05

885 46 5
                                    


 Estevão abriu a porta da sala que ela havia reservado, e para sua surpresa, o ambiente não estava vazio, em vez disso, seus olhos se depararam com a imagem de seus amigos, junto com suas primas Alba e Carmem.

Contudo, a interrogação não se limitava apenas a ele. Os olhares curiosos dos presentes rapidamente se voltaram para Estevão, questionando em silêncio por que ele estava ali.

- Você também foi convidado, querido? – Fabiola, com um ar de mistério e um sorriso sedutor, aproximou-se dele e depositou um beijo suave em sua bochecha.

- Esqueceu do seu marido, Fabíola? – Alba, observava a cena com desaprovação, revirou os olhos de maneira teatral.

- Está com ciúmes? – Fabíola provocou, questionando com um sorriso no rosto.

- Chega! – Bruno deu um fim naquela conversa sem sentindo diante do que estavam vivendo. – Afinal, o que estamos todos fazendo aqui? É alguma brincadeira?

Demétrio e Daniela, apesar do desconforto evidente, limitavam-se a observar sem expressar qualquer reação. Enquanto isso, Estevão, que sabia muito bem quem era a anfitriã, passou a mão nervosamente pelo cabelo, ao mesmo tempo que se perguntava o que diabos ela estava aprontando.

- Então, Estevão? Também recebeu uma carta sem remetente e veio por curiosidade ver quem era? – Evandro (Arturo Peniche) com um sorriso divertido, que denotava tanto apreço quanto desconfiança, já que todos estavam ali por conta de um misterioso convite sem remetente.

- Não! Para ele, eu fiz questão de ligar. – Maria fez sua entrada triunfal, segurando uma taça de champagne, chamando a atenção de todos.

Ostentando um longo vestido preto que delineava graciosamente seu corpo, com uma fenda provocante revelando sua perna a cada passo, e saltos vermelhos que adicionavam um toque de ousadia, ela desfilou elegantemente até Estevão. Ele, com uma expressão de puro encanto, observou-a se aproximar.

- Boa noite, querido! – Maria ofereceu sua mão direita, encarando-o com um olhar que seduzia e mexia com todos os seus sentidos. Estevão, após respirar fundo, pegou-a e a beijou, mergulhando nos provocantes olhos verdes que o encaravam.

Sem hesitar, Maria surpreendeu Estevão com um beijo demorado no rosto, a ação inesperada deixou-o completamente confuso e momentaneamente atordoado. Seus olhos encontraram os dela em busca de explicações, mas antes que pudesse falar, ela suavemente deslizou a ponta dos dedos pelo rosto e pelos lábios de Estevão, removendo com graciosidade o rastro de batom vermelho. Em seguida, ela tomou um gole de sua bebida e voltou-se para os seus convidados com um belo sorriso em seu rosto.

- Sentiram a minha falta? – Ela perguntou, sustentando seu sorriso desafiador. 

Enquanto Maria surgia diante deles, seus convidados a observavam incrédulos, incapazes de acreditar no que viam. Suas expressões entregavam uma mistura de surpresa e terror, como se estivessem sendo confrontados pelos fantasmas do passado. A perturbação era visível em seus rostos, e não passava despercebida a ninguém.

- O que está fazendo? – Estevão questionou, seu olhar sério contrastando de maneira marcante com a sedução que transbordava de Maria.

- Só aproveite a noite. Prometo esta noite não causar nem um dano. – Ela sussurrou em seu ouvido, com um ar de sedução.

- O quê?... – Alba, ainda aturdida, expressou sua confusão. – Que tipo de brincadeira é essa? – Levantou-se da cadeira, enquanto todos permaneciam pasmos, encarando Maria em estado de choque.

- Deve ser uma atriz, Albinha. – Carmem opinou, tentando encontrar uma explicação para a cena surreal, enquanto Alba revirou os olhos com desprezo.

- Olá, Alba. – Maria ergueu sua taça em um cumprimento irônico. – Pela sua cara, imagino que não tenha sentido tanto a minha falta, já que na minha ausência você se sentiu livre para ir morar na minha casa. – Sua voz, embora amável, carregava uma intensidade que não podia ser ignorada.

A MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora