Alguns dias depois.
Estevão e Heitor, quando souberam do que Maria tinha feito, ficaram furiosos. Ela havia prometido levar Vivian para a paróquia, e agora a menina não apenas trabalhava, mas também morava com ela, tirando a tranquilidade de suas noites, e deixando-os preocupados com Maria vivendo com uma garota que antes morava nas ruas. No entanto, Maria não se importava com a indignação de Estevão, e sentia uma pequena satisfação em saber que seu filho estava preocupado com ela, já que diante das inquietações deles, sempre ligavam para ela ou apareciam em seu apartamento, demonstrando a constante vigilância e preocupação com sua segurança.
E, como prometido, em menos de uma semana, Vivian pegou o jeito das responsabilidades passadas para ela, e tornava-se o braço direito de Maria. Apesar da diferença de idade, as duas se entendiam bem. Maria sempre se divertia com as observações perspicazes de Vivian, que trazia uma perspectiva única para as situações cotidianas. A parceria entre elas não apenas funcionava eficientemente no trabalho, mas também em casa, onde uma cumplicidade crescente as uniam. Além do fato de Vivian ter quase a idade de seus filhos, o que de certa forma mantinha Estrela, Ângelo e Heitor, que ainda implicava com a garota, por perto, visto que quando estavam juntos, tinham muito para falar.
Por outro lado, Alba, que se comportava como se carregasse um fardo desde que Maria voltou dos mortos, tornava-se ainda mais exaltada à medida que ela percebia o avanço de Maria em sua vida novamente. Em pouco tempo, Maria não apenas voltou a trabalhar na empresa, mas também passou uma noite na sua casa ao lado de seu primo, conseguiu que ele e os filhos dormissem em seu apartamento, e estava gradualmente conquistando mais espaço em suas vidas, e com isso, a raiva e ansiedade cresciam dentro dela, dando-lhe uma aparência de quem estava pronta para atacar qualquer um que cruzasse seu caminho.
Enquanto Alba estava imersa nesse estado emocional, Estrela a observava com olhos perspicazes, sem reservas ao admitir que gostava do que via. No entanto, mesmo desfrutando do espetáculo, também experimentava um sentimento de desconforto. Apesar de sua pouca idade, ela percebia que algo estranho estava acontecendo. Questionava-se sobre o quanto Maria tinha o poder de afetar suas vidas. Mesmo não gostando de Alba, Estrela reconhecia que a mulher sempre demonstrava uma imagem de força e hostilidade, bem diferente da mulher descontrolada que via nos últimos dias.
...
Empresa San Román.
- Trouxe as novidades da minha ausência? – Leonel perguntou assim que Heitor entrou em sua sala.
Leonel pediu uma breve licença para recuperar as energias. A volta de Maria também trouxe consigo uma enxurrada de lembranças que ele preferiria nunca mais reviver.
- Meu pai e ... ela, voltaram a ... – Heitor sentou-se confortavelmente no sofá enquanto tentava encontrar as palavras para continuar.
- Seu pai e sua mãe voltaram a...? – Leonel se divertia com a expressão que Heitor fazia.
- Você entendeu! – Respondeu um tanto incomodado. – Mas me diz, onde você estava mesmo?
- Fui até a cabana que costumava ser da minha mãe. Fui ver se ainda estava lá..
- O quê?
- Bem... algumas lembranças.
- Você também está agindo de maneira estranha, Leonel. Não vai me dizer que sabe algo sobre o sumiço da Maria.
- Eu te pergunto das novidades e você me fala que seus pais estão transando, e eu sou o estranho?! – Sorriu alto divertindo-se com a expressão de Heitor. – Isso te incomoda? – Aproveitou sua distração e mudou de assunto.
- Não estou totalmente certo sobre o que pensar. - Heitor ponderou brevemente antes de articular sua resposta. - Qualquer um que passe mais de 1h com eles, pode ver que ainda sentem alguma coisa um pelo o outro, mas ainda assim relutam em assumir... Não sei o que pensar! Ela nos abandonou para viver sua vida!? - Ele passou a mão pelos cabelos, um gesto nervoso que refletia sua inquietação.

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A Madrasta
Roman d'amourAdaptação de uma das minhas novelas preferidas. <3 Obs; está sendo corrigida.