Linhagens Flutuantes

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Capítulo não corrigido








Louis chegou a acreditar que após mais uma noite de sono ele finalmente teria forças o suficiente para encarar sua irmã e amigos, ciente de que precisava vê-los, preocupado com cada um deles. Entretanto, à medida que as horas passavam, menos ele se sentia disposto a fazer qualquer coisa além de aninhar-se ao seu alpha. Era quase fisicamente doloroso pensar em se afastar, mesmo que poucos passos, de Styles.

Ele não sentiu fome ou sede, mas acabou comendo e bebendo ao que sabia ser essencial para seus filhotes, mas não fora necessário que ele ou o seu alpha buscassem por isso, embora. Quando a noite caia, batidas suaves na porta faziam Styles se erguer com uma pressa assustadora, os dentes perigosamente afiados expostos enquanto ele se mantinha frente à maca do felino, grunhindo irritadiço com a possibilidade de alguém adentrando o cômodo. Além de Leon, ninguém ia e vinha do quarto. Rapidamente as batidas se cessavam e uma bandeja com uma refeição completa era deixada ali, sendo pega pelo lupino quando quem quer que a deixou já havia ido embora.

Desde que acordara após toda os acontecimentos tenebrosos que jamais sairiam de sua mente, Louis não ouvira seu alpha pronunciar uma palavra sequer. Ele conseguia o compreender através de seus sons canídeos graças ao vínculo de imprinting, mas de alguma forma sabia que esses sons eram conduzidos na maior parte do tempo por Lobinho, não por Harry, este último parecendo incapaz de utilizar mesmo tal forma de comunicação por muito tempo.

O alpha, entretanto, parecia obsessivamente focado em seu estado, o medicando e alimentando sem um segundo sequer de atraso. Levando-o ao banheiro e permanecendo ao seu lado indiscutivelmente durante o banho ou das poucas vezes em que um deles precisou se aliviar. Quando alguém demorava ao menos um pouco para deixar a comida em sua porta, ele rosnava e grunhia enquanto caminhava de um lado para o outro pelo quarto. A cauda ereta e as mãos puxando os cabelos ou ao redor da cabeça. Ele parecia tão perdido quanto selvagem, e Louis não se sentia capaz de ajudar de forma alguma.

Porém, inusitadamente, ele percebeu-se consciente de que precisaria por os pés no chão agora. Não importa quão sobrecarregado se sentisse, sua bexiga parecia a um passo de explodir. Talvez por estar tão necessitado de aliviar-se, sentindo pontadas doloridas por isso, o alpha que permanecia ao seu lado se agitou de repente, erguendo-se e olhando-o com uma tempestade inteira em seus olhos escuros.

Ele grunhiu, claramente questionando-o sobre o que estava errado, suas mãos se tornando trêmulas quando ele o tocou com cuidado no rosto e barriga, os olhos arregalados e a respiração falha em uma busca desesperada por uma resposta.

- Ei, tudo bem. – Louis sussurrou-lhe, tocando sobre a mão em sua bochecha. – Eu preciso usar o banheiro, minha bexiga está muito cheia... não percebi que estava prendendo...

O alpha não pareceu convencido de imediato, olhando-o em alarde, concentrando-se conforme sua palma trêmula deslizava pela barriga redonda do felino. Ele assentiu, por fim, seu pomo de adão movimentando-se com força quando ele deglutiu com dificuldade.

Louis não se surpreendeu quando um dos braços do alpha passaram por sob seus joelhos e coxas, enquanto outro braço se firmou em suas costas, erguendo-o da maca com facilidade em seguida. Encostando a cabeça no peitoral quente, Louis assistiu um pouco assustado ao alpha se aproximar da porta, já se preparando para o que vinha acontecendo dentro de si sempre que faziam aquilo. De súbito, um sentimento possivelmente irracional lhe atingiu, medo e nervosismo fazendo-o se retesar por inteiro no peito do seu alpha, miando involuntariamente por ele, ouvindo-o ganir afetado conforme o apertava mais firme contra seu corpo antes de finalmente saírem do cômodo.

Louis não havia notado o quão forte os feromônios de Styles estavam no quarto até que se viu no terraço externo que ladeava toda a grande casa de campo, recebendo o ar fresco e gelado daquele pôr do sol de neve. Sentiu, por alguma razão, seus olhos queimarem um pouco quando observou a imensidão de girassóis lá fora, mordendo o lábio ao pensar em como tudo ali parecia tão ligado a si.

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