Capítulo 50

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A garota não sabia exatamente o que estava fazendo nem como estava fazendo, mas de repente as luzes começaram a piscar e as lâmpadas explodiram, os golpes que ela desferia nos três homens eram de uma força e técnica longe de serem as suas, apesar de ser notável que eles não estavam dando o melhor de si, provavelmente tendo ordem de não machucarem-na.

Mirabela não conseguia identificar exatamente qual era o poder se manifestando, nem como ela conseguira libertá-los, mas o pior de tudo era que a garota não sabia como parar.

Depois de que derrubara um dos capangas de Diego no chão, com o rosto sangrando, fora apenas necessário voltar sua ira para os outros dois para que sangue começasse a escorrer de seus narizes e orelhas e então caíssem sem vida no chão.

A adrenalina não permitiu que ela sentisse culpa pelas mortes, ou que parasse para guardar suas almas. Mirabela apenas gastou seu tempo de fuga precioso na sala para pegar um cartão de reconhecimento preso na roupa de um dos corpos. Então ela correu.

O prédio mais parecia um labirinto de paredes brancas do que um centro de pesquisa, apesar da menina nunca ter estado em um antes. Enquanto passava pelos diversos corredores, Mirabela apenas seguia sua intuição, que até então se provara confiável, pois ninguém se colocara em seu caminho.

Depois do que pareceram vinte corredores e meia hora para a garota cansada, ela encontra uma enorme escada que leva ao que se assemelha a uma recepção, diversas poltronas espalhadas pelo local, assim como várias pessoas caminhando, totalmente alheios ao que acontecia nos andares superiores.

Assim que avista a grande porta de vidro automática por onde entram e saem pessoas constantemente, Mirabela não perde tempo ao descer as escadas correndo em direção à cidade. A liberdade estava tão perto. Ela não se importava com o que aconteceria e com o que precisaria fazer depois, no momento a única coisa em sua mente era sair daquele lugar.

A garota já havia percorrido toda a extensão da recepção, vários olhares surpresos e assustados olhando para ela enquanto corria, faltavam apenas quatro passos para alcançar a porta quando Mirabela ouviu um zunido. Então sentiu uma picada no pescoço e o mundo ficou lento, assim como suas pernas subitamente já não tinham foça para carrega-la por mais três passos.

Mirabela sente os joelhos cederem e vê diversas pessoas correndo até ela, falando coisas em uma língua que ela não compreende, até que alguém chega. Todos ao seu redor se afastam assim que a voz grossa e autoritária de um homem se assoma no ressinto.

A garota sabe que falta pouco para perder a consciência quando finalmente ela vê os pés de alguém se aproximando. O homem se abaixa para que ela possa observá-lo e Mirabela gasta sua última pitada de força para cuspir no rosto elegante e debochado de Diego Santos. Ele apenas limpa o cuspe e lança um sorriso vitorioso em sua direção, servindo para deixa-la mais furiosa, mas já não há o que fazer, pois sua consciência se esvai de vez.

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Mirabela abre os olhos e logo é cegada pela claridade. Ao tentar mover-se percebe que seus braços e pernas estão presos em algo resistente e frio. A menina tenta buscar aquela fagulha de poder que libertara na tentativa de fuga, mas não há nada que ela possa usar. Quem sabe tivesse sido um sonho...

-Fico feliz em ver que já acordou. Sabe, você vem tendo resultados cada vez mais positivos nos testes.

Mirabela tenta puxar os braços e pernas mais uma vez e com mais força, mas as algemas que a prendem na cama de hospital nem se quer fraquejam. Agora seus olhos estão acostumados com a claridade e ela observa o cômodo.

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