Juntos pelo acaso

Passado.

Algumas horas antes:

Pov Augusto:

Estava a caminho da redação, estava um dia nublado e frio mas mesmo assim estava feliz. Finalmente minha vida estava indo para frente.

Tinha conseguido alugar uma casa em um condomínio fechado na Barra da Tijuca, finalmente terei meu próprio canto.

Agora só faltava comprar meu carro, ainda estava usando o carro da Maia emprestado.

Nada poderia me por para baixo hoje.

Estaciono o carro na garagem da emissora e sigo para a CGJ
Enquanto estava no elevador meu celular começar a tocar, pego o aparelho e reviro os olhos ao ver quem era.

– Sinto muito mas nem você irá me desanimar hoje. – murmuro e desligo o celular.

Assim que as portas do elevador se abrem quase caio para trás.

Não era possível!

– Era o que me faltava! – bufo com raiva.

– Oi pra você também Augusto. – a mulher disse com um certo deboche.

– O que você faz aqui, Helena? – Augusto perguntou com raiva.

– Vem, vamos para um lugar mais calmo. – a mulher deu as costas e começou a caminhar.

Augusto mesmo contra sua vontade seguiu a mulher.

Atravessaram a redação do JN, passaram por um enorme corredor que levava a redação da GloboNews.

Entraram em uma sala, que por sinal estava muito bem organizada.

– Como você descobriu que eu estava aqui? – Augusto cruzou os braços e esperou por uma resposta.

– Ah Augusto! Não seria muito difícil saber que você viria pra cá. – Riu. – E quando eu liguei para a Maia... Você sabe que a sua irmã não sabe mentir. – Helena deu de ombros.

– Por que você veio pra cá? – Augusto sabia a resposta, mas mesmo assim queria ouvir da boca dela.

– Eu vim atrás de você. – respondeu baixinho. – Augusto, eu te amo! Me arrependo de ter te traido...

– Com o meu melhor amigo! – completou.

– Me perdoa. Por favor? – Helena se aproximou de Augusto a fim de beija-lo.

– Você não vai fazer isso! – Augusto segurou os pulsos de Helena – Você vai pegar suas tralhas e vai voltar para o lugar da onde você veio. Eu estou feliz aqui. Encontrei uma pessoa que me faz realmente feliz! E essa pessoa não é você! – Augusto tinha um tom perigoso na voz.

– Quem é ela? – Helena perguntou em um tom frio.

– Não te interessa! Eu não te devo satisfação.

– Claro que me deve! Ainda somos casados. – a mulher debateu.

– Por pouco tempo. – Augusto deu um sorrisinho sarcástico e saiu da sala, batendo a porta com força.

Algumas pessoas que estavam na redação da GloboNews olharam para Augusto, mas o rapaz não deu a mínima.

Em passos firmes e rápidos Augusto se dirigiu até a sala de William, queria tirar a limpo essa história. Entrou na sala do jornalista sem ao menos bater na porta.

– Argh! O que deu em você? Parece que um bicho te mordeu. – William disse com uma sobrancelha arqueada.

– O que ela faz aqui? – Augusto apoiou a mão na mesa.

– Ela quem? – William perguntou confuso.

– Helena. – pontuou.

– Sua esposa? – Augusto assentiu com a cabeça. – Pensei que você ficaria feliz em saber que ela começou a trabalhar aqui. – William sorriu.

– Não! Eu não fiquei feliz! – William parou de sorrir na hora. – Agora me responda, quem a trouxe pra cá? – Augusto cravou as unhas na mesa.

– Foi o Alí, ela filha de uma amigo dele. – William respondeu.

– Eu mereço! – Augusto disse olhando para o teto.

– O que aconteceu com vocês? Vocês eram tão apaixonados um pelo outro. – William cruzou os braços.

– Ela... – Augusto suspirou fundo tomando coragem para começar a falar – Ela me traiu. – Augusto sorriu sem mostrar os dentes, e seus olhos marejaram.

William tomou um baita susto ao ouvir aquilo. Não esperava uma coisa dessas.

– Sinto muito... – William olhou para Augusto com piedade.

– Não sinta! Isso foi a melhor coisa que pode me acontecer.

William o encarou confuso.

– Eu pude ficar mais próximo da minha família e... Encontrei uma pessoa que mudou minha vida completamente. – um sorriso bobo se formou nós lábios de Augusto ao se lembrar de Renata.

– Deus não podia ter me dado um filho melhor que você! – William se levantou e abraçou Augusto. – Tenho muito orgulho do homem que você se tornou. – William sussurrou no ouvido de Augusto.

– Obrigado pai! – Augusto agradeceu, uma pequena lágrima escorreu por seu rosto.

– Agora, se me permite, gostaria de saber quem é essa pessoa? – William se afastou de Augusto

– Na hora certa você irá saber, pai! – Augusto disse rindo, sabia que William tinha ficado curioso.

– Agora fiquei curioso! – William gargalhou.

– Pois guarde essa curiosidade, quem sabe um dia você não a conheça. – o rapaz deu alguns tapinhas no ombro de William – Agora eu preciso ir trabalhar. Até mais tarde! - Augusto deu um beijo na bochecha de William e saiu da sala do jornalista.

{...}

Assim que viu que Renata tinha chegado na redação, Augusto foi atrás dela. Precisa conversar com ela, tinha que "abrir o jogo" com ela.

Ao entrar na sala da mulher a encontrou massageando as temporas.

– Por favor, seja o que for, volta mais tarde. Estou morrendo de dor de cabeça. – Renata disse fazendo uma leve massagem em pequenos círculos na lateral da cabeça, próximo ao olhos.

– Renata precisamos conversar. É urgente! – Augusto estava tenso, suas mãos suavam de tanto nervosismo.

– Augusto eu estou morrendo de dor de cabeça, podemos conversar mais tarde? Por favor. – Renata pediu, estava com uma aparência de cansada.

– Renata isso é urg... – Augusto começou a falar mas Renata o interrompe.

– Agora não Augusto! Depois conversamos, ok? Eu não estou me sentindo muito bem. – Renata disse em um sussurro.

– Como você quiser. – o rapaz disse se rendendo, se aproximou de Renata e lhe deu um beijo rápido. – Quero que saiba que eu te amo mais que tudo nessa vida. – olhou no fundo dos olhos escuros de Renata. – Não importa o que aconteça, eu sempre irei te amar. – Augusto agradeceu por Renata não notar sua tensão.

– Também te amo! – Renata fez um leve carinho na nuca de Augusto com as pontas dos dedos, e o puxou para um beijo casto.

Saio da sala de Renata e vou direto para minha mesa me martirizando por não ter contado a ela toda verdade. Eu precisava resolver isso de uma vez por todas antes que elas se encontrem por ai. Si bem que, a redação é bem grande, dificilmente elas irão se esbarrar por ai. - Suspiro um pouco mais aliviado com essa possibilidade.