Cap. 61 "Não é uma despedida"

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Quase na hora do meu voo, Jungkook me deixa no aeroporto e me acompanha até onde pode.

― Não esqueça da sua promessa, Mochi. Volte para mim. ― diz, quando ouvimos meu voo ser chamado pela segunda vez.

― Eu vou. ― garanto.

― Eu te amo, para sempre. ― me abraça bem apertado.

― Eu também te amo. ― sorrio, retribuindo o abraço da mesma intensidade.

Aquela sensação de angústia volta a se bater sobre mim. E sei que Jungkook está se sentindo do mesmo jeito que eu.

― É melhor você ir ou vai perder seu voo. ― ele se afasta, com um sorriso triste nos lábios e os olhinhos cheio d'água.

Eu me aproximo, fico nas pontas dos pés e o beijo nos lábios selando uma promessa comigo mesmo que farei de tudo ao meu alcance para voltar para ele o mais breve que eu conseguir. Jungkook segura minha cintura retribuindo meu beijo com devoção e carinho. Afasto meu rosto ao sentir o gosto de lágrimas na boca. Ambos estamos chorando.

― Não é uma despedida. ― ressalto.

Me afasto completamente de seu corpo quente e reconfortante, pegando minhas coisas e caminhando até o portão de embarque. Eu não olho para trás, porque sei que se o fizer não conseguirei entrar naquele avião. Então, eu simplesmente passo pelos portões depois de mostrar minha passagem para a comissária.

Durante a decolagem coloco meu celular no modo avião e tento relaxar no meu acento. Fecho os olhos inclinando a poltrona enquanto tento respirar fundo algumas vezes.

― É sua primeira viagem? ― ouço perguntarem ao meu lado. Onde um rapaz moreno está sentado.

― Não. ― respondo simplista.

― É que parece meio nervoso. ― comenta.

― Talvez eu esteja um pouco.

― Quer conversar sobre? ― pergunta ― Dizem que se falarmos do problema podemos achar uma solução para ele. Não que eu ache que deva desabafar comigo, que sou um completo estranho. Mas você me entendeu. ― sorri.

Suspiro encarando deliberadamente o cara ao meu lado.

― Estou voltando para o Brasil, para casa, para ver minha mãe e meu irmão que estão internados no hospital. ― conto.

― Sinto muito. Mas eles estão bem, não estão? ― pareceu realmente lamentar e se importar.

― Acabaram de passar por cirurgias muito sérias. Mas estão estáveis até agora. ― respondo tudo que sei.

― Eles ficarão bem. ― tenta transmitir positividade.

― Obrigado!

― Mas, eu sinto que há mais alguma coisa o incomodado. Estou errado? ― ele é perspicaz.

― Estou deixando meu namorado, meu recém emprego dos sonhos e meus amigos para trás. ― comento. ― E eu não sei quando vou voltar ou se irei voltar. Já foi difícil deixar minha mãe e a vida que eu tinha no Brasil para vir morar na Coreia com meu pai e para conhecer meu namorado, mesmo que fosse um enorme desejo meu conhece-lo pessoalmente. E isso não tem nem dois meses direito e agora eu tô voltando para o lugar que sempre foi o meu lar.

― Está com medo de não conseguir partir de novo. ― lê minha mente.

Balanço a cabeça confirmando.

― Essa seria a hora que eu te daria um conselho muito bom. ― argumenta ― Mas eu não tenho algo sábio para te dizer nesse momento, pois minha vida tá ainda mais bagunçada que a sua.

― Quer falar sobre? ― tento sua tática.

― Digamos que eu estou fugindo. ― comenta, me deixando um pouco alarmado ― Me refiro a minha vida. Estou fugindo da vida que levava. Eu sou empresário, ou pelo menos eu era antes desistir de tudo e entrar no primeiro avião para longe da Coreia. ― explica, suspirando em seguida ― Estou deixando minha empresa, minha família e tudo com o que estou acostumado. E estou indo em busca de coisas que nunca tive. Sonho. Liberdade. Amor. Eu busco por essas coisas. E espero encontrar um dia.

― Você vai. Um dia. ― incentivo, mostrando um sorriso.

― Obrigado, desconhecido. ― agradeceu com humor. ― Eu sou Oh Sehun.

― Park Jimin.

― É um prazer Park Jimin. ― sorri, faço o mesmo.

Oh Sehun conversa comigo o resto da viagem. Paramos de conversar apenas na hora de dormir e quando eu decido assistir um filme e coloco meus fones poucas horas depois de acordámos.

O voo é tranquilo. Não que eu possa dizer o mesmo do meu estado emocional e mental nesse momento.

― Foi muito bom te conhecer, Jimin. ― Sehun se despede de mim no desembarque depois de pegarmos nossas malas ― Espero que dê tudo certo com seu irmãozinho e sua mãe. Vai dar. ― me deu um sorriso gentil.

― Obrigado! ― agradeço e acrescento ― E eu espero que encontre o que está procurando.

― Eu vou. ― assinto, enquanto ele entra em um táxi.

Eu pego outro táxi, indo direto para o hospital que minha família está.

Namorando por Mensagens 2 {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora