eu não posso te fazer feliz

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Todos estavam reunidos na varanda, em poucos minutos aconteceria a queima de fogos. Lá em baixo, na praia, a areia e o calçada estavam repletos de pessoas.

Augusto estava posicionado atrás de Renata com os braços ao redor da cintura dela.

– Vamos lá gente! – William olhava para seu relógio.

– Cinco... – todos começaram a contagem regressiva – Quatro... três... dois... Feliz ano novo!!

– Feliz ano novo, meu amor! – Augusto virou Renata de frente e a beijou.

– Feliz ano novo! – retribuiu o beijo.

Todos trocaram abraços e desejaram feliz ano novo.

– Feliz ano novo, meu filho! – William disse abraçado a Augusto.

– Feliz ano novo, meu velho! – Augusto não perdia a oportunidade de provocar o homem.

– Desejo tudo de bom para você e para a Renata, que esse ano vocês possam realizar os sonhos de vocês. – William falou já emocionado.

– Pode ir parando, viu!? Nada de chorar. – Augusto segurou o rosto de William entre as mãos – Te desejo tudo de bom também, pai. – deu um beijo na testa do jornalista.

Ficaram ali por mais algumas horas conversando, o clima ali estava muito agradável. Estava um clima afetuoso. Familiar.

Augusto e Renata estavam sentados em uma espreguiçadeira conversando, quando William se aproxima e diz:

– Augusto e Renata preciso conversar com os dois.

– Ih, lá vem bronca. – Bia sussurrou.

– Pega leve com ele, pai, é ano novo. – Disse Vinicius.

– Eu não vou brigar com ninguém, oxi. – William falou indignado. – Vamos?

Augusto e Renata se entre olharam desconfiados, seguiram William até o seu escritório.

– Então, pai, o que o senhor queria nos falar? – Augusto perguntou um pouco nervoso.

– Sentem-se.  – apontou para o pequeno sofá.

Renata e Augusto se sentaram lado a lado, estavam apreensivos pelo que William irá falar.

– Não precisam ficar com essas caras, eu não irei brigar e nem nada do tipo.

O casal soltou um suspiro de alívio, mas ainda assim estava um tanto quanto apreensivos.

– Eu não sou contra o relacionamento de vocês, muito pelo contrário, acho que sou a pessoa mais feliz por saber que vocês estão juntos. – sorriu – Sei o quanto os dois já sofreram com seus antigos casamento, eu desejo tudo de bom e do melhor para vocês. Vocês merecem ser felizes. – William já estava emocionado, se segurava para não chorar – Eu só pesso que se cuidem, que vocês lutem por vocês, as coisas não serão fáceis, muitas pessoas irão tentar os separar, mas vocês tem que serem fortes e impedir que isso aconteça. – William respirou fundo – O diálogo é fundamental em um relacionamento, se alguma coisa estiver te incomodando converse com o outro. Fara bem para o relacionamento. – aconcelhou – Agora, Augusto, você pode ser meu filho mas a Renata é como uma irmã mais nova para mim – sorriu – Se você fizer ela sofrer saiba que você vai cair na porrada. – William falou divertido, com um pouquinho de seriedade.

– Pode deixar pai, eu farei de tudo para faze-la feliz. – Augusto deu um beijo na bochecha de Renata.

– Assim espero! – Disse William. – Quem diria, meu filho e a minha melhor amiga namorando. – William colocou as mãos na cintura e os encarou.

– A vida é uma caixinha de surpresas. – Augusto tinha um enorme sorriso no rosto.

– Agora, me falem uma coisa, há quanto tempo estão juntos? – William arqueou a sobrancelha.

Augusto se engasgou com a própria saliva.

– Vocês nao me enganam, eu sou jornalista. Junto os fatos. Vocês estão se envolvendo a mais tempo do que uma semana. – William riu – Aliás meu filho, você mente muito mal. – falou com indignação.

– Por que? – Augusto perguntou confuso.

– Faça mim um favor, né? Quando eu te perguntei se viajaria junto com a Renata,
você negou, mas dava para ver na sua cara que você estava mentindo. – William balançou a cabeça.

– É, eu não sei mentir. – coçou a nuca.

– Não mesmo. ‐ disse William rindo –  Seja muito bem vinda à família Bonemer, Renata. – William deu um beijo na testa dos dois e saiu da sala os deixando às sós.

Passaram o resto da noite na casa de William, quando foram para casa já se passava das três da manhã.

Renata estava com a cabeça encostada na janela, tinha o olhar vago, enquanto Augusto dirigiu em direção ao Leblon.

As ruas estavam com pouca movimentação, ainda tinha algumas poucas pessoas na praia,  muitos já tinha ido embora.

Ao entrar em casa Augusto deixou a chave do carro sobre a mesinha de centro e se sentou no sofá, estava cansado.

– Vou tomar um banho. – Disse Renata já subindo as escadas.

Augusto estava estranhando Renata, a mulher tinha vindo o caminho todo em silêncio.

Ficou ali sentado por mais alguns minutos,  antes de subir para o quarto foi ate a cozinha beber água.

Subiu as escadas e foi em direção ao quarto, ao abrir a porta não encontrou, notou que a luz do closet estava acesa.

Fechou a porta atrás de si e caminhou se o banheiro, tirou aquela roupa que estava usando e tomou um banho longo.
Quando terminou seu banho se secou com uma toalha e vestiu uma bermuda de moletom, optou por não vestir camisa pois o clima estava quente e abafado.

Ao sair do banheiro viu que Renata já se encontrava deitada, levantou a coberta e se deitou na cama.

– O que aconteceu, meu amor? – Augusto perguntou baixinho.

– Será que estamos fazendo o certo? – perguntou Renata se virando para o rapaz.

– Não entendi. – Augusto ficou confuso.

– Em estarmos juntos, será que não nos precipitamos? – Renata tinha o olhar baixo.

– Por que está dizendo isso? – Augusto riu confuso.

– Eu não posso te dar o que você mais quer, uma família, filhos. – seus olhos estavam marejados de lágrimas – Você ainda é novo, pode ter quantos filhos quiser, já eu não consigo mais ter filhos. – Renata se sentou na cama, algumas lágrimas começaram a rolar por seu rosto.

– Renata...– Augusto se sentou ao seu lado.

– Augusto você merece ser feliz e eu não posso te fazer feliz, melhor a gente... se afastar. – Renata olhou em seus olhos.

– Que? Não! Renata! Para com isso. – Augusto balançou a cabeça em sinal em negativo – Você me faz feliz, esta entendendo?

Augusto segurou o rosto da mulher entre suas mãos, secou os vestígios de lágrimas usando o seu polegar.

– Eu não me importo se vamos ou não ter filhos juntos, tudo o que eu mais quero nesse mundo é você. – Augusto disse sério, olhava no fundo dos olhos de Renata – Eu sou feliz com você, isso que importa! – Augusto deu um beijo calmo e demorado em Renata.

– Augusto...– Renata tentou falar mas o rapaz a impede.

– Chega desse assunto Renata. –Disse firme – Podemos muito bem ser felizes apenas nos dois. ‐ disse Augusto olhando nos olhos de Renata.

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