Constrangedor

247 14 6
                                    

Pov Augusto:

Augusto e Renata estavam deitados na cama, abraçados, apenas aproveitando o momento. Trocavam carícias e alguns beijos.

Até que o momento foi interrompido pelo toque de um celular. Augusto esticou o braço e pegou o celular que estava sobre o criado-mudo, mas não era o dele que estava tocando.

– É o seu que está tocando. – disse Augusto, colocando o aparelho novamente sobre o criado-mudo.

Renata se levantou e começou a procurar por seu celular entre as roupas espalhadas pelo chão.

Ela o encontrou jogado próximo aos pés da cama. Sentiu um medo atravessar seu corpo ao ver quem estava ligando. Era Miguel, seu marido.

Alô! – Renata atendeu a ligação.

Onde você está, Renata? Já viu que horas são? – Miguel estava visivelmente irritado.

Desculpa, eu... estou com uma amiga e acabei perdendo a hora. – Renata inventou uma desculpa.

Augusto se sentou na cama e notou que quem estava do outro lado da ligação era o marido de Renata.

Então trate de voltar logo para casa, já está tarde. Você sabe que as ruas são perigosas. – encerrou a ligação.

Renata deixou o celular sobre a cama e começou a se vestir.

– Vai pra onde? – Augusto perguntou.

– Pra casa. – respondeu se vestindo.

– Pensei que você iria dormir comigo essa noite. – Augusto se levantou, foi até Renata e a abraçou por trás.

– E o que eu falaria para o meu marido quando chegar em casa? – Renata se arrepiou ao sentir os lábios de Augusto em seu pescoço.

– Você pode dizer que, como estava muito tarde, resolveu dormir na casa da sua amiga, como você mesma disse há pouco. – Augusto sorriu contra o pescoço de Renata.

– Você sabe que isso que estamos fazendo é errado, né? – Renata se virou para ele.

– Nunca te falaram que as coisas erradas são as mais gostosas de se fazer? – sorriu com malícia. – Agora volta pra cama, estou morrendo de sono. – Augusto atacou os lábios de Renata e foi a deitando na cama.

Augusto já estava tirando a roupa de Renata quando ela deu por si. Usou sua força e afastou Augusto de si, jogando-o para o outro lado da cama.

– Não, não, não... – Renata se levantou, passou as mãos pelo cabelo.

– Não o que? – Augusto perguntou rindo.

– Não podemos. Isso foi um erro, Augusto! – balançou a cabeça de um lado para o outro.

– Um erro gostoso. – Augusto se levantou e começou a se vestir.

– Você não está ajudando! – Renata o encarou com um olhar sério.

– Ok! Não irei falar mais nada. – ergueu as mãos em forma de rendição.

– Eu vou embora. – Renata foi em direção à porta, mas quando foi abri-la, sentiu os braços fortes de Augusto a envolverem pela cintura.

– Vai sair sem me dar um beijinho de despedida? – fez carinha de cachorro abandonado.

– Você não está merecendo. – disse Renata.

– Nem um selinho?

– Não! – negou, se soltando dos braços do rapaz, e saiu do quarto antes que Augusto tentasse outra coisa novamente.

Pov Renata:

Renata caminhou em passos rápidos em direção à saída do apartamento, mas quando chegou no final do corredor que dava acesso à sala, tomou um susto ao ver a irmã de Augusto sentada no sofá.

– O que ela faz aqui? – Renata se perguntou mentalmente.

Respirou fundo tomando coragem, tentou passar por ela sem chamar sua atenção, mas Maia notou sua presença.

– Pensei que você não era a namorada do Augusto. – disse Maia, olhando para Renata que estava em pé, próxima à porta.

– E não sou. – disse Renata, se virando.

– Então, o que você estava fazendo no quarto dele? – Maia cruzou os braços e arqueou a sobrancelha, estava se segurando para não ter uma crise de risos.

– ... Nós... É... estávamos apenas conversando.

– Que conversa estranha essa, não sabia que se conversava gemendo. – Maia indagou se divertindo com a situação

Renata sentiu seu rosto queimar por completo, provavelmente seu rosto estava tão vermelho quanto um tomate.

– Bom, eu preciso ir. Até mais, Maia! – Renata saiu do apartamento o mais rápido possível.

Quando Renata chegou em casa já era quase quatro e meia da manhã. Supôs que o marido já estivesse dormindo, já que as luzes estavam todas apagadas. Tirou os saltos e caminhou em passos silenciosos para o quarto.

Ao entrar no quarto, encontrou Miguel deitado na cama dormindo. Deixou sua bolsa sobre a mesinha que tinha no quarto e seguiu para o banheiro, tirou suas roupas e entrou embaixo do chuveiro.

Um sorriso se formou em seus lábios ao ver as marcas que Augusto havia deixado.

– Você não tem jeito! – Renata sussurrou, tocando a mão na marca que havia em seu seio.

Desligou o chuveiro, vestiu seu roupão e foi para o closet. Vestiu seu pijama e se deitou para dormir.

Acordou com Miguel se arrumando para ir trabalhar.

– Que horas são? – Renata perguntou, colocando as mãos sobre os olhos por causa da claridade.

– Quase sete. – respondeu secamente. – Fiquei te esperando até tarde ontem, mas como você demorou, acabei dormindo. – disse Miguel. – Afinal, quem era essa amiga? – Miguel parecia desconfiado.

– É uma amiga antiga, você não a conhece. – disse Renata.

– Então traga ela um dia aqui em casa, seria uma honra poder conhecê-la. – disse Miguel sorrindo.

– ... Eu irei conversar com ela sobre isso. – disse Renata.

– Ok! Agora eu preciso ir, já estou atrasado. – Miguel saiu do quarto sem ao menos se despedir de Renata.

Renata suspirou fundo, se deitou novamente e voltou a dormir.

Quando acordou novamente já era quase meio-dia, se espreguiçou e tratou logo de se levantar.

Tomou um banho longo e aproveitou para lavar os cabelos, vestiu uma roupa confortável e foi para a cozinha para preparar o almoço.

Enquanto almoçava, ouviu seu celular vibrar. Pegou-o e viu que tinha uma notificação de um número desconhecido.

– Quem será? – se perguntou curiosa, desbloqueou o celular e abriu a mensagem.

Olá! Como amanheceu hoje? Espero que bem. Amei a noite que tivemos juntos, só não fiquei mais feliz porque você foi embora. Queria que tivéssemos dormido juntinhos essa noite. Até mais tarde, beijos do Augusto Bonemer.

– Só podia ser ele! – disse Renata rindo.

Ela o respondeu e, em seguida, apagou as mensagens para não correr o risco de Miguel ver. Terminou de almoçar, descansou por alguns minutos enquanto lia um livro na sacada do apartamento. Quando deu 13:30h, começou a se arrumar para ir trabalhar.

Quando chegou na redação, foi direto para sua sala. Ligou o monitor e começou a trabalhar.

Juntos pelo acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora