Turbulento Ser

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Capítulo não corrigido


- Um de vocês é o responsável pelo que aconteceu na última noite? – A mesma pergunta foi refeita novamente. Sentados ao redor da ilustre mesa de madeira ébano, onde alguns livros e mapas estavam abertos organizadamente, os três jovens estavam em intervalos de pelo menos dois metros de distância um do outro. O homem vestido em trajes bem postos e requintados, ao menos cinco medalhas do tamanho de polegares em seu peito direito sobre o tecido tão bem passado que parecia sólido, guiou seus olhos para um deles. – Vossa Alteza, Edward, algo a dizer?

O jovem de cabelos castanhos em ondas até pouco abaixo de sua mandíbula, trajando um conjunto completo de terno em cores escuras, com o brasão inglês em seu peito e sobreposições de tecidos bem cortados, direcionou os olhos verdes que possuíam um claro brilho de diversão ao homem mais velho que dirigiu-lhe a palavra.

- Perdão, Lord. Byers. Eu receio não ter prestado a devida atenção mediante ao assunto aqui abordado. – Ele respondeu de maneira naturalmente rebuscada com sua voz jovial, um sorriso duvidosamente envergonhado repuxou-se no canto de seus lábios. – Poderia repetir sua pergunta, por favor?

- Alteza. – O homem meneou a cabeça em um assentir cortês. – Foi informado pela guarda que uma ômega felina de apenas catorze anos, ou seja, apenas um ano mais nova que os senhores, acusada de ter fugido do alojamento dos empregados há três noites, foi encontrada na sala de esgrima.

- Oh, isso é perfeito. Imagino que todos estivessem extremamente preocupados com o paradeiro de tal pessoa. – O jovem respondeu com um sorriso um pouco maior, piscando os olhos verdes em graciosidade quando se reendireitou em sua cadeira digna de um trono. Ele olhou em direção a pessoa sentada à outra extremidade da mesa circular, de frente para si. – Você ouviu isso, cara irmã? Receio que não haverão cães de busca correndo pelo palácio e importunando seu sono nesta noite.

Sentada em completo silêncio, a jovem lentamente retirou seu olhar de sobre o livro aberto em sua frente. As mãos enluvadas abandonaram a pena sobre o suporte ao lado do tinteiro e elegantemente afastaram uma única mecha comprida de seu cabelo extremamente curto na parte inferior da cabeça, mas onduloso até metade de sua bochecha na região frontal. A mecha fora posta atrás de uma orelha e os seus olhos verdes focaram-se na figura mais adiante, que possuía suas exatas mesmas características físicas.

- Isso significa que você não precisará mais abandonar seus aposentos pela madrugada e ser forçada a caminhar pelos corredores em busca de sono, não é mesmo, irmã? – O jovem tornou a falar, ainda sorrindo com traços de gentileza que não alcançavam devidamente seus olhos claros.

- Receio que esteja certo, irmão. – A jovem o respondeu, o máximo do elegante  possível dentro de seu terno tão bem recortado quanto o do outro. O mesmo brasão real em seu peito. – Embora isso possa significar que não serei presenteada com sua presença inesperada em um dos caminhos seguidos por mim em busca de sono. Eu estava começando a acostumar-me.

Por um breve momento, talvez menor do que um único segundo, o canto dos lábios do jovem estremeceu, modificando seu sorriso. Entretanto, tão rápido quanto ocorreu, o traço se perdera e ele estava sorrindo abertamente novamente, calando-se em seu lugar.

- Temo ter me expressado mal, Altezas. – O homem voltou a dizer, olhando seriamente de um jovem para outro. – A ômega foi encontrada sem vida, mais da metade de seu corpo tendo desaparecido e uma grande quantidade de sangue impregnava o chão sob ela. Ao que tudo indica, foi brutalmente atacada por algo grande e forte o suficiente para arrancar-lhe os membros à mordidas.

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