21- Abrindo a porta para o passado

5.6K 311 130
                                    

Graças a luminosidade do sol batendo forte em seu rosto, Victoria despertou se odiando pela terrível escolha de ter uma janela tão grande que refletia a luz solar por todo o ambiente.

Mas, esse ódio não durou muito; logo passou quando se virou para o lado oposto em que dormia, encontrando Lia ali, dormindo calmamente. Sua expressão serena, sem qualquer evidência de preocupação, chegando a transparecer inocência. Após a sessão intensa do dia anterior, resolveu que era melhor a menina passar a noite ali, mais uma noite para variar.

Não admitiria tão cedo, mas a mais nua e crua verdade era: A cada dia que passava, gostava mais da presença da jovem ali. Especialmente pelas manhãs, quando ela acordava com a cara amarrotada após uma boa noite de sono.

Victoria ficou bons minutos apenas apreciando, fazendo questão de gravar em sua mente cada detalhe, cada lindo detalhe. Até que Lia começou a dar sinais de que acordaria.

- Bom dia. - Lia falou com a voz rouca, devido a tamanha sonolência.

- Bom dia, bratzinha.

Lia fez a melhor cara emburrada que conseguia no momento, se aproximando mais de Victoria, jogando uma de suas pernas por seu quadril, na tentativa de ficar o mais próximo possível.

- Não sou uma brat...

Victoria deu uma risadinha irônica, apenas para ver a expressão de Lia se fechando mais ainda, como lidar como uma criatura dessa sem achar que tudo não passava de uma graça?

- Ok, você não é. Você agiu como tal apenas.

Lia concordou com a cabeça, puxando mais o corpo da mulher para si, deixando um beijo casto em sua bochecha. Causou estranhamento,  sempre a acordava na base das cutucadas ou provocações rasas... Um gesto tão delicado não estava, nem de longe, em sua imaginação. Mas não era ruim.

- Eu peço o café da manhã? - Victoria perguntou quando sentiu o aperto ao redor de seu corpo se tornar mais fraco.

- Ok, Senhora, mas da próxima vez eu faço, certo?

- Se você insiste, eu não irei dizer que não. - Depositou um beijo na testa de Lia, sentando-se na cama, expondo por completo seu corpo nu; o que fez a menina ao lado encarar boquiaberta.

- Quer fazer sexo matinal? - Lia perguntou, se aproximando de forma sorrateira, deixando um beijo na nuca exposta de Victoria que arrepiou no mesmo instante. Um ponto para a menina que acabava de descobrir um ponto sensível na mulher.

- Não.

- Não? Na noite passada eu tive quatro orgasmos e te dei apenas um.  -Lia levava os lábios ao lóbulo da orelha da mulher, dando uma mordida leve ali - Não acha que devo retribuir?

Victoria engole em seco, fechando os olhos por um breve momento. O corpo quente da menina atrás de si, os beijos molhados no seu corpo que é mais sensível pela manhã, tudo tão tentador... Mas, não era o momento. Por isso se levantou rápido, virando para trás vendo Lia com uma cara de: "WTF"

- Por mais que seja tentador, não vai ser agora que irá retribuir. Mas, quando for, você vai ter que dar duro. - Lançou-lhe uma piscada. - Fique a vontade para fazer sua higiene matinal, irei no outro banheiro.

- Mas...

- Sem "mas", já te conheço o suficiente para saber que insistirá nisso. De boba aqui, só minha mão!

Com os olhos da menina queimando sobre si, Victoria pegou uma blusa e saiu do quarto sem nem olhar para trás. Talvez a mocinha devesse se acostumar com ações assim, afinal, são parceiras de jogo e não um casal convencional.

Nosso Prazer [BDSM]Onde histórias criam vida. Descubra agora