32

872 55 19
                                    

- Mas eu não mencionei nada sobre casamento.  – Após um breve momento de silêncio, ele optou por provoca-la.

Em resposta, ela arqueou uma sobrancelha, encarando-o, enquanto ele parecia estar se divertindo à sua custa.

- Não me provoque, Estevão! –  Levantou-se e tomou a garrafa de uísque de sua mão, despejando o líquido em seu copo. –Vivian, está certa! Não posso simplesmente vir morar aqui. – Ela respondeu aborrecida, enquanto ele retomava a garrafa de sua mão, colocando-a sobre a mesa ao seu lado. – E, eles precisam de mim.

- Mas assim, sem romantismo? – Estando atrás dela, ele a envolveu com ternura em seus braços, afastou os cabelos ainda úmidos para o lado e depositou um beijo em sua nuca, provocando um revirar de olhos dela em repreensão. Contudo, ela se viu forçada a sorrir ao ouvir o som adorável de seu sorriso.  – A coisa está tão séria assim? – Perguntou, de bom humor, já não tão chateado com a filha.

- É oficial, Estevão. Nossos filhos vão nos matar! – Ela concluiu e deu mais um gole em sua bebida. - Você está ciente de que Heitor está exagerando na bebida e se envolvendo em situações que não deveria?... Tenho receio até de conferir suas notas na faculdade. – Entre os braços dele, ela se mantinha, ora defensiva, ora reservada, mas também desfrutando do calor de seu abraço.

Ele a ouviu atentamente, retirou o copo de suas mãos e o ergueu como se brindasse, tomando um gole. "Sempre foi uma tarefa árdua domar os filhos."

- Ah... É absolutamente essencial procurar outros especialistas para o Ângelo. Sua saúde é frágil, e essas crises frequentes são preocupantes. – Ela voltou-se para ele, tomou seu copo das mãos dele e o trouxe até seus lábios, tomando mais um gole. Seus olhares se encontraram, e num gesto delicado, ele acariciou seu rosto, beijando-a com carinho.

Enquanto ela mantinha firme o copo em suas mãos, como se ainda estivesse na defensiva, ele a beijava com a saudade dela em sua vida. Saudade da sua mulher.

- Aqui, nesta casa, você é quem manda. – Ele segurou uma de suas mãos e a beijou.  – Faça o que quiser! –  Em seguida, apanhou a garrafa de whisky da mesa ao lado e, ao lado de Maria, dirigiu-se ao sofá.

- Ainda estou irritada com...

- Eu sei! – Ele a interrompeu, compreendendo que ela ainda guardava ressentimentos por ele estar com Ana Rosa quando passou mal.

Sentado confortavelmente no sofá, ele apoiou os braços nas pernas e dividia um copo de uísque com ela. Enquanto conversavam sobre os planos para os próximos dias, ele tentava dissipar sua irritação.

- O que foi? – Após um bom tempo de conversa sobre o comportamento dos filhos, a discussão desta noite com Estrela e os planos futuros, ela percebeu que ele não parava de encará-la.

- Nada, só estava pensando em como você consegue ficar ainda mais bonita quando está irritada.

- Você e suas cantadas baratas, Estevão. - Ela rolou os olhos, mas não conseguiu conter um sorriso, permitindo-se relaxar por um breve instante.

- Precisamos contar a verdade para eles. – Por muito pouco, Estevão não revelou a verdade para a filha, que durante a discussão mostrou ter a língua bem afiada.

- Eu sei!... Mas ainda não posso! – Ela o encarou com um olhar triste. – Preciso provar que fui injustiçada, que paguei por  um crime que não cometi. Não quero que me vejam como mulher que disparou contra a própria amiga por ciúmes.

- E como anda sua investigação? – Ele questionou, e ela o encarou com desconfiança.  – Você está investigando, não é?

- Sim! – Ela respondeu, sustentando um olhar sério.

A MadrastaOnde histórias criam vida. Descubra agora