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Mesmo sem o controle sobre os eventos ao seu redor, Estevão esforçava-se para ocultar seus dilemas. Para sua consternação, o dia presente marcava o aniversário de Ângelo, exigindo dele uma postura acolhedora e sorrisos, como se uma tempestade chamada Maria não estivesse prestes a desabar. Desde o momento em que a avistara ao lado de Luciano, Estevão começou a indagar sobre os verdadeiros propósitos dela. Naquela noite, Maria revelou-se como uma mulher notavelmente distinta daquela com quem ele havia trocado votos matrimoniais. Não conseguia saber quando ela mentia.

...

Estevão desceu do carro e gentilmente abriu a porta para Ana Rosa, que, ao descer, ajustou o vestido em seu corpo, ressaltando suas curvas avantajadas.

- Obrigada meu amor! – Agradeceu Ana Rosa.

Estevão conduziu-a pelo restaurante até encontrarem a mesa onde estavam os filhos e suas primas.

Ao notar a chegada deles, Estrela fechou a cara.

- Não posso acreditar que o senhor a trouxe. Ângelo? - Dirigiu-se a Ângelo, indagando por que ele a havia convidado.

- Filha, não seja mal-educada. Ana Rosa veio apenas dar os parabéns para Ângelo. Ao contrário de você, ela entende e respeita vocês. – Falou calmo, mas seu tom de voz foi incisivo. 

Ana Rosa, que mal conseguiu cumprimentá-los, apenas sorria, mas internamente estava incomodada por Estevão não ter uma postura mais firme com os filhos em relação a ela. Em seguida, ela dirigiu-se a Carmem e Alba, cumprimentando-as.

- Então faça logo o que veio fazer e vá embora! – Heitor foi rude.

- Obrigado pelo presente. – Ângelo educadamente, pegou o presente da mão de Ana Rosa. – Não convido você para ficar, para não te causar mais... constrangimento. – Acrescentou, olhando para os irmãos e depois para ela.

- Não tem problema, eu espero o tempo que for preciso. Eu sei que um dia vão acabar cedendo. – Estrela, e Heitor a ouviram e, sorriram com sarcasmo e desprezo, não se importando em esconder seu descontentamento.

- Me desculpe Ana Rosa. – Estevão lançou um olhar de reprovação aos filhos. - Vem! – Acompanhou-a até o bar no meio do restaurante, com a intenção de agradá-la após o comportamento dos filhos.

- E Leonel que não chega! – Estrela reclamou. – Ele sugeriu o restaurante e é o primeiro a furar. – Continuou seu lamento, agindo como uma verdadeira adolescente de 15 anos.

- Mas ele já está aqui. O vi conversando com uma mulher assim que cheguei. – Heitor informou.

- Será que ele está namorando? – Carmem comentou, e todos sorriram alto. Os relacionamentos de Leonel costumavam durar cerca de dois a três encontros.

- Vamos lá - Estrela sugeriu, com um brilho travesso nos olhos. - Posso fingir que sou a namorada dele.

- Só se for para ela denunciá-lo por pedofilia - Alba comentou, revirando os olhos diante das atitudes infantis de Estrela. Esta a encarou com desdém e fez uma careta.

- Deixem ele namorar. – Ângelo se aconselhou.

- Ah, então a gente convida ela. - Estrela pediu, com uma expressão de quem está sempre pronta para aprontar.

- Vamos lá! - Heitor entrou na brincadeira, agarrando a irmã. Ângelo acabou sendo vencido pela insistência dos dois e foi com eles.

- Não demorem, crianças - Carmem pediu. Alba, parecendo estar em outro mundo, observava Estevão ao lado de Ana Rosa. Era visível que ele não a amava, o que era ótimo, mas agora que Maria estava de volta, ela teria que se juntar a Ana Rosa e dar apoio a esse casamento.

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