Almas gêmeas

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A sala, que momentos atrás estava repleta de risos e conversas animadas, agora estava cercada por um silêncio sereno.

– Finalmente à sós. – Augusto se sentou ao lado de Renata no sofá, virado para ela – Ela é tão linda amor. – fitava a filha que dormia nos braços da mãe.

Renata sorriu, um brilho diferente surgiu em seus olhos enquanto observava Alice dormindo em seus braços.

– Ela é perfeita. – fez carinho nos fios de cabelo da pequena – Parece que está tudo entrando nos eixos, meu amor. – Renata falou com uma voz suave.

Augusto assentiu, capturava cada detalhe daquele momento que com certeza guardaria em sua memória.
O rapaz estendeu a mão e acariciou suavemente a bochecha de Alice.

– Você fez um trabalho incrível, Rê. – depositou um beijo na testa da jornalista.

– Fizemos um trabalho incrível. – o corrigiu com sutileza – Quem diria que eu iria formar uma família ao lado do filho do meu melhor amigo, hein? – sorriu – Alguém que eu conheci por um acaso.

O sorriso de Renata se alargou ao  lembrar as circunstâncias improváveis que os uniu.

– Se eu soubesse que você era o amor da minha vida naquela hora que te recebi na casa do meu pai, teria te tomado para mim no mesmo instante. – Augusto tinha um olhar apaixonado.

– Tenho certeza que foi o destino que nos guiou para que a gente se encontrasse.

Augusto sorriu, sentia-se imensamente feliz por ter Renata ao seu lado.

– Sabia que durante aquele mês que você tirou férias, após o ano novo, eu não te tirava da minha cabeça? – Augusto abaixou a cabeça rindo consigo mesmo.

– Sério? – Renata riu baixo para não acordar a pequena.

– Sim. – assentiu – Acho que ali eu já estava perdidamente apaixonado por você, só não sabia ainda. – Augusto se aproximou de Renata, mas a mulher o impediu colocando a mão em seu peito.

– Eu tenho minhas dúvidas. – disse a mulher.

– Ué? – franziu o cenho confuso.

– Você me fez sofrer muito, chegou a ir embora por seis meses. Seis meses! – Renata falou com lágrimas nos olhos.

Augusto abaixou o olhar, sentia um aperto no peito ao recordar do período de turbulências em suas vidas.

– Eu cometi tantos erros... – fez um leve carinho na face da amada – me arrependo amargamente por ter feito a mulher que eu amo sofrer daquela forma. – respirou fundo – Não há desculpas para o que eu fiz, apenas o reconhecimento que fui um tolo ao te deixar para trás.

Renata ouvia tudo, sentia seu coração se apertar com aquelas palavras sinceras de Augusto. A mulher via uam mistura de dor e amor nos olhos do rapaz.

– Quando meu pai me falou que você estava... – tomou coragem para completar – que você está a ponto te desistir do Jornal, eu vi a gravidade de situação. E então eu voltei para você. – Augusto olhava no fundo dos olhos de Renata.

Renata sentia um misto de emoções ao ouvir aquela palavras, uma mistura de tristeza pelo sofrimento que ambos passaram e gratidão por terem encontrado o caminho de volta um para o outro.

– Eu nunca deixei de te amar, Augusto. – Renata tinha um tom de voz sereno – Mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando parecia que tudo estava perdido e que não ficaríamos juntos, meu amor por você nunca se esvaiu. – Renata falou com sinceridade

Augusto ouvia tudo com os olhos marejados, ficava emocionado ao se lembrar das dificuldades que eles enfrentaram.

– Eu te amo, Renata. – murmurou com a voz embargada – E prometo fazer de tudo para ser o homem que você merece, para fazer você  feliz todos os dias da sua vida. – deu um selinho demorado nos lábios de Renata.

Juntos pelo acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora