Juntos pelo acaso

Lágrima solitária

Pov Augusto:

Naquele dia, Augusto teve que ir para a Rede Globo de Uber, já que Maia precisou usar o carro para resolver umas coisas antes de viajarem naquela noite.

- Obrigado! - Augusto pagou a corrida e desceu do carro.

Passou pela recepção, entrou no elevador e apertou o botão que levava até a redação.

Mas antes que as portas se fechassem, Augusto escutou alguém pedindo para segurar a porta.

- Obrigado - um homem alto e acima do peso agradeceu.

Augusto o reconheceu; era Miguel, marido de Renata, e a mulher vinha logo atrás.

- Bom dia! - Renata desejou ao entrar no elevador.

- Bom dia - Augusto respondeu, seco.

O clima no elevador ficou pesado, por sorte, Miguel estava resolvendo algo no celular e não percebeu. Augusto olhava disfarçadamente para Renata, que corou as bochechas ao perceber que ele a estava encarando.

Assim que as portas se abriram, Renata e Miguel se despediram com um selinho rápido. Ao presenciar aquela cena, Augusto teve vontade de vomitar. Passou pelos dois e seguiu seu caminho.

- Ei? - ouviu os passos apressados de Renata.

- O que foi? - perguntou, virando-se para a mulher.

Sua feição não era das melhores, não tinha gostado nada de ter visto Renata e Miguel juntos.

- Você está bem? - Renata perguntou com a respiração ofegante.

- Estou - respondeu, e seguiu seu caminho, mas Renata segurou seu braço. - O que você quer? - perguntou brutalmente.

- O que deu em você? Por que está me tratando assim? - Renata perguntou, triste.

Augusto ficou por alguns segundos em silêncio, segundos esses que pareceram longos minutos para Renata.

Augusto respirou fundo e olhou nos olhos de Renata.

- Não é nada! Nós não somos nada para eu te tratar indiferente. - disse Augusto, dando as costas para Renata.

- Augusto... - Renata o chamou, mas ele não escutou; se escutou, ignorou.

Renata seguiu para sua sala, ligou o monitor e começou a trabalhar.

{...}

Quando deu a hora do almoço, Renata pegou seu celular e saiu de sua sala. Foi até a mesa onde Augusto estava trabalhando.

- Vamos almoçar? - Renata puxou uma cadeira e se sentou ao lado do rapaz.

- Não estou com fome. - respondeu sem tirar os olhos do monitor à sua frente.

- Por favor, precisamos conversar. - Renata pediu com a voz manhosa.

- Eu não estou com fome, Renata - disse Augusto, e se virou para ela, olhando para seus olhos. - Agora, se você puder me dar licença, preciso terminar essa matéria - Augusto voltou a olhar para o monitor à sua frente.

- Ok - Renata respondeu triste, se levantou e foi em direção ao elevador.

Pov Renata:

Ao ver Renata sair triste dali, Augusto se arrependeu de tê-la tratado de forma rude. Então se levantou e correu atrás dela, alcançando-a quando ela estava entrando no elevador.

- O que você quer, Augusto? - Renata perguntou, olhando para o teto.

- Eu vim me desculpar com você - disse baixinho.