Estevão, após decidir não mais respeitar a privacidade de seus amigos, continuou lendo o que o detetive havia descoberto sobre todos eles. Quanto mais lia, mais percebia que realmente desconhecia quem eles eram.
Durante todos esses anos, Evandro fingiu ser seu amigo, enquanto secretamente permanecia apaixonado por sua mulher. Demétrio, um travesti, e estava envolvido com o tráfico. Bruno tinha ligações com a prostituição de menores. Fabiola, que tinha um filho fora do casamento, o havia abandonado por ele ter necessidades especiais. Daniela matou a própria irmã para ficar com o marido dela. Alba se envolveu intimamente tanto com Evandro quanto com Demétrio e, quando estava noiva, aos poucos, enlouqueceu seu noivo com pequenas doses de medicamentos, deixando-o cego e levando-o ao suicídio e daí vinha boa parte de sua fortuna. Esse mesmo noivo, antes de se envolver com ela, namorou Carmem. Patrícia, uma adolescente ambiciosa quando conheceu Arthuro, o ajudou a tirar a vida da mãe de Leonel para ficar com ele e, pelo visto conhecia todos os segredos de todos eles.
Ele olhava para a pasta e sentia-se um idiota. Era como se todos ao seu redor estivessem tentando enganá-lo.
- E sobre o crime pelo qual minha mulher foi condenada?
- Ainda não tenho evidências concretas, mas revisei minuciosamente as imagens. Parece que seus amigos não foram completamente honestos. Além disso, o juiz que julgou o caso de sua esposa foi acusado de corrupção alguns anos depois, o que me leva a crer que o caso dela também possa ter sido manipulado.
- A Maria sabe? - Perguntou Estevão, a voz carregada de raiva mal contida.
- Bem, estou trabalhando com Luciano e o detetive que ela contratou. Parte do que acabo de lhe contar consegui com eles, o que me leva a crer que, sim, ela sabe... Contudo, acabamos de descobrir que o juiz que a julgou não era honesto. O estado fez de tudo para evitar um escândalo público. E as informações sobre Bruno e Fabíola também são recentes. - Explicou o detetive, observando Estevão passar a mão pelos cabelos, visivelmente frustrado. - Estou fazendo tudo o que posso para chegar ao fundo dessa história. E acredite, sou bom no que faço. - Tentou oferecer algum alívio ao homem.
...
No final da tarde, Estrela voltou da loja e foi direto para o quarto da irmã. A pequena estava no berço, enquanto Maria arrumava suas coisas ao lado.
- Oi! – Disse Estrela, sorrindo para a irmã, que observava atentamente o móbile de passarinhos voando acima do berço. No entanto, a pequena não parecia muito animada. - Você tá louca para sair daí, não é? - Estrela perguntou, inclinando-se para fazer cócegas suaves na barriguinha.
- Com certeza ela está. - Maria foi até elas e deu um beijo no rosto de Estrela. - Como foi seu dia? - Perguntou enquanto voltava a guardar as roupas de Luna no seu armário, mantendo um olhar carinhoso para a filha.
- O de sempre. - Ela largou a mochila no chão enquanto se jogava no sofá que havia quarto de Luna, soltando um suspiro cansado.
- Algum problema? - Maria arqueou uma sobrancelha.
- Nada que não possa se transformar em algo trágico. - Estrela respondeu com certa apatia.
-Quanto sofrimento. - Maria sorriu de volta, divertida. - Você é extremamente exagerada.
- Sua filha que é! – Disse Estrela, franzindo a testa enquanto olhava para o berço, ouvindo os berros da irmã que parecia cansada de ficar ali.
- Parece você quando tinha a idade dela. – Maria foi até o berço, pegou a pequena no colo e sentou na sua cadeira de balanço, embalando-a com carinho. Estrela observava atentamente como ela cuidava de Luna, e não podia evitar os ciúmes que sentia da irmã.

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A Madrasta
Storie d'amoreAdaptação de uma das minhas novelas preferidas. <3 Obs; está sendo corrigida.