Cap. 70 "Cabra-cega"

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Estamos de quarentena. 

Ninguém sai de casa faz quatro dias, nem mesmo o tio Lucas. 

S/n também, está ficando aqui em casa desde que a quarentena começou no início dessa semana. 

Eles disseram que não será permanente apenas uma semana a duas. O que não é problema nenhum. Eu já não estava saindo de casa quase para nada mesmo, só para ir a padaria de manhã de vez em quando, então não fez muita diferença para mim. 

Passei esses cinco dias de quarentena, trancado no quarto trabalhando, o que eu já vinha fazendo desde um pouco antes. Irene tem me mantido ocupado nessas duas semanas que se seguiram. O que agradeço, pois é como eu sempre digo, trabalhar me distrai, assim eu não penso nos problemas. 

― Minie? ―  Juny abre a porta do quarto, colocando a cabecinha cacheada para dentro. 

―  Oi pequena, diga?  ― paro o que estou fazendo a olhando. 

― Quer brincar de cabra-cega? ―  pergunta. 

― Agora? ―  eu olho dela para a tela do meu notebook, sabendo que ainda não terminei o que preciso fazer ―  Não pode ser mais tarde, não, princesa? 

― Você não pode agora, Minie? ―  faz um biquinho. 

― Golpe sujo, não faça esse biquinho para mim. ―  resmungo, sabendo que me derreto fácil com ela. 

― Kaya não quer brincar, papai está ocupado e também não pode brincar comigo. ―  Juny comenta tristonha, ainda com o biquinho.  ― S/n disse que só vai brincar se você brincar com a gente. Por favor, Minie! ― implora com a carinha mais inocente e fofa que consegue fazer. 

― Aish, tá bom, sua manipuladorazinha. ― desisto, cedendo ao que ela quer. 

― Aprendi com você. ― diz atrevidamente. 

― É mesmo, sua monstrinha. ― me levanto a pegando no colo de surpresa. 

Juny solta uma gargalhada alta, enquanto a balanço. 

― Vamos brincar, Minie. 

― Okay, vamos brincar, minha princesa. 

Saímos os dois do meu quarto indo ao encontro de S/n, que estava deitada no sofá da sala assistindo televisão. Ela olha por sobre o encosto. 

― Ele topou? ― parece surpresa com isso. 

― Temos uma boa manipuladora na família. ― argumento. 

― Mais do que você? ― faço uma careta para seu comentário, a menina apenas rir. 

― Vamos começar logo! ― Juny nos apressa. ― Jimin você começa contando e eu e S/n vamos nos esconder. Tá bom? 

― Ok, pequena. ― concordo. 

As duas saem pela casa procurando um lugar para se esconderem, enquanto eu permaneço na sala contando até 100. 

― Batam palmas. ― eu grito. 

Ouço uma palma próxima e outra distante. Decido ir na que está próxima mesmo. Caminho pelo corredor parando em frente a porta que leva a garagem. 

― Batam palmas. ― peço uma segunda vez. 

Como esperado, uma das palmas vem da garagem. Abro a porta olhando o interior, os dois carros tampam um pouco da visão, então me agacho olhando por debaixo deles e dentro também. 

Encontro S/n se escondendo no banco detrás do Fox do tio Lucas. 

― Merda! ― ela resmunga ao ser pega. 

― Agora é a vez de encontrar a monstrinha. ― digo, saindo da garagem e voltando ao interior da casa. ― Palmas! ― peço a terceira e última vez. 

As palmas vem do segundo andar. Subo as escadas indo direto ao quarto do Kaya. 

― Ela está aqui? ― pergunto a ele, que está sentado na sua cama jogando vídeo game. 

Meu irmão apenas aponta com os dedos para debaixo da cama dele, entregando nossa irmã mais nova sem nem pestanejar. Dou uma risada ao que me aproximo da cama, me agacho e levanto o lençol encontrado a monstrinha. 

― Te peguei. ― sorrio para ela. 

― Não valeu, o Kaya me entregou. ― resmunga saindo debaixo da cama dele. ― E você nem está usando a venda. Você roubou, Minie ― me acusa na lata com as mãos no quadril. 

― A é mesmo?! ― dou risada da sua pose. 

― Sim, você roubou. 

― Ok. Então, é minha vez de novo. Problema resolvido. 

― Tá bom. Mas tem que usar a venda dessa vez. ― ela diz, descendo as escadas comigo. 

― Ok, mandona. 

E iniciamos o jogo mais uma vez, comigo contando até 100 e vendado, como a criança quis. 

E mesmo vendado, eu acabo encontrando as duas na mesma facilidade que antes. O que deixa Juny indignada com minha rapidez em encontrá-la logo na primeira palma. 

Eu cresci brincando de cabra-cega com meus primos. Sou o mestre nesse jogo, posso me gabar quanto a isso. 

Namorando por Mensagens 2 {Jikook}Onde histórias criam vida. Descubra agora