COWA

Verdade Perpétua

Capítulo não corrigido

É como se os sentimentos se interligassem em uma massa homogênea de aparência suave e macia, mas com um peso denso e insuportável para se carregar sozinho, não importa o quanto de esforço fosse adicionado a tentativa. Como vendar os olhos segundos após engatilhar uma arma em um local desconhecido e talvez lotado, e então atirar, uma e outra vez, nunca sabendo para onde e para o que estava mirando, nunca sabendo em quem se estava acertando.

Era como estar de pé em uma superfície questionável que gradativamente se tornava menor e menos confiável, quando abaixo de si, um turbilhão de ondas ferozes e repletas de tudo que ele desconhecia e quase nada do que ele ainda possuía algum tipo de conhecimento, se estendia. E então aquela superfície se anulava e ele se via cair, alto e rápido, engolido pelas ondas barulhentas e silenciosas, quentes e frias. Mas nunca mornas.

Por alguns instantes, ele se perguntava quem era e se surpreendia quando simplesmente não conseguia responder a si próprio. Talvez não fosse porque ele verdadeiramente não soubesse, era apenas que ele não podia manter o que restou de sua consciência focado em algo tão banal quanto a sua própria identidade. Não importava quem ele era.

Não importava sua história ou seus conhecimentos. Porque qualquer parte sua que não tivesse algum tipo dos rastros dolorosos, que penetravam sua pele com tanto ardor que ele podia sentir em seus ossos, não valia de nada. A única coisa que importava era o motivo de sentir-se assim. O motivo de estar gritando prolongado, agarrando-se cegamente ao corpo duro e escaldante, quase capaz de queimar sua própria pele de forma preocupante, enquanto sentia-se integralmente reclamado.

As gotículas de suor quente pingavam em sua pele tornando-a ainda mais úmida e fervente, gotejando vez ou outra do corpo devastadoramente erguido em sua soberania incontestável, que movia-se em um ritmo devasso sobre si, cada músculo de seus membros e troncos vibrando e estremecendo com os golpes reverberados por seus movimentos.

Os olhos há muito haviam perdido qualquer tom de verde, apenas o negro ocupando cada porção das íris inteiramente focadas no estrago que ele fazia ao corpo manchado pelos hematomas que provinham dele. Um orgulho selvagem beirando cada canto de seu olhar, de cada sopro vigoroso que escapava de suas narinas dilatas e boca parcialmente aberta, por onde rosnados eram rugidos com furor, mais altos que os gritos do ômega ou o sons rangentes da cama e móveis próximos, que se arrastavam e batiam entre eles com o impacto de seus corpos sobre os lençóis, ou o que sobrou dos tecidos em pedaços.

E talvez fossem esses sons o motivo de mesmo as paredes parecessem estremecer a cada instante, ou talvez fosse a forma como ele simplesmente parecia incapaz de parar ou diminuir o ritmo frívolo de seus movimentos, levando e trazendo o corpo ébrio e maculado consigo sempre que as peles e membros se encontravam em um som eroticamente imoral.

O cheiro de seus fluídos era forte, quente e se espalhava cada vez mais pelo local, contribuindo para o calor que beirava entre e sobre eles, engolindo-os como em uma zombaria egoísta, sabendo que eles não poderiam reclamar de qualquer coisa, mesmo que seus corpos derretessem, não quando eles simplesmente eram incapazes de parar mesmo que isso acontecesse.

E mesmo que não houvesse mais qualquer traço de força em seus membros, o felino se mantinha com as pernas abertas e erguidas, sustentadas pelas palmas fortes do alpha que estavam duramente agarradas ao interior de seus joelhos, impossibilitando-o de mover-se de forma a diminuir o espaço que o lupino abria cada vez mais entre suas pernas. Abaixo deles, os lençóis amassados e rasgados pelas garras de ambos estavam ensopados e, definitivamente, não era em sua maioria pelo suor escaldante. Da abertura abusadamente dilatada que sequer conseguia mais apertasse ao redor o membro protervamente rigoroso, cujo cada centímetro possuía uma grossa camada de lubrificação densa, filetes e mais filetes do líquido viscoso e fortemente aromático era expelido.