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- Maria, ainda não acabamos. - Estevão persistiu na conversa, seguindo atrás dela. A falta de controle sobre ela estava o levando à beira da loucura.

- Por agora, sim! Temos que trabalhar. – Ela tirou sua camisola, deixando-a cair no chão do banheiro junto com sua calcinha, e entrou no box, onde a água morna já caía.

Com muito ainda para dizer, ele observou sua silhueta através do vidro embaçado do box e engoliu em seco. Tentava manter em mente que ela ordenara que dessem uma surra em seu amigo, que já nem tinha mais idade para passar por isso. No entanto, seu corpo parecia não ouvir sua mente, já reagindo aos sinais que ela despertava nele.

Frustrado, ele respirou fundo, se desfez de suas roupas e juntou-se a ela embaixo do chuveiro.

Ele tomou o sabonete de sua mão e de modo hostil, iniciou uma carícia por suas costas. Com as mãos, explorava cada parte dela, notando sutilmente as mudanças em seu corpo, mas ele não se atreveria a fazer qualquer comentário sobre isso.

- Ainda ressentido comigo?  - Ela perguntou,  voltando-se para ele. E, ali estava ela, a personificação da tempestade em sua vida, com aquele olhar que parecia desafiar e seduzir ao mesmo tempo. Ele a encarava, e tinha a certeza absoluta de que ela também seria a razão do seu próximo infarto.

- Sim! -  Ele respondeu com um tom grave, avançando e pressionando seu corpo contra o dela, até que ela se encontrasse firmemente presa entre ele e a parede do banheiro, enquanto ela com um sorriso travesso nos lábios, sem demonstrar qualquer sinal de preocupação, envolveu os braços ao redor de seu pescoço, e então o beijou.

Sob a névoa do vapor, ambos transbordando de desejo mútuo, compartilhavam beijos apaixonados e intensos, uma mistura avassaladora de desejo e raiva que os consumia por completo. Ele a dominava com movimentos firmes e decididos, explorando os limites de seus corpos, essa conexão que só sentia com ela.

Ela, igualmente envolvida pela paixão, correspondia com a mesma intensidade. Havia urgência e desejo, uma ânsia incontida de alcançar sua recompensa. Indiscretamente, seus hormônios falavam por ela.

...

- Para onde está indo a essa hora? – Alba perguntou a Patrícia, que já se dirigia para fora da casa.

Enquanto os dois compartilhavam o chuveiro, Alba observava Patrícia arrastar sua mala.

- Estou indo visitar Evandro. - Patrícia respondeu, sem interromper seus passos em direção à porta.

- Tão cedo? E vai levar suas malas? – Alba apontou sua mala. – Não gostou da hospitalidade?

- Não suporto a presença dela! Não sei como conseguem seguir com esse teatrinho. - Patrícia desabafou, expressando claramente sua frustração.

- Verdade? Achei que fossem manter a amizade.

- Você sabe muito bem que não vou simplesmente deixar para trás tudo o que tive que enfrentar por causa dela. – Patrícia respondeu, com um tom de desprezo ao mencionar Maria. - A odeio! - Acrescentou, sem conseguir conter a intensidade de sua ira. - A odeio mais do que nunca! - Patrícia cuspiu as palavras, enquanto Alba a observava com um sorriso irônico, mostrando sua verdadeira opinião sem dizer uma palavra.

- Vou com você! - Ela comunicou, com seu sorriso  irônico estampado no rosto.

- Eu quero falar com ele a sós. - Contrapôs Patrícia, enfatizando sua necessidade de uma conversa particular com ele.

- Querida, sei exatamente o que você está querendo. E acredite, estamos todos com o mesmo problema. Todos desejamos pôr um fim nela. - Alba assegurou, de modo que ficasse claro que ambas compartilhavam um objetivo em comum.

A MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora