13- Exibicionismo (Parte 1)

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Forte, rápido, como se quisesse saltar do peito e correr por aí, era assim que o coração da dominadora estava. Por mais que não houvesse problema nenhum com o exibicionismo, não tinha tanta certeza se era o momento para alguém ver sua submissa de tal forma. Sentiria ciúme? Incômodo? Não pagaria para ver, dependendo da pessoa que ousasse atravessar aquela porta.

- Meu Deus, que agonia. - Foi Lia quem falou, assim que viu a silhueta feminina girar a maçaneta da porta.

Quem seria aquela mulher? A cabeça da submissa foi criando mil teorias, incluindo a de que Victoria deveria ter um relacionamento baunilha. O que não fazia o menor sentido, já que após ter passado noites ali, não foi visto qualquer indício dessa suposição.

Lia sai de seus pensamentos, colando o corpo ao de Victoria, pressionando fortemente sua cintura, como se a mulher pudesse protege-lá de qualquer que fosse a figura que adentrase a casa. A vantagem de ser mais baixa era que os ombros da mulher e sua forma corpulenta a escondia por completo, não deixando a mostra nem um fio de cabelo sequer. Ao menos era o que pensava, quando escutou os passos firmes se aproximarem da enorme escada.

- Porra, se eu soubesse que a porta estava destrancada já tinha entrado. - Falou a voz feminina, antes mesmo de Victoria pensar em abrir a boca para dizer alguma coisa.

Lia, por outro lado, voltou a cogitar em sua cabeça que a mulher era comprometida no baunilha, pois aparentemente a outra pessoa tinha a chave da casa. Isso era coisa de casal, certo? E se a mulher estava somente viajando? Não. Pela fresta que o braço de Victoria abria, Lia conseguiu ver que a mulher não estava com bagagens, apenas uma bolsa de mão. Então quem era ela?

- Carina! O que você está fazendo aqui? - Perguntou Victoria com um sorriso sem graça nos lábios, não estava esperando por ninguém, tampouco por Carina. Por isso continuou imóvel no mesmo lugar, mas se conhecia sua amiga, ela já havia percebido que a dominadora não estava só em casa... Victoria nunca deixava a porta destrancada atoa.

Isso se confirmou para Victoria quando Carina veio em passos lentos até a ponta da escada, olhando fixamente para sua cintura, vendo os dedos miúdos de Lia pressionando o local.

- Ver você trepando. - Tinha um sorrisinho sacana nos lábios, pousando a mão em cima da de Lia que na mesma hora gelou com o toque. - Eu sei quem você é, anjo, pode sair daí de trás.

A corna sabia que era corna? Foi isso que Lia pensou, não movendo um músculo sequer para sair de trás da dominadora, não queria ser espancada até a morte por uma mulher traída, nem agora nem nunca.

- Auto lá, tira essa mão daí. - Victoria deu um tapa forte na mão de Carina, vendo-a recolher o braço, alisando a mão onde a mulher bateu. - Não dê ordens a quem não conhece; quem manda aqui sou eu, quem manda nela sou eu. Portanto, ela só sai daqui de trás se eu mandar.

- Ui, desculpa, Vilarin! - Carina só estava brincando, mesmo com medo, sabia que a amiga não pouparia esforços para lhe meter a mão. Era sempre assim desde que brincaram juntas pela primeira vez...

- Vá para trás, dois passos para trás...ou melhor, vá para o sofá. - No mesmo momento Carina engoliu em seco, indo para trás sem nem piscar. Da última vez que a amiga falou sério desse jeito não acabou muito bem, pois ela tinha se metido onde não devia, e, certamente era o caso agora.

Devagar, a dominadora sem tirar os olhos de Carina, mais levada que uma adolescente no pico da idade, tirou as mãos de Lia da sua cintura.

- Vai, não tem problema ela te ver assim. É uma safada e Voyeur. - A dominadora riu, sabendo que Carina não cabia dentro das próprias roupas quando via algo de cunho sexual ao vivo e a cores. Ela tinha seus fetiches, como qualquer pessoa tem, e sempre que podia fazia bom proveito deles.

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