Luciano e Maria se soltaram, voltando sua atenção para ele enquanto se aproximava. Estevão cumprimentou Luciano com um aperto de mão firme, acompanhado por um olhar frio. Em seguida, virou-se para Maria, beijou seu rosto e segurou sua mão, fazendo uma carícia.
- Assim que terminar o que tem com Luciano, venha à minha sala. – Ele ordenou e saiu. Ela ouviu e franziu a testa, intrigada com aquele comportamento direto e autoritário.
Luciano os observava, e era evidente que algo estava acontecendo entre eles.
- Você voltou para ele!? – Ele perguntou em tom acusatório.
Ela, que estava ao seu lado lendo os documentos que ele havia trazido sobre sua investigação, ergueu o olhar para ele e voltou-se para sua cadeira.
- Luciano, quero deixar bem claro que aprecio muito nossa amizade! No entanto, prefiro que não se envolva no meu relacionamento com Estevão.
- Relacionamento? – Perguntou incrédulo. – Você esqueceu que ele te abandonou por doze anos? Esqueceu que ele disse para seus filhos que você está morta?
- Não, não esqueci! – Ela suspirou, mantendo a compostura diante das acusações de Luciano. – Assim como também não esqueci que foi ele que te encontrou e pagou por seus serviços. Nós dois sabemos que durante todo o tempo que estive naquele maldito lugar, tive vários privilégios. Não era o melhor lugar do mundo, mas estava longe de viver a realidade daquele inferno.
- Deixou você sozinha, nunca apareceu para uma visita. Maria...
- Luciano, pare! Já pedi isso antes. Não se meta. Eu sei exatamente o que estou fazendo!
Diante disso, ela mudou o foco da conversa e voltaram a analisar os passos que o detetive deu nos últimos dias. Maria estava inteirada sobre a vida de cada um de seus amigos.
Ainda pela manhã, logo depois que Luciano saiu, Leonel entrou na sala de Maria e a encarou com uma expressão distinta. Desta vez, havia um misto de admiração e respeito em seu olhar.
- Está tudo bem? – Ela o viu entrar e franziu a testa sorrindo timidamente diante do olhar que ele lhe direcionava.
- Sim! – Ele se aproximou dela, que já se levantava de sua cadeira, e a abraçou.
Tinham se passado uns dois dias desde que ele retornara de seus merecidos dias de descanso, e ainda não tinham tido a oportunidade de se encontrar.
- E como foi na cabana? – Ela perguntou interessada, enquanto ele se acomodava na cadeira e ela voltava ao seu lugar. – Pela sua cara, acredito que não foi sozinho.
Como de costume, os dois mantiveram uma conversa com uma intimidade agradável. Ela demonstrava interesse em saber sobre os dias de descanso dele, enquanto ele expressava curiosidade sobre o progresso dela com os filhos, que, aparentemente, tinham superado qualquer sentimento de desprezo em relação a ela.
- Tenho algo para você! - Ele disse depois de um bom tempo de conversa.
- Hum... Um presente? – Perguntou com um sorriso nos lábios ao vê-lo retirar algo de sua pasta.
- Acredito que sim! – Ele entregou a ela.
- Um diário? – Pegou das mãos dele, demonstrando curiosidade.
- Abre! – Ele a incentivou. Ela abriu o diário e exibiu uma expressão surpresa. – Espero que não se importe, dei uma olhada antes de te entregar.
- O diário da Patrícia!? – Ela fechou o caderno e o abraçou, como se quisesse protegê-lo. – Como você conseguiu pôr as mãos nisso?
- Acho que ela esqueceu na última vez que esteve lá. A última anotação é datada de quatro dias antes da última viagem de vocês.

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A Madrasta
RomanceAdaptação de uma das minhas novelas preferidas. <3 Obs; está sendo corrigida.