Linhagens Encerradas

7.4K 618 1.3K
                                    

Capítulo não corrigido








Louis sempre pensou que as sete vidas de um gato não eram puro capricho do universo, mas sim algum tipo de maldição que, resumidamente, poderia significar que, na verdade, o universo estava lhe dizendo: sete vidas, porque em uma só não caberia a quantidade de tormentas que você enfrentará.

Nesse momento, ele sentia que tinha gasto todo seu arsenal de vidas sobressalentes.

Um grande grupo de lúpus – todos lupinos – nobres estava aguardando o momento pontual para serem recebidos nos portões. Desmond Styles era um deles... o pior deles, e era tudo o que Louis precisava para sentir-se a um passo de sucumbir. O homem que ele nunca chegara a conhecer colocava em risco tudo o que precisava que acontecesse naquela noite. Louis não sabia o que fazer. Ele sentiu o pânico subir-lhe à boca vindo diretamente de seu estômago, a respiração se tornando acelerada conforme mil e uma ideias de como tudo gritava que um desastre estava prestes a acontecer tumultuavam em sua mente.

— Louis, eu preciso que se acalme. — Ouviu a voz do seu alpha, só então percebendo tê-lo diante de si, agachado para olhá-lo em uma mesma altura, suas mãos unidas conforme os olhos verdes vibrantes buscavam os seus com preocupação. — Respire, amor. Por favor, eu posso sentir sua aflição.

Louis assentiu um tanto agitado, focando seus olhos no alpha à sua frente, apertando ainda mais seus dedos pequenos contra os grandes dele. Ele seguiu a respiração de Styles, inflando seu peito e levando o ar rico aos seus pulmões, então deixando-o fluir ruidosamente para fora através dos seus lábios. Em poucos segundos, seu ritmo cardíaco parecia mais estável, o pânico havendo sido substituído por medo, o que de certa forma era mais reconfortante.

— Isso, ômega. Muito bem, vocês estão bem? — O alpha, entretanto, continuava olhando-o como se pudesse enxergar além de sua estrutura, buscando por qualquer coisa fora do lugar, escaneando seu corpo com seus olhos ferozmente zelosos. Ele esfregou a barriga grande coberta pela vestimenta reluzente do felino, e Louis respirou fundo uma última vez ao assentir.

— Estamos bem, alpha. — Respondeu, levando sua mão para repousar contra a lateral da face do lupino. — Você está bem?

— Estou bem se a minha família está bem. — O alpha o respondeu seriamente, beijando a palma de Louis contra sua face antes de endireitar sua postura. Cillian estava parado mais atrás dele, e Styles o encarou com frivolidade. — Quanto tempo até que todos sejam recepcionados?

— Quinze minutos, Alteza.

— É inadequado que eu não esteja presente para cumprimentar os convidados; por outro lado, não há tempo suficiente para que eu possa resolver essa situação. — O lupino grunhiu ao dizer. — Desmond não deve entrar com os demais.

— E se o mandássemos para dentro? — Louis arriscou dizer, atraindo a atenção do alpha. Harry o olhou confuso, incentivando-o a continuar: — Há muitas salas na propriedade, podemos deixá-lo preso e pensar no que fazer enquanto cumprimentamos os outros.

Não era o melhor dos planos, mas Louis tinha certeza de que também não era o pior, estando ali entre o meio termo do: mais viável e única opção. Seu alpha parecia concordar, dada a forma com que encarou seu arredor brevemente, a irritação fazendo a severidade de suas feições se estender para algo mais intimidante que o comum.

— Cillian, leve alguns dos seus homens para escoltar Desmond para dentro. Mantenha-o em meu escritório, não tire os olhos dele nem por um segundo. Eu estarei indo assim que possível. — O lupino ordenou. O tom do alpha beirava uma onipotência incontestável, e Louis sentiu um pouco de pena ao que isso fez com que Cillian parecesse um tanto acuado, embora o canino tentasse disfarçar e tocasse as orelhas em reflexo, provavelmente com algum grau de dor. O felino só podia imaginar quão doloroso seria o tom de alpha que Styles possuía.

COWAOnde histórias criam vida. Descubra agora