Surpresa

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Pov Augusto:

Augusto tinha começado a trabalhar como redator na redação do "Jornal Nacional" no começo do mês e estava se saindo muito bem.

Todos os dias, acordava às seis da manhã e visitava a academia que tinha no prédio em que morava junto com a irmã em Copacabana. Quando dava nove horas, voltava para o apartamento, tomava um banho para tirar o suor do corpo, comia alguma coisa, se arrumava, descansava um pouco e seguia para a redação do "JN". Seu turno começava às dez e meia e terminava às oito e quarenta da noite.

Durante aquele mês de trabalho na redação, Augusto não encontrou Renata por lá. Ficou sabendo por um de seus colegas que ela também havia tirado aquele mês de férias. Mas não teve um dia sequer que Augusto conseguisse tirar a mulher da cabeça, o que estava a ponto de deixá-lo louco.

Mas naquele dia, Augusto sentiu que seria diferente dos outros; tinha acordado animado e de muito bom humor. Ao invés de ir para a academia, Augusto optou por se exercitar ao ar livre. Correu por duas horas seguidas pela orla.

Ao voltar para casa, encontrou a irmã sentada no sofá, comendo cereal enquanto assistia a alguma coisa na TV.

— Não vai trabalhar hoje? — Augusto perguntou enquanto tirava o tênis.

— Só mais tarde. — Respondeu sem tirar os olhos da TV.

Augusto foi em direção ao quarto.

— Se você quer continuar morando aqui, acho melhor deixar seu tênis no seu quarto.

O rapaz deu meia volta e pegou seu tênis, que estava próximo à porta.

— Não se preocupe, já estou procurando um apartamento para mim. — Disse Augusto, fingindo estar bravo. Deu as costas e seguiu para o quarto.

— Acho bom! — Disse Maia, um pouco mais alto, para que Augusto a escutasse.

Alguns minutos depois, Augusto já estava pronto para ir trabalhar. Trajava uma camisa social azul, uma calça jeans e nos pés um tênis branco.

Augusto saiu do seu quarto e foi em direção à cozinha, abriu a geladeira à procura de alguma coisa para comer, mas não achou.

— Tem alguma coisa pra comer? — Augusto perguntou um pouco mais alto para que Maia, que estava na sala, o escutasse.

— Não. — A mulher respondeu.

Augusto foi em direção à sala e encarou a irmã com as mãos na cintura.

— Não tem nenhuma fruta? Pão? — Perguntou incrédulo.

— Não. Temos que ir ao mercado comprar. — Disse Maia, bocejando.

— Então, quando eu sair da redação, eu passo no mercado e compro. Depois, só me manda a lista das coisas que estão faltando. — Disse Augusto, pegando sua mochila que estava em cima do sofá.

— Já vai? — Perguntou, olhando as horas no celular.

— Sim. Já que não tem nada pra comer, vou tomar café em uma padaria que tem lá perto da firma. — Falou. — Até mais tarde. — Deu um beijo na testa da irmã e saiu do apartamento.

Augusto chamou pelo elevador, que não demorou muito a chegar no andar. Entrou no elevador e apertou o botão que levava até o subsolo do prédio, onde ficava o estacionamento.

Entrou no carro e deu partida em direção ao Jardim Botânico. Como ainda não tinha carro, estava usando o da irmã, um Civic preto, modelo 2017.

Quando chegou na redação, já eram 10:40; tinha se atrasado dez minutos.
Estacionou o carro e saiu disparado em direção à redação.

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