Graças a luminosidade do sol batendo forte em seu rosto, Victoria despertou se odiando pela terrível escolha de ter uma janela tão grande que refletia a luz solar por todo o ambiente.
Mas, esse ódio não durou muito; logo passou quando se virou para o lado oposto em que dormia, encontrando Lia ali, dormindo calmamente. Sua expressão serena, sem qualquer evidência de preocupação, chegando a transparecer inocência. Após a sessão intensa do dia anterior, resolveu que era melhor a menina passar a noite ali, mais uma noite para variar.
Não admitiria tão cedo, mas a mais nua e crua verdade era: A cada dia que passava, gostava mais da presença da jovem ali. Especialmente pelas manhãs, quando ela acordava com a cara amarrotada após uma boa noite de sono.
Victoria ficou bons minutos apenas apreciando, fazendo questão de gravar em sua mente cada detalhe, cada lindo detalhe. Até que Lia começou a dar sinais de que acordaria.
- Bom dia. - Lia falou com a voz rouca, devido a tamanha sonolência.
- Bom dia, bratzinha.
Lia fez a melhor cara emburrada que conseguia no momento, se aproximando mais de Victoria, jogando uma de suas pernas por seu quadril, na tentativa de ficar o mais próximo possível.
- Não sou uma brat...
Victoria deu uma risadinha irônica, apenas para ver a expressão de Lia se fechando mais ainda, como lidar como uma criatura dessa sem achar que tudo não passava de uma graça?
- Ok, você não é. Você agiu como tal apenas.
Lia concordou com a cabeça, puxando mais o corpo da mulher para si, deixando um beijo casto em sua bochecha. Causou estranhamento, sempre a acordava na base das cutucadas ou provocações rasas... Um gesto tão delicado não estava, nem de longe, em sua imaginação. Mas não era ruim.
- Eu peço o café da manhã? - Victoria perguntou quando sentiu o aperto ao redor de seu corpo se tornar mais fraco.
- Ok, Senhora, mas da próxima vez eu faço, certo?
- Se você insiste, eu não irei dizer que não. - Depositou um beijo na testa de Lia, sentando-se na cama, expondo por completo seu corpo nu; o que fez a menina ao lado encarar boquiaberta.
- Quer fazer sexo matinal? - Lia perguntou, se aproximando de forma sorrateira, deixando um beijo na nuca exposta de Victoria que arrepiou no mesmo instante. Um ponto para a menina que acabava de descobrir um ponto sensível na mulher.
- Não.
- Não? Na noite passada eu tive quatro orgasmos e te dei apenas um. -Lia levava os lábios ao lóbulo da orelha da mulher, dando uma mordida leve ali - Não acha que devo retribuir?
Victoria engole em seco, fechando os olhos por um breve momento. O corpo quente da menina atrás de si, os beijos molhados no seu corpo que é mais sensível pela manhã, tudo tão tentador... Mas, não era o momento. Por isso se levantou rápido, virando para trás vendo Lia com uma cara de: "WTF"
- Por mais que seja tentador, não vai ser agora que irá retribuir. Mas, quando for, você vai ter que dar duro. - Lançou-lhe uma piscada. - Fique a vontade para fazer sua higiene matinal, irei no outro banheiro.
- Mas...
- Sem "mas", já te conheço o suficiente para saber que insistirá nisso. De boba aqui, só minha mão!
Com os olhos da menina queimando sobre si, Victoria pegou uma blusa e saiu do quarto sem nem olhar para trás. Talvez a mocinha devesse se acostumar com ações assim, afinal, são parceiras de jogo e não um casal convencional.
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Nosso Prazer [BDSM]
ChickLitAtravés das lentes, Victoria Vilarin captava formas, coisas e pessoas. Sendo uma fotógrafa no apogeu de seus bem vividos 30 anos, possuía uma carreira brilhante no ramo fotográfico. Mas, como nada era 100% como se via, ela mantinha uma outra faceta...