32- Um pouco mais...

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Quando não ouviam-se mais soluços, quando tudo que soava sutilmente no ambiente, eram sons respiratórios, um alívio se infiltrou em Vênus. Punir Angel era uma coisa, punir Carina era outra completamente diferente. Por isso, ainda parada em frente às mulheres em que há pouco dava corretivos, fazia uma avaliação silenciosa. Não causara qualquer dano maior. Carina não mostrava qualquer sinal de aversão ou rejeição à mesma e Angel se encontrava em sua bolha individual, provavelmente, revirando em sua mente todo o ocorrido.

- Deitem-se de bruços na cama. - Pediu Vênus, cortando de uma vez por todas o "silêncio" que permanecia no quarto.

Sem qualquer objeção ao pedido da dominadora, sem questionamentos, ambas as mulheres se colocaram sobre os pés, caminhando até a cama, onde deitaram-se de bruços, apoiando-se em seus antebraços.

- Carina, você irá começar dizendo como se sentiu durante a punição e como se sente agora. - Vênus falava enquanto se deslocava até o armário, retirando do mesmo uma pomada cicatrizadora. Retornando meio segundo depois, parando diante da cama, apoiando-se em seus joelhos sobre a mesma. - Diga tudo, não minta. Sabe que descubro facilmente quando mente.

- Ok. - Carina suspirou pesadamente, sentindo o toque gélido da pomanda em sua pele; a massagem no local causando-lhe ardência, mas logo uma sensação boa. - Eu sinto que mereci a punição. É, como se... Em sua ausência, algo estivesse errado. Se eu não passasse por ela, ficaria a semana toda remoendo o meu erro.

- Pensou em dizer sua palavra de segurança? - Perguntou, mesmo que, soubesse perfeitamente qual seria a resposta.

- Sim, pensei em dizer minha palavra de segurança. Porém, uma parte minha gritava que eu não deveria...

- Carina, sabe muito bem o que penso a respeito disso. Se estava em seu limite, deveria ter dito. Eu pararia no mesmo instante. -Vênus cortou a fala da loira, deixando surgir instantaneamente em sua face, um franzir de cenho em sinal de desgosto.

- Eu sei, é difícil explicar. Se eu falasse, sentiria como se não tivesse recebido o corretivo como deveria. No momento em que tenho você como minha senhora, me coloco no lugar inferior, de submissa; dizer minha palavra de segurança naquele momento, me faria sentir em dívida com minha dominante.

- Minha nossa! Parece mesmo uma submissa falando. - Pontuou Angel, totalmente atenta a conversação que se dava ao seu lado.

- Angel, não interrompa. - Vênus interveio, lançando um olhar reprovador para a submissa que se desculpou, passando um zíper imaginário em sua boca. - Pode continuar, Carina.

- Eu realmente me arrependo de ter quebrado regras. Então, com meu corretivo vindo de forma intensa, levando em conta que não sou muito resistente a dor física, me sinto bem, de verdade. - Concluiu, lançando para Vênus, um olhar sincero, seguido de um sorriso por sobre os ombros.

Com um olhar ainda avaliativo sobre Carina, Vênus terminou de passar a pomada em silêncio. Então, moveu-se até Angel, despejando uma quantia generosa de pomada em suas palmas, logo passando nas nádegas machucadas dela.

- Pode começar a falar, Angel.

- Eu pensei que conseguiria transformar aquele momento em um momento proveitoso para mim. Mas estava enganada, como nunca antes. Eu sou masoquista, porém, meu cérebro não trabalhou em me levar para o paraíso da dor gostosa. - Soltou de uma vez. - No momento em que a primeira chicotada me acertou a pele, tive total certeza de que era uma punição, que não seria prazeroso. Não foi nada gostoso! Foi realmente uma punição para mim.

- Punições não devem ser gostosas, trabalharei para que nunca confunda isso, querida. - Sorriu. - Sei que você aguentaria muito mais, porém, em um contexto diferente, com uma preparação psicológica adequada. Nenhuma de vocês estava preparada para chicotadas, embora soubessem que seriam punidas. O peso na consciência não deixou com que interpretassem de outra forma.

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