- Ele quem? – Franziu a testa, incapaz de recordar-se de ter mentido para Estrela.
- Seu advogadozinho. – Ela ouviu sua queixa e deu um meio sorriso, questionando-se, "era isso então?".
Ele observou atentamente seu sorriso e pressionou seu corpo contra o dela, despertando sensações agradáveis que penetravam sua alma, deixando-a excitada.
- Está com ciúmes, meu querido? – Ela elevou o olhar, procurando seus olhos. – E ele, não é um advogadozinho. É incrível no que faz. - Empurrou-o.
- Não me provoque, Maria. – Sua voz ganhou intensidade, denotando uma clara irritação.
- Não me provoque você!... – Revidou brava. – Não é você que vai casar? Já conheci a sua noiva, já jantamos juntas. – Empurrou-o, novamente, com irritação, mas ele permaneceu firme. – É você que não deve me olhar assim.
Ignorando suas palavras, ele a puxou para mais perto, com a mão firme em sua nuca e agarrando seus cabelos com determinação, submetendo-a ao seu controle.
- Não se engane, meu anjo. – Afundou o rosto na suave curva do pescoço dela e beijou, ao mesmo tempo que sentia sua resistência. – Senti seu corpo me desejar quando nos beijamos. – Ele sussurrou e beijou sua boca, não dando espaço para ela responder. - Nós dois sabemos que ainda é minha! – Falou em meio ao beijo.
Ela, incapaz de continuar resistindo, deslizou suas mãos, com ousadia por seus ombros e nuca, o explorando com delicadeza, ao mesmo tempo, que correspondia ao beijo de maneira apaixonada, mergulhando em cada carícia como se aquele instante fosse inevitável.
Ainda com os braços dele envoltos no seu corpo, eles encerraram o beijo por falta de ar e se entreolharam, como se estivessem travando uma batalha interna.
Ele a encarava com uma expressão confusa. A cada beijo trocado e toque sentido, a percepção da falta que ela havia feito tornava-se mais evidente.
- Não deveria ter me beijado, Estevão! – Ela disse, embora suas próprias palavras soassem quase como uma tentativa de convencer a si mesma.
- Me desculpe! – Ele recuou, evitando colocá-la no papel de "a outra". Respirou fundo e se afastou dela, passando a mão no cabelo.
Ela ansiava por partir imediatamente, contudo, permaneceu encostada no carro, aguardando recuperar o controle de suas próprias pernas para se afastar dali, enquanto soltava a respiração lentamente.
- E como ela tem se saído? – Estevão mudou de assunto, evitando a iminente despedida. Não queria ir embora. Não queria que ela partisse.
Ela o observou com curiosidade e desconfiança diante da súbita mudança em seu comportamento. Entretanto, não podia passar a vida toda o ignorando.
- Você a mimou demais! – Cobrou, mas o sorriso que se formou em seus lábios indicava uma aceitação carinhosa. – Mas, ela tem um bom coração. Isso é o que realmente importa! – Seu olhar distante revelava a doçura ao recordar os momentos que passou com sua filha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Madrasta
RomanceAdaptação de uma das minhas novelas preferidas. <3 Obs; está sendo corrigida.