Quando ele foi em casa trocar de roupa, Alba aproveitou para contar que Maria tinha estado lá mais cedo e mais uma vez a ameaçou. A princípio, ele duvidou e não deu atenção, mas para deixá-la mais tranquila, deu a entender que resolveria a situação, talvez não da forma como Alba queria, já que, por ela, ele teria que mandá-la para bem longe. No entanto, diante do que acabara de acontecer, ele começou a suspeitar que as ameaças de Maria não eram exclusivas a Alba, mas também poderiam se estender aos outros, que nunca esconderam seu descontentamento com o retorno dela.
- É uma piada? – Ele simplesmente ignorou sua pergunta, optando pelo silêncio, mas ela não deixou passar. – Lembro-me claramente de você dizendo que não queria nossos filhos vivendo sob o mesmo teto que uma mulher como eu! – Com um tom irônico e impregnado de desprezo, ela conseguiu a atenção dele, que sabia que esse assunto estava prestes a ser desenterrado.
- Não sei se você lembra, mas há pouco, sofreu uma tentativa de sequestro. – Ele soltou um suspiro pesado e respondeu com a mesma intensidade. – Não pode ficar sozinha!
Seu olhar permanecia fixo no dele, enquanto ela tentava disfarçar a decepção que sentia. No final das contas, esperava algo mais, especialmente depois de vê-lo deixar seu apartamento para ir atrás de Ana Rosa.
- Compreendo, mas realmente não é necessário que se preocupe tanto. Sei muito bem cuidar de mim mesma! – Com um esforço notável, ergueu-se do sofá, decidida a sair da sala. - Além disso... - Antes que pudesse concluir sua frase, percebeu que ele bloqueava sua saída, interrompendo-a e impedindo-a de abrir a porta. De repente, ele a envolveu em um abraço e depositou um beijo afetuoso em sua testa, suavizando o momento com gestos carinhosos.
- Eu sei que és capaz de cuidar de ti mesma, mas não posso deixar de me preocupar. - Ele murmurou, mantendo ela em seus braços. - Às vezes, as pessoas precisam de ajuda, mesmo que não admitam. – Elevou o rosto dela para que olhasse diretamente nos olhos dele. – Não vou conseguir ficar em paz sabendo que há alguém querendo te fazer mal.
- Que ironia, não é mesmo? Desde que você apareceu na minha vida, minha paz evaporou e tudo se transformou em um verdadeiro caos.
- Maria...
- Não estou disposta a ir para sua casa só para aliviar sua consciência ou te livrar de qualquer culpa. - Ela enfatizou, deixando claro que não tinha interesse no convite motivado por sentimentos de culpa dele.
- Nossa casa!
- Agora é nossa casa... – Ele respirou fundo, e cansado de suas queixas, a calou com um beijo.
- Isso só está acontecendo porque a Sra. não consegue ficar quieta. Você está livre! – Ele segurava seu rosto com as duas mãos, como se quisesse fazê-la mudar de ideia. – Por que não aproveita essa segunda chance que a vida está nos dando?
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- Preciso dos meus filhos, Estevão! Quero que saibam que sou sua mãe! Quero ouvi-los me chamando de mãe. Não vou parar nunca! Já devia saber. - Com os olhos fixos nos dele, ela advertiu com determinação. - Não pense, nem por um segundo, que esqueci o que vocês fizeram comigo quando resolveram contar essa mentira para os meus filhos. Ou que esqueci que me condenaram àquela prisão. - Falou entre dentes.