conquistar as minhas coisas, tô me matando de estudar pra conseguir uma bolsa na faculdade, e quero comprar uma casa pra mim, ser independente e poder tomar as minhas próprias decisões.

Tati: Tudo isso é por causa da Maiara?

Eu: Não é só pela Maiara, é por mim também, pelo menos se eu morar sozinho, me sustentar eu posso escolher o que quero pra minha vida.

Tati: Admite que é sim pela Maiara, sei que ama ela mas as vezes você exagera com esse assunto de ser independente.

Eu: Você fala isso por que nunca se apaixonou.

Tati: Você não sabe o que fala, e a propósito, vou voltar a morar com a mãe.

Eu: Já falou com a tia?

Tati: Sim, ela me apoiou.

Eu: Hum.

Tati: Vou dormir, boa noite.

Eu: Boa noite.

Ela me deixa sozinho na cozinha e vai pro seu quarto, segui ela e fui pro meu, tomei um banho rápido e me deitei, em poucos minutos adormeci e acabei sonhando com a Maiara.
No sonho eu estava numa sala toda branca e ela estava deitada em uma maca com sangue no corpo e desacordada, eu tentava reanimar ela mas não conseguia, os aparelhos diziam que o coração dela já não batia mais e eu não sabia o que fazer.
Acordei no meio da noite ofegante e suado, olhei no relógio e ainda era quatro da manhã, tentei dormir novamente mas não consegui então mandei mensagem pra Maraisa.

Mara 🌼

Eu: Oi Mara, como vai?
- Desculpa o horário, tá tudo bem com a Maiara?
- Tive um pesadelo com ela, ela tá bem?

Como ela de se esperar ela não me respondeu afinal ainda era de madrugada, voltei a dormir e acordei com o despertador do celular.
Fui tomar um banho e depois de me trocar fui tomar café e ouvi meu celular apitar, era a Maraisa.

Mara 🌼

Mara: Oi Fer, bom dia.
- Estamos bem sim, Maiara ainda está dormindo mas ela está bem.
- E você como está? Saudades!! ❤

Eu: Estou bem também, que bom que ela tá bem, foi um sonho meio estranho.

Mara: Sonhou com o que?

Eu: Com ela ensanguentada em uma cama de hospital e os aparelhos apitando, ela estava morta.

Mara: Credo! Mas foi só um pesadelo, fica tranquilo que ela tá bem.

Eu: Ela tá fazendo a terapia?

Mara: Sim, ainda está indo.

Eu: Qualquer coisa me avisa tá, tenho que ir.

Mara: Tchau, bom dia!!

Meu tio me deixou na escola e disse que viria me buscar pra trabalhar, me despedi dele e fui pro pátio encontrar os " amigos " novos.