Mentirosa sensação

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Capítulo revisado e corrigido por @dayandrann <3

Merece votos, em :3


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Louis estava correndo em meio ao campus, saltando de um lado para o outro enquanto verificava a cada curva o quanto atrasado ele deveria estar. O suporte de isopor em sua mão, com dois cafés com creme, era segurado com tanto cuidado em meio aos passos apressados que o felino dava, que ele suspeitava que sua atitude pudesse parecer suspeita.

Mas ele sabia que estava exagerando, ele era só mais um dos muitos estudantes correndo pelo campus, quase todos com expressões de desespero ou cansaço. Bem vindo à universidade.

- Cuidado aí, felino!

Alguém gritou quando ele saltou sobre um dos bancos que circulava uma das muitas pequenas praças do campus, ardiloso e astuto quando olhou por cima do ombro, mostrando o dedo do meio pela forma rude com o que o ômega canino se referiu a ele.

Louis não estava com paciência.

Ele sentia que havia ódio em todos os seus 1,70 metros de altura. Ou algo por volta disso, ao menos era o que ele repetia para si mesmo quando o seu tamanho vinha em questão.

O fato é que ele havia esquecido que cerca de uma semana atrás, Styles havia pego seu número sem quaisquer modos, e os acontecimentos do dia anterior, onde o alpha pareceu pela primeira vez um pouco mais humano e menos diabólico para Louis, lhe dando a cartela de remédios, o chá e o defendendo de levar uma surra não merecida, Louis acabou criando ideias erradas.

Acontece que ele nunca chegou realmente a falar em voz alta sobre desejar ter um alpha um dia, e se recusava a admitir qualquer pensamento sobre quaisquer que fossem as possibilidades de cogitar isso um dia.

Mas então, ele também sabia que era alguém muito romântico, quer dizer, na medida do possível para alguém sem experiência no assunto. Ele tem dezoito, nunca sequer beijou alguém, mas não é como se ele fosse contra romances, acontece que ele é um felino, como ele poderia ter tido alguma experiência?

Com os caninos que o tratavam como se ele tivesse uma doença contagiosa e fatal?

Impossível!

Por isso tinha sido fácil fingir que ele apenas não pensava sobre romances, quando na verdade ele apenas não sentia que era permitido cogitar viver um.

E então tinha um alpha canino o chamando de meu ômega enquanto o defendia de caninos como ele. Tinha o fato de que seu ômega, aquela parte em seu interior não tão racional e mais instintiva, simplesmente havia abaixado a cabeça e se mostrado vulnerável e entregue para o alpha, que – Louis ainda não acreditava – o retribuiu.

Não havia como negar a compatibilidade que se evidenciou ali, não tinha como fingir que os feromônios não se expandiram e uniram, que Louis não se enroscou em seu peito com o gato que havia dentro dele, gritando sonoramente: Eu quero esse lobo para mim!

Também era impossível não lembrar de toda a presença forte do alpha canino, que o acolheu em seu peito, o reivindicando naquele gesto ao despejar todo seu aroma em volta deles, marcando território. Fazendo o gato de Louis ronronar ao sentir o lobo rosnar: Esse gato pertence a mim!

Foi a primeira vez que Louis sentiu-se e agiu de tal forma, e ele nunca se sentiu tão confuso. Quando voltou ao dormitório no final da tarde anterior, tendo levado mais tempo do que gostaria na aula de culinária- hortaliças, ele apenas foi devastados por pensamentos que o levavam de volta ao aroma forte de Styles o envolvendo, e como se não bastasse, ao preferir dormir e tirar o canino da cabeça, ele sonhava com o garoto de sua infância lhe estendendo a mão com um gigante girassol.

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