Capítulo revisado e corrigido por dayandrann
Levou um tempo para conseguir mover-se, uma série de fatores podendo justificar tal situação. O primeiro fator poderia ser tido as pontadas dolorosas em seu corpo, sendo tão fortes que ao simples gesto de movimentar seus quadris minimamente levou seu corpo inteiro à um retesar agudo, sua derme se arrepiando em consequência imediatamente. O segundo fator era pontuado pelo incômodo em seu pescoço, bem na curvatura para a clavícula esquerda. Ele soube imediatamente que era o pinicar dolorido da cicatrização do machucado que se sucedeu à mordida de imprinting.
E então havia o fator que, de acordo com ele, era o que mais tinha o poder de mantê-lo imóvel em seu lugar. Os braços fortes que rodeavam seu tronco, mantendo-o apertado e sob o calor protetor do corpo quente, faziam-no sentir incapaz de tentar desvencilhar-se. Levou quase uma hora inteira para que sua mente despertasse completamente. Tudo estava mais claro agora, ele sentia isso.
Ao contrário do que imaginou que aconteceria, seu corpo não estava tenso ou sua cabeça dolorida ao ter conhecimento sobre todo o seu passado. Agora, ele lembrava de cada pequena coisa que podia visualizar sobre sua infância. Sobre seus pais, suas irmãs e, principalmente, sobre Harry.
Durante todo o seu sono, imagens e mais imagens se uniram em filmes, e ele sentiu-se mergulhado em um mundo familiar do qual ele não gostaria nunca de se despedir novamente.
De qualquer forma, a primeira coisa que pensou além de divagar sobre sua memória restaurada fora no encerramento de seu período de cio. Estava livre de toda a agitação e incômodo de seu organismo que implorava dia e noite pelo alpha que, agora, estava dormindo tranquilamente ao seu lado.
Com algum esforço, Louis conseguiu virar-se para espalmar suas mãos no peitoral descoberto do lupino, assistindo o suave biquinho que Styles possuía em seus lábios e seus cílios trêmulos vez ou outra, denotando que estava sonhando. Acabou deixando um miado suave escapar, apenas porque Harry Styles era – de maneira definitiva – o seu alpha. E que alpha!
Com um sorriso pequeno, aproximou-se o bastante para deslizar seu nariz contra o do lupino de maneira suave, sentindo os dedos compridos do alpha apertarem sutilmente em seu corpo, os cílios de seus olhos se agitando um pouco mais até que os olhos verdes estivessem se abrindo lentamente. Eles se entreolharam, sem precisar verbalizar qualquer coisa.
Por que precisariam de palavras quando podiam sentir em seu próprio peito o coração um do outro bater? Quando podiam quase ouvir em seus pensamentos o que o outro gostaria de dizer? Louis havia acabado de acordar completamente consciente e racional novamente e já se deparou com uma das muitas novidades a respeito deles, não de forma isolada, mas de forma integrada, conjunta, como parceiros marcados e ligados pelo imprinting. Palavras não eram mais necessárias, pois podiam sentir o outro antes de sentirem a si mesmos.
- Bom dia, Hazz. – Sussurrou, sua voz baixa e subitamente tímida. Mas tudo bem, ele não se martirizaria por isso agora, tudo bem estar tímido, ele estava falando pela primeira vez de maneira tão consciente com o alpha que o marcou. Céus, parecia um sonho.
- Bom dia, bichano. – Styles respondeu, sua voz incrivelmente grossa castigada pelo sono arrancando suspiros baixos do felino.
- Meow! Pensei que agora você me chamaria de algo mais bonitinho que isso. – Piscou, uma expressão levemente emburrada, assistindo um sorriso pequeno se estender nos lábios rosados do alpha, uma covinha sendo exposta em sua bochecha mesmo que estivesse claro que o lupino não queria mostrar seu sorriso. – Algo mais adequado para parceiros marcados.

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COWA
FanfictionSer um ômega nunca foi fácil em inúmeros aspectos, isso é um fato quase biologicamente comprovado ao longo dos anos, entretanto, em meio a uma sociedade canina predominante, ser um ômega felino - que representa menos de 2% da população mundial - sig...