50 - Portas fechadas.

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Espaço.
Quando se quer um espaço, pede-se que nos deixem em paz.
Quando se quer um longo momento a sós consigo mesmo, desativa-se as redes. Recusa-se inúmeras ligações. O telefone celuluar emudece. Silencioso. O telefone fixo, propositalmente, fica horas e horas fora do gancho.

O corpo ergueu-se. Esteve repousando numa cama redonda, com lençóis e travesseiros que pareciam-se muito com nuvens; esteve estagnada por um longo período.

Os trajes eram delicados. Um vestido branco de seda; uma tiara fina, prateada, enfeitava a cabeça da jovem.

Lia, sem consentir, encontrava-se nesse período de "espaço". A mesma não buscou por um momento de solitude. Fora bruscamente colocada nesse lugar pacato e solitário.

- Oiiii. Tem alguém aí? - Sua voz ecoava pelo local. Batia contra as portas fechadas, regressava.

Com os pés descalços, a moçoila rumou em direção ao que parecia ser uma saída. Uma saída convidativa; fazia-se com um corredor luminoso. Cercado por jasmins. Lindo aos olhos. Tateou a vidraça. Ao tentar passar para o outro lado, vozes tomaram conta de tudo.

- Acha que vai sair daqui?

- Claro que vou. - Rebateu, tentando abrir novamente aquele vidro.

- Não irá. Os piores cenários atravessarão essas paredes, menina. Suas vísceras irão se revirar furiosamente. Seu corpo físico, tátil, sentirá espasmos. Seus batimentos irão acelerar. Então, será o momento em que correrão com seus jalecos brancos, prontos para ampararem. Te sedam mais; menos dor. Mas, quem a ver, sentirá como se arrancassem um pedaço do coração. Uma mãe, um pai, um amor? Não sei.

- O que? Do que você está falando? - Indagou.

- Está um passo mais perto de estar a muitos passos de distância de quem se ama. Quanto mais tempo "dormir" pior será.

- Eu não estou dormindo; estou buscando uma forma de voltar para casa.

- Há alguém te esperando, mas seu corpo não está preparado. Sabe-se lá em que momento aceitará seu próprio adeus, criatura. Lide com isso.

- Olha, eu não sei quem é você. Muito menos consigo compreender em que lugar estou. Porém, de uma coisa eu sei: Ela está lá. Eu sinto sua energia.

- Ela quem? - Questionou.

- Lia...

- Victoria! - Seu grito fizera com que sons estrondosos demolisse parte do ambiente desconhecido. - Eu estou aqui. - Uma lágrima escorrera por sua bochecha. Em seguida, outra e mais outra. Até que o chão abaixo de seus pés estivesse totalmente coberto por água com sal. - Me tira daqui!

Ela pedia.

Implorava.

Nada...

Lia não entendia que estavam a um oceano de distância; tampouco compreendia que estava em coma.

Continue...

Ei, galerinha!
Passei um tempo pensando se postava essa parte ou não. Então, resolvi publicar sim.
Aviso-lhes: Haverão capítulos em que tudo se dará na cabeça de Lia. Assim como haverão paralelos de diálogos de Victoria e consciência da jovem.
Agora, se ela voltará ou não, só lendo para saber!

Atenciosamente, SraAdria!💋

Nosso Prazer [BDSM]Onde histórias criam vida. Descubra agora