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Carmem levantou-se e dirigiu-se a Maria, envolvendo-a em um abraço caloroso. Enquanto isso, Alba limitou-se a cumprimentá-la com um olhar frio.

– Meu pai mencionou que vocês já se conhecem. – Ângelo comentou, explicando a razão da presença dela ali. Ele lançou um olhar para o pai, que naquele momento tentava manter uma postura neutra. "Ela escolheu estar aqui, então que assuma as consequências de suas atitudes precipitadas", pensava ele.

Depois que Alba e Maria, se cumprimentaram por pura civilidade, todos se sentaram em seus lugares. Leonel e Heitor escolheram assentar-se um de cada lado de Maria.

Enquanto a noite avançava com risos e piadas, Maria ainda não se recuperara totalmente do inesperado encontro com os filhos. Ela não conseguia se concentrar no que estava ao seu redor, ignorando até mesmo a presença de Alba, que ocasionalmente a provocava com perguntas pessoais. Estevão e Leonel, por sua vez, sentiam-se obrigados a ajudá-la, mesmo com Leonel e Carmem se divertindo em alguns momentos. No final, encontravam maneiras de desviar o foco de Maria.

Durante o breve período, Maria teve a oportunidade de observar e ouvir a voz dos filhos, percebendo um pouco da personalidade de cada um, inclusive de Ângelo, que se mostrou amável e gentil o tempo todo.

Após um pouco mais de duas horas, Maria anunciou que precisava ir. Agradeceu a Ângelo pelo convite e o parabenizou novamente, envolvendo-o em um abraço apertado, desses que apenas uma mãe consegue proporcionar, transmitindo ao jovem uma sensação de amor e cuidado.

Ao se levantar da cadeira para se despedir, Estrela acabou esbarrando no garçom que passava naquele momento, resultando em um pequeno acidente entre os dois.

Ela olhou para o próprio corpo e viu suas roupas encharcadas e grudentas pelo líquido derramado, sentindo uma fervura interna de frustração.

- Você não vê para onde está indo?... Olha como você me deixou. – Ela praticamente gritou com o rapaz que recolhia a bandeja e os cacos de vidro do chão para evitar possíveis acidentes. – Onde está o gerente? – Continuou reclamando, atraindo olhares curiosos de outros clientes para a cena.

Maria, que já estava de pé, aproximou-se e segurou a mão de Estrela para chamar sua atenção.

- Querida, foi um acidente. Ele não teve culpa. – Olhou firmemente para Estrela, que não gostava de ser repreendida.

- Maria tem razão, Estrela. – Ângelo acrescentou ao se posicionar ao lado da irmã.

- Olha como estou! – Ela apontou para si mesma, querendo que Maria e Ângelo vissem seu estado. – Meu vestido... – Reclamou, visivelmente irritada.

- Me desculpe, senhorita. – O rapaz pediu. Estrela, que ainda não tinha visto seu rosto, olhou para trás e se surpreendeu ao encontrar Greco. – Não foi minha intenção. – Ele pediu sem jeito, ignorando o fato de já se conhecerem e tratando-a como uma cliente comum. A verdade era que esse comportamento dela não o surpreendia.

O gerente, alertado sobre o ocorrido, dirigiu-se até eles com um sorriso conciliador. Ao perceber quem eram os clientes, expressou seu pesar pelo inconveniente e assegurou que a conta estava dispensada como forma de compensação.

- Por favor, aceitem minhas sinceras desculpas. Não queremos que essa experiência prejudique a qualidade do serviço oferecido em nosso estabelecimento. A refeição de vocês está por nossa conta. 

Maria, notando o constrangimento no rosto do rapaz responsável pelo incidente, voltou-se para ele com uma expressão amigável.

- Não se preocupe. Foi realmente um acidente, e estamos todos bem. – Ela dirigiu um olhar tranquilizador para o funcionário, que respirou aliviado.

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