Beijo

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Claro, vou refazer a revisão do texto:

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Era uma quarta-feira quente e ensolarada, e as praias estavam lotadas devido ao feriado. Na redação do Jornal Nacional, poucas pessoas foram trabalhar naquele dia, o que deixou o ambiente mais calmo e silencioso.

Augusto estava sentado em sua mesa, digitando algo no computador. Ele gostaria de estar aproveitando o dia ensolarado na praia, mas o dever o chamava.

Alguns dos redatores haviam saído para almoçar, o que deixou a redação ainda mais silenciosa. Augusto optou por não almoçar naquele momento; comeria mais tarde.

— Augusto? — William chamou, tirando-o de seus pensamentos.

— Sim? — Augusto respondeu, virando-se para William.

— Preciso que você entregue esses documentos para a Renata. Tenho uma reunião agora e já estou atrasado.

— Claro! — Augusto pegou os documentos.

— Ela já sabe do que se trata. Obrigado! — William saiu apressadamente.

Augusto espreguiçou-se, levantou-se e dirigiu-se à sala de Renata.

Ele bateu três vezes na porta e esperou até ouvir um "entre".

— Renata, trouxe uns documentos que o William me pediu para te entregar. — Augusto entrou na sala.

— Obrigada, Augusto. Deixe-os aqui na minha mesa que já dou uma olhada. — Renata falou sem tirar os olhos da tela do computador.

Augusto aproximou-se da mesa de Renata, colocou os documentos ali e virou-se para sair. Antes de sair, ouviu Renata exclamar.

— Droga!

— Está tudo bem? — Augusto virou-se para ela.

— Este computador travou. — Renata deu alguns tapas no computador à sua frente.

— Posso dar uma olhada? — Augusto ofereceu.

— Claro. — Renata consentiu.

Augusto aproximou-se de Renata e posicionou-se ao seu lado.

Ele começou a digitar algo no computador. Renata observava-o enquanto ele trabalhava, impressionada com sua habilidade.

— Pronto. — disse Augusto, com um sorriso vitorioso, ao conseguir destravar o aparelho.

— Onde você aprendeu a fazer isso? — Renata perguntou, surpresa.

— Acho que é um dos meus talentos. — Augusto sorriu timidamente, olhando para Renata de perto.

Os dois estavam mais próximos do que esperavam, podendo sentir a respiração um do outro.

Foram aproximando seus rostos cada vez mais, sem quebrar o contato visual.

Tanto Augusto quanto Renata estavam nervosos com a proximidade e com o que poderia acontecer.

— O que está acontecendo? — Renata perguntou, mordendo o lábio inferior.

— Também não sei. Só sei que estou gostando. — Augusto falou em um tom quase inaudível, se não fosse pela proximidade, Renata não teria ouvido.

Renata desviou o olhar para os lábios de Augusto.

Até que Augusto sentiu os lábios macios de Renata tocarem os seus em um selinho demorado, que logo se tornou um beijo profundo.

Augusto puxou Renata, fazendo-a levantar. Ele passou os braços em volta da cintura dela, trazendo-a mais para perto de si.

Ele a colocou sentada na mesa e aprofundou ainda mais o beijo.

Tiveram que se afastar por falta de ar, ambos com a respiração descompensada.

— Isso não deveria estar acontecendo. — Renata falou, com a respiração ofegante.

— Uhum. — Augusto concordou, com um leve aceno de cabeça.

— Isso é errado, Augusto! — Renata ainda estava com os braços ao redor do pescoço de Augusto.

— Muito. — Augusto falou, olhando para os lábios de Renata.

Mas eles não aguentaram a falta de sentir os lábios juntos e voltaram a se beijar. Dessa vez, foi um beijo mais calmo, porém ainda muito intenso.

Renata entrelaçou as pernas na cintura de Augusto, trazendo-o ainda mais para perto de seu corpo. Ela soltou um gemido, abafado pelos lábios de Augusto, ao sentir o membro rígido dele tocar sua intimidade.

Augusto apertou a cintura de Renata por debaixo da camisa que ela usava. Ela se arrepiou completamente ao sentir a mão quente de Augusto tocar sua pele.

Mas, em um momento de lucidez, Renata afastou Augusto dela.

— Não. — Renata empurrou Augusto para longe.

O rapaz a encarou, confuso.

— Não podemos fazer isso aqui. — Renata balançou a cabeça de um lado para o outro. — Eu não posso fazer isso, sou casada. — Renata se levantou e começou a se recompor.

Augusto não disse mais nada, apenas concordou com a cabeça e saiu da sala, deixando Renata para trás.

Renata sentou-se em sua cadeira e ficou pensando por longos minutos no que havia acontecido pouco antes, em sua sala. Não sabia explicar, mas tinha gostado daquilo. Fazia muito tempo que não sentia essa emoção e adrenalina. Seu casamento com Miguel estava morno há algum tempo, mas ainda assim não podia traí-lo.

Renata levou a mão até os lábios e um sorriso bobo se formou em seus lábios ao lembrar do beijo de Augusto.

O resto do dia, Renata e Augusto evitaram-se. Quando se esbarravam no corredor, mal se olhavam.

Minutos antes do Jornal Nacional ir ao ar, Augusto recebeu uma mensagem de Renata.

— Me espere no estacionamento quando o JN acabar. Precisamos conversar.

Augusto sentiu um arrepio na espinha ao ler aquela mensagem. Olhou na direção da bancada e seu olhar cruzou com o de Renata.

Cinco minutos antes do jornal se encerrar, Augusto guardou suas coisas e seguiu para o estacionamento, esperando por Renata. Ficou encostado no carro, aguardando-a.

Quinze minutos depois, Renata apareceu no estacionamento, ainda vestindo a mesma roupa que usara para apresentar o jornal: calça preta, camisa social branca e salto preto quadrado.

— Oi. — Renata ficou de frente para Augusto.

— Oi. — Augusto respondeu, num sussurro. — O que você queria conversar comigo? — Ele perguntou, nervoso.

— É melhor irmos para outro lugar para termos mais privacidade. — Renata sugeriu.

— Você está certa. Vamos para minha casa; lá poderemos conversar sem ser interrompidos. — Augusto destravou o carro.

Renata o encarou com um olhar desconfiado.

— Nós só vamos conversar, nada mais. — ele deu de ombros. — Vai, entre no carro antes que alguém apareça. — Augusto pediu.

— Certo... — Renata suspirou fundo, deu a volta no carro e entrou.

Augusto entrou no carro, colocou a chave na ignição e deu partida. O trajeto até Copacabana foi silencioso. Renata encostou a cabeça na janela e observou a noite lá fora. De vez em quando, Augusto tirava o olhar da estrada e olhava Renata por alguns segundos, mas logo voltava a prestar atenção na estrada.

Juntos pelo acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora