Juntos pelo acaso

Ela precisa de você

Deitado em sua cama, Augusto fitava o dia nublado lá fora.

– Filho? – sua mãe deu dois toques na porta e entrou – Trouxe seu café da manhã. – Isabel deu um largo sorriso.

– Obrigado! – Augusto agradeceu se sentando na cama  – Mãe, podemos conversar? – pediu.

– Claro,  o que foi? – se sentou na beirada da cama.

– O que aconteceu, realmente,  entre você e meu pai? Por que me disse aquilo ontem? – Augusto a encheu de perguntas.

Isabel relutou um pouco para responder o rapaz, mas sabia que devia contar a ele.

– Augusto, o que eu e o William tivemos foi lindo. Tivemos momentos incríveis juntos. – sorriu feito boba – Mas naquela mesma época seu pai conheceu a Fátima, eu descobri isso apenas quando fui o visitar, nas férias. Eu via no olhar dele que ele estava apaixonado por ela, só não sabia. – deu uma pausa – Então resolvi terminar com ele, para ele poder ser feliz. Nosso relacionamento não estava indo bem, não tinham futuro.

– O papai te amava mãe. – Augusto falou convicto.

– Eu sei, eu também amava muito ele. – secou sua lágrimas – Mas o Will não estava feliz comigo, eu não supria as necessidades dele. Então, resolvi por um fim naquilo que tínhamos. – Isabel falou com a voz embargada.
– Vocês poderia ter tido tudo mãe, aquilo era só uma fase. – Disse Augusto.

– Talvez, mas eu não queria vê-lo sofrer. – Disse Isabel, algumas lágrimas teimosas acabaram rolando por seu rosto – Agora chega desse assunto. – Isabel se levantou e saiu do quarto.

°°°°
Pov Renata:

Tinha acabado de chegar no hospital, assim que terminei de apresentar o Jornal vim correndo no hospital.

Iria passar aquela noite ali com Augusto para que William, que estava de licença, possa ir descansar um pouco.

– Obrigado por tudo que você está fazendo, Rê. – William deu um sorriso de gratidão

– Fatia isso por qualquer pessoa meu amigo. – deu um leve aperto no ombro de William – Augusto é especial. – sussurrou olhando para o rapaz que dormia.

– Bom, eu vou lá. Preciso tomar um banho, tirar essa roupa e dormir um pouco. Amanhã logo cedo eu estarei aqui. – Disse William.

– Descanse bem William,  eu fico com ele aqui. Amanhã só tenho que ir para a redação as 15:30. – Renata informou.

– Eu... – antes que o homem terminasse a frase, Renata o interrompe.

– Vai para casa, descansa, qualquer coisa eu mando mensagem.  – Disse a mulher.

– Tudo bem. – William se rendeu – Até amanhã, Rê.  – William se despediu de Renata cqom um beijo no rosto.

– Boa noite, Will! – Renata retribuiu o gesto de carinho.

Após me despedir de William, me aproximo de Augusto me sentando em uma poltrona ao lado se sua cama.

– Oi, meu bem. Como você está? – o médico tinha nos dito que era bom conversar com o paciente que estava em coma – Hoje as coisas na redação estavam agitadas... você faz muita falta lá! – Renata falou com a voz embargada. – Mas hoje eu pedi para o Ali me deixar entrar um pouco mais tarde, assim eu posso ficar mais tempo ao seu lado, meu amor. – Renata fez um carinho singelo no rosto pálido de Augusto. – Volta para mim?! – a mais velha deu um selinho nos lábios de Augusto, não aguentou ser forte e deixou algumas lágrimas escorrerem por seu rosto.

Pov Augusto:

Estava deitado em minha cama lendo um livro, quando, de repente,  senti a voz de Renata.

– Renata? – me levanto e vou a procura da jornalista.  – Renata? Renata? – passo por todos os cômodos da casa, mas ela não estava lá.

Me sento no sofá da sala, algumas lágrimas começam a caírem por meu rosto.

– Augusto? – ouço a voz calma de minha mãe.

Me levanto e vou correndo até ela w a abraço com força.

– Ela...mãe...a Renata. – a voz de Augusto estava embargada pelo choro.

– Está na hora, meu filho. – Isabel sentiu Augusto se afastar de si.

– C-como? – perguntou confuso.

– Você precisa ir, meu filho. – sorriu

– Mas eu não sei como. – Augusto falou cabisbaixo.

– Você precisa voltar pela pessoa que você mais ama nesse mundo! A pessoa que te faz feliz! – Isabel foi enigmática.

– Mas, e a senhora? – o olhar de Augusto era triste e preocupado.

– Não se preocupe comigo, estarei cuidando de você e da sua irmã daqui. – Disse Isabel com um largo sorriso no rosto.

– Por favor, mãe, volta para casa? – Augusto pediu.

– Eu não posso, minha missão na terra já foi cumprida. – Disse Isabel.

– Mas mãe, eu não sei como eu volto. Eu não consigo! – afirmou.

– Você precisa voltar, a Renata precisa de você. – Isabel deu um sorriso.

– Renata – sussurrei seu nome, pude sentir seus lábios macios sobre os meus.

– Eu te amo, meu pequeno príncipe. Fala para sua irmã que eu a amo. – lágrimas de felicidade caíram dos olhos de Isabel – Fala para o William... que eu o amo! – Isabel viu Augusto ir desaparecendo aos poucos.

Tudo fica escuro, meu coração estava acelerado. Eu estava com medo.
Lentamente, abro meu olhos e me deparo com aquele par de olhos negros feito duas jabuticabas.

– O-oi! – sussurrei chamando sua atenção, minha garganta estava seca.

– Augusto? – Renata abriu um largo sorriso ao ver Augusto acordado – Meu amor! – Renata se aproximou de Augusto e beijou, estava morrendo de saudades de ouvir a voz do rapaz.

Sorriu entre o beijo, não esperava que quando eu acordasse seria assim. Muito pelo contrário.

– Nossa! O que eu fiz para merecer isso? – Augusto perguntou sorrindo feito bobo, sua boca estava um pouco manchada pelo batom vermelho que estava nos lábios de Renata.

– Quase me matou do coração.  – sussurrou com a testa colada na de Augusto.

– Me perdoa. – falou em um sussurro.

– Eu não tenho mais idade para passar por isso, Augusto! – Renata o repreendeu.

– Desculpa, não fiz por mal. – fez carinho na bochecha de Renata.

– Por favor, não faz isso novamente. Eu preciso de você ao meu lado para seguir em frente de cabeça erguida. – deu um selinho demorado em Augusto que logo seu tornou um beijo calmo.

– Hum... – quebrou o beijo.

– Fala? – Renata distribuía alguns beijos pelo rosto de Augusto.

– Quando vai ser o casamento? – Augusto perguntou em um tom bem humorado, mas com uma pitadinha de seriedade.

– Primeiro, você precisa resolver-se com a Helena. Depois podemos pensar em casa. – Renata riu baixinho.

– Prometo resolver isso o mais rápido possível, só para poder ter você todinha para mim. – Augusto estava realmente apaixonado por Renata, era inevitável.