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Estrela, ao perceber a interação entre Maria, Alba e Ana Rosa, resolveu agir estrategicamente. Consciente de como a presença de Maria afetava Alba e incomodava Ana Rosa, suas inimigas declaradas, ela propôs trabalhar meio período na joalheria de Maria. Além de provocar sua prima e a noiva de seu pai, também passaria mais tempo perto de Greco, o jovem que despertava seu interesse, mesmo que ele a ignorasse veementemente. Afinal, aos olhos de Greco, Estrela era vista como jovem demais e mimada, o que tornava a situação ainda mais interessante para ela, especialmente porque um vizinho dele a desejava, provocando ciúmes em Greco. Era uma diaba.

Inicialmente, seu pai resistiu à ideia, enquanto Alba expressou seu desagrado de maneira estridente, considerando tudo aquilo absurdo. Mas após muita insistência, Estrela conseguiu convencer seu pai, que viu na proposta da jovem uma oportunidade de se aproximar de sua orgulhosa esposa.

Durante aquelas semanas, Estrela e Maria compartilharam alguns momentos juntas. Estrela já conhecia seu apartamento, já haviam feito compras juntas e agora, Estrela a levou para a mansão. 

Embora Estrela apreciasse verdadeiramente a companhia de Maria, não hesitou em aproveitar a oportunidade para provocar Alba. E, com um pouco de sorte, ela imaginava que poderia irritar Ana Rosa, que nos últimos dias havia se mostrado mais presente do que o habitual.

Maria, longe de ser ingênua, percebia claramente as intenções de Estrela. Já estava a par da fama dos filhos e das histórias sobre os desafios que eles costumam trazer quando o assunto é uma madrasta. Contudo, mesmo com esse conhecimento, ela optava por aproveitar cada minuto ao lado da filha para conhece-la melhor. E quanto mais a conhecia, mais percebia o quanto ela era mimada, carente e por muitas vezes, ríspida. Pensava em como poderia estar mais perto dos filhos, que pelo pouco tempo que esteve com eles, seu coração já lhe dizia que eles precisavam dela.

Estrela, guiou Maria até seu quarto, e mostrou suas coisas como se fossem preciosidades dignas de admiração. A intenção era criar a impressão de que Estrela valorizava profundamente essas coisas, mantendo assim uma conversa envolvente com Maria.

Enquanto observava o quarto e as ações calculadas de Estrela, Maria lançou um rápido olhar para o relógio, imaginando que Estevão estivesse prestes a chegar. Sentia a urgência de se retirar dali o quanto antes.

- Querida, preciso ir embora. - Ela interrompeu a garota, que não parava de falar. - Acabei de lembrar que tenho um encontro marcado com Luciano.

- Luciano é aquele cara que ficou o tempo todo ao seu lado no coquetel? – Questionou Estrela, mantendo uma expressão desinteressada. No entanto, em sua mente, ela já tramava estratégias para utilizar Maria como peça fundamental na separação entre Ana Rosa e seu pai. A ideia de que Maria já estivesse comprometida lhe trazia um novo desafio.

- Sim, ele é um grande amigo e meu advogado. Em outro momento, te convido para conhecê-lo melhor. – Maria levantou-se da cama. –Agora, preciso ir mesmo. – Estrela, que observava o movimento lá fora pela janela de seu quarto, sorriu ao avistar o carro de seu pai chegando em casa.

- Vou esperar seu convite. – A jovem falou, animada, dirigindo-se até ela. – Eu te acompanho até a porta...

- Tudo bem! – Maria a interrompeu, sentindo pressa para sair dali. – Conheço o caminho, não precisa se incomodar. Te espero segunda-feira. – Pegou sua bolsa e, com um beijo no topo de sua cabeça, se despediu. Estrela, acostumada a receber carinho apenas do pai e dos irmãos, e mesmo assim, quase sempre com alguma resistência, ficava completamente atônita diante da naturalidade com que Maria a tocava. Era como se Maria tivesse encontrado as chaves certas para desarmar as defesas de Estrela, e o mais surpreendente era que ela gostava desse gesto.

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