Tempo

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Pov Maia:

Estava deitada nos braços de Lanza, desfrutavam de um momento de paz e tranquilidade para namorarmos um pouquinho e matar a saudades do dia a dia.

- Eu ficaria assim para sempre com você. - Maia falou roçando seu nariz pelo pescoço de Lanza.

- Eu... - antes que Lanza completasse sua fala é interrompida pela campainha.

- Não pode nem abrir a boca. - Maia revirou os olhos mal-humorada.

- Deve ser alguém conhecido porque não interfonaram. - disse Lanza.

- Seja quem for, conseguiu nos atrapalhar. - Maia tinha uma expressão de irritação.

Me levanto, saindo dos braços de Lanza, e caminho até a porta xingando mentalmente a pessoa que nos atrapalhou.

Mas, ao abrir a porta, minha raiva se dissipa instantaneamente ao ver meu irmão ali, com o rosto banhado em lágrimas.

- O que aconteceu? - Mais perguntou preocupada.

Augusto não fala nada, apenas me abraça com força, o que me deixa ainda mais preocupada.

Meu coração se aperta ao perceber que algo estava errado.

O puxo para dentro do apartamento, me sento no sofá e ele se deita em meu colo.

Seu choro ecoava pelo ambiente, cada solução dele parecia me rasgar por dentro, e aquela sensação de impotência me envolve.

Desejei poder o acalmar, mas sabia que algumas dores precisam ser colocadas para fora. Iria esperá-lo se acalmar para poder conversar com ele.

- Vai ficar tudo bem, Guto. - tentava o acalmar.

Sinto um olhar sobre mim, e ao erguer os olhos encontro Lanza nos observando com uma expressão de compreensão e solidariedade.

Nossa troca de olhares foi breve, mas tínhamos uma cumplicidade.

Sinto-me grata por ter alguém ao meu lado, alguém que compreendia a dimensão da dor que cercava minha família.

【...】

Após longos minutos tentando acalmá-lo, finalmente Augusto havia se acalmado. Sua respiração agora estava calma.

- Você pode me contar o que aconteceu? - Maia pediu sutilmente.

- Acho que meu relacionamento com a Renata chegou ao fim. - disse Augusto, seus olhos marejaram só de se lembrar.

- Por que você acha isso? - Maia questionou confusa.

- Decidimos dar um tempo, mas eu acho que esse tempo vai ser definitivo. - fungou.

- O que aconteceu para que vocês dessem esse tempo? Brigaram? - Maia passava os dedos nos fios de cabelo de Augusto.

- Renata acha que eu trai ela com uma colega de trabalho. - disse Augusto.

- O que? - perguntou assustada - Se ela acha isso é por que tem base para isso, não?

- Não! - se sentou - Ela não tem nenhuma base para achar isso. Essas acusações são injustas!

– Bom, é a sua palavra contra a dela. – deu uma pausa – O quete resta a fazer é dar o tempo necessário a ela e aproveitar para ver onde você errou.

{...}

– Demorou para voltar. – Lanza falou ver a namorada passar pela porta – Que cara é essa, amor? – se ajeitou na cama.

– Parece que sua irmã e Augusto puseram um ponto final no relacionamento deles. – se aninhou nos braços da morena.

– Como assim? Do que você está falando? – Lanza questionou, estava confusa.

– Augusto está aqui, disse que saiu de casa porque brigou com Renata... – contou – Renata acha que ele a traiu.

– Mas se ela acha isso é porque ele deu motivos. – Lanza defendia sua irmã.

– Eu sei, mas... Augusto não é desses.

– Eu não diria isso. – disse a estilista.

– Ei, pode parar! – se sentou em frente a namorada – Quando ele já estava em processo de divórcio quando começou a se envolver com a sua irmã. – Maia tentou o defender.

Eu sabia que Augusto não era certinho, porém Renata também não era lá essas coisas.

– Tudo bem, tudo bem... Não está mas  aqui quem falou. – Lanza ergueu as mãos em sinal de rendimento – Vamos deixar eles se resolverem, né? Eles já são maduros o suficiente para se resolverem sozinhos. – sorriu puxando a namorada pela cintura – Enquanto isso a gente aproveita enquanto estamos juntas.

Pov Augusto:


Passei parte da noite em claro, deitado na cama, os olhos fixos no teto que era iluminado pela luz baixa que vinha da rua.

Um turbilhão de coisas passava por minha mante, me tirando o sono. E uma dessas coisas foi a discussão acalorada que tive com Renata a poucas horas.

Meu coração doida só de imaginar que eu poderia não dormir mais ao seu lado, não sentir mais o sabor de seus lábios, não sentir mais seu perfume de perto, não sentir sua mão passeando por meu corpo. Não ter mais a vida que planejamos junto.

A cada vez que eu fechava os olhos, as suas palavras ecoavam por minha cabeça.

Enquanto eu remoia sozinho os últimos acontecimentos, o relógio marcava as horas que pareciam se arrastar, não tinham pressa alguma.

Vi quando os primeiros raios de sol surgiram no horizonte, pintando o suficiente em lindos tona alaranjados e rosas. Imediatamente me lembrei dela.

Só então que o cansaço falou mais alto e me venceu, cai em um sono profundo, deixando para trás toda a preocupação da noite anterior.

Juntos pelo acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora