Moça do Jornal Nacional.

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Pov Renata:

Assim que o JN encerrou, Renata foi atrás de Augusto, mas não o encontrou em lugar nenhum. Pegou o celular, que estava no bolso da calça, e viu que ele havia enviado uma mensagem algumas horas antes.

Estou indo embora, tá?
Eu não estou me sentindo muito bem. Até amanhã, beijos.

Renata ficou triste e preocupada com Augusto. Tentou ligar para ele, mas ele não atendeu, o que a deixou ainda mais inquieta.

Foi até sua sala, pegou sua bolsa e seguiu para o estacionamento da Rede Globo. Entrou em seu carro, deu a partida e seguiu para Copacabana.

{…}

Assim que chegou no condomínio em que Augusto morava, foi até a portaria.

– Boa noite! – disse Renata, chamando a atenção do porteiro que estava distraído.

O porteiro pareceu um pouco assustado e surpreso ao ver Renata à sua frente.

– Boa noite! No que posso ajudar? – perguntou o porteiro, sem tirar os olhos de Renata, ainda surpreso com sua presença.

– O senhor saberia se o Augusto está em casa? – perguntou Renata.

– Augusto...? – perguntou o porteiro, confuso.

– Augusto Jiménez – respondeu.

– Só um momento – o porteiro pegou o telefone e discou o número do apartamento de Augusto.

Renata esperou ansiosa.

– Está sim. Pode subir – disse o porteiro, sorrindo.

– Obrigada! – Renata agradeceu e seguiu em direção ao elevador. Quando as portas se abriram, entrou e apertou o número do andar em que Augusto morava.

Assim que as portas se abriram, Renata caminhou em direção à porta do apartamento de Augusto. Tocou a campainha e logo a porta foi aberta.

– Fiquei surpreso quando o porteiro disse que a "moça do Jornal Nacional" estava aqui – disse Augusto, sorrindo. – Entre! – deu dois passos para o lado, dando passagem para Renata entrar.

– Eu fiquei preocupada com você, então resolvi vir ver como você está – disse ao entrar.

– Era só uma dor de cabeça, nada demais. Senta aí – apontou para o sofá.

Renata se sentou no sofá e Augusto sentou-se ao seu lado.

– Tem certeza? Você está com uma carinha abatida – Renata perguntou, com um tom meigo.

– É que tenho um monte de problemas para resolver – suspirou pesadamente.

– Se quiser, eu posso te ajudar – Renata ofereceu.

– Muito obrigado, mas não. Eu tenho que resolver isso sozinho – Augusto deu um sorriso pequeno, sem mostrar os dentes.

– Tem certeza? – Augusto assentiu com a cabeça. – Então o que eu posso fazer para te ajudar? – perguntou, se aproximando dele.

– A sua presença já está de bom tamanho para mim – Augusto fez um leve carinho na bochecha de Renata. – Fica comigo essa noite? – pediu em um sussurro.

– Eu não posso ficar a noite toda, você sabe disso. Mas posso ficar alguns minutos – sorriu.

– Então vem – Augusto se levantou e puxou Renata pela mão em direção ao quarto.

Ao chegarem no quarto, Renata se deitou na cama e Augusto se deitou ao seu lado, apoiando a cabeça no peito de Renata.

– Obrigado por ficar aqui comigo – disse Augusto, sonolento, quase pegando no sono.

Renata nada respondeu, apenas continuou a fazer carinho nos cabelos escuros de Augusto.

{…}

Quando percebeu que Augusto tinha dormido, Renata apoiou a cabeça dele no travesseiro e se levantou lentamente para não acordá-lo. O enrolou com a coberta, ligou o ar-condicionado, deu um beijo em sua testa e foi embora.

Ao chegar em casa, deixou sua bolsa sobre o móvel ao lado da porta e seguiu para o quarto. Ao entrar, encontrou Miguel deitado na cama lendo um livro, já vestido com o pijama.

– Onde estava? – Miguel perguntou, abaixando o livro.

– Estava com a Lanza – disse enquanto tirava os saltos. – Vou tomar um banho, estou exausta – Renata desabotoou alguns botões da camisa que usava e seguiu para o banheiro.

Miguel a olhou desconfiado, mas resolveu ficar quieto.

Renata retirou suas roupas e as jogou no cesto de roupas sujas. Entrou embaixo do chuveiro e deixou a água quente escorrer por seu corpo. Ficou no chuveiro por longos minutos, sentindo seus músculos relaxarem por completo. Após terminar o banho, se enrolou na toalha e saiu do banheiro em direção ao closet. Vestiu um short e uma camisa de alcinha de cetim, e voltou para o quarto.

Retirou os óculos, os apoiou sobre o criado-mudo e se deitou ao lado de Miguel.

O homem deixou o livro de lado e se aproximou de Renata, abraçando-a por trás.

– Estou com saudades. Mal nos vimos essa semana – disse Miguel, beijando o pescoço de Renata.

– Você tem trabalhado muito ultimamente – Renata falou.

– Você também, dona Renata – Miguel a virou e passou a beijar seus lábios com urgência.

Miguel passeou as mãos por toda a lateral do corpo de Renata e foi subindo sua camisa.

– Não, hoje não – disse Renata ao perceber onde Miguel pretendia chegar.

– Por que não? – Miguel perguntou, confuso.

– Estou cansada – disse Renata, e apagou a luz do abajur. – Boa noite! – se virou para o lado oposto ao de Miguel.

Miguel não a respondeu, apenas desligou seu abajur e se deitou para dormir.

Não demorou muito para Renata começar a ouvir o ronco de Miguel. Aquela noite foi longa para ela. Sua preocupação com Augusto não a deixou dormir, conseguiu descansar apenas quando o sol estava começando a aparecer.

Mas logo foi acordada por Miguel, que estava se arrumando para ir trabalhar.

– Bom dia! – disse Renata, seus olhos piscando lentamente.

– Bom dia, Renata – Miguel respondeu, mal-humorado. – Já estou indo e não tenho hora para voltar – saiu sem ao menos esperar Renata responder.

Renata sabia que Miguel estava daquele jeito; mal-humorado, por não ter se entregado a ele na noite anterior, mas não deu importância. Apenas deixou aquilo de lado e pegou seu celular.

Abriu o aplicativo de mensagens e foi logo para o contato de Augusto. Já estava prestes a ligar para ele, mas parou no meio do caminho. Ainda era cedo e provavelmente ele estava dormindo. Não queria atrapalhar seu descanso, sabia que ele precisava descansar.

Deixou o celular sobre o outro lado da cama e se deitou para dormir novamente. Precisava descansar para apresentar o JN mais tarde.

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