Epílogo

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Horas já haviam se passado desde seu resgate e Mirabela ainda não tinha notícias do irmão. Não tinha notícias dos amigos que deixara para trás. A única coisa que tinha no momento era um enorme vazio dentro de si e os braços de Izzy tentando acalmá-la no banco de trás do carro.

A amiga dissera que seu pai e sua irmã viriam encontrá-los em pouco tempo. Enquanto isso os três esperavam estacionados em um posto de abastecimento. No momento, Willian havia descido do carro para buscar comida na loja de conveniência e deixar as duas amigas sozinhas.

-Bella –Izzy afasta os cabelos bagunçados e caídos pelo rosto vermelho e inchado da amiga- Você precisa se acalmar, flor. –Ela olha para fora por um instante antes de continuar- Eu sei que você deve estar se sentindo culpada por não ter conseguido ajudar todo mundo, mas a gente não estava preparado par este tipo de fuga. Olha –Ela limpa uma lágrima do rosto de Mirabela- No momento o que vale é a intenção, ok? Não ter conseguido não a torna uma má pessoa. Você sempre quis ajudar a todos, mas nem sempre é possível, querida. –Isabelle faz uma pausa, esperando alguma reação da outra garota, que apenas a encara- Eu sei que você estava tentando me proteger também, por isso não havia contado nada.

-O quê? –Mirabela encara a amiga, a tristeza sendo brevemente substituída pela confusão.

-Eu sabia desde o início o que estava acontecendo e, o fato de você nunca ter me falado nada, demonstra que queria me proteger desse caos por vir.

- Uma pena que não deu em nada então.

-Bella, eu sei que você não concorda com as ideias e ações do seu pai. –A menina revira os olhos para Izzy- Não estou te condenado- Ela se endireita no banco do carro- Estou querendo dizer que eu também não concordo e que estou disposta a ajuda-la no que precisar. Confio muito mais em qualquer plano que saia da sua cabeça do que da do seu pai. –Ela faz uma pausa, sorrindo ao ver o choque no rosto de Mirabela- E Will concorda comigo.

-Você quer dizer que...

-Se você quiser, estamos ambos dispostos a pegar esse carro e dar no pé. Nós já tínhamos planejado o que fazer caso sua resposta fosse sim. Depois podemos pensar em como ajudar aqueles que conseguiram sair do Centro, assim como os que ficaram presos lá.

O desânimo parecia ter sido varrido dela. Uma chama de esperança e ansiedade pelo que poderia fazer com essa proposta se acenderam. Ela não precisaria mais escolher um lado –Diego e o Centro, ou Robert e sua família. Poderia criar seu próprio lado. Ter seus próprios objetivos e escolhas. Não precisaria depender de mentes perturbadas. Apenas dela mesma. E da fidelidade dos amigos que estavam com ela, a qual não duvidaria por nem um segundo.

Ela estava pronta para fazer a diferença. 

-Izzy –ela limpa o rosto com as costas das mãos- Nunca me senti mais preparada para algo.

A amiga sorri em reposta. Um sorriso largo e iluminado. Uma nova fase se inciava. 

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