49 - protocolo

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Regresso e caio para trás ao ver a mensagem nas telas de computador da central de comando.

Droga, mais uma vez penso. Depois me contenho.

Recapitulo tudo que passei de uma forma bem sucinta e descubro que até agora reagi de forma apropriada, mesmo diante de meu alter ego Curioso. Talvez meus empecilhos não fossem assim tão enormes como imaginei, mas em algum aspecto, pressenti ter sido negligente. Apenas não sei em qual. Tenho a máscara e os arquivos em mãos, Túmulo e Fogo possivelmente estão assegurados e possuo uma provável pista de onde Strike está.

Mas, claro, eu simplesmente esqueci que o lado oponente não é uma massa acéfala. Eles com certeza já estão relativamente preparados para uma ocasião como essa.

Estão preparados com o protocolo 3, seja lá o que for. Nossa, isso soa perigoso. Pior, soa como se eu fosse um amador, como se eu fosse uma formiga em meio a milhares de pés. De um certo modo, eles sabem mais do que eu. Conhecem a base e são soldados treinados, além de possuírem um maldito protocolo de segurança para eventuais infiltrações.

Contras. Estou vendo somente os contras. Porém há um pró nisso?

Pela primeira vez penso em que maneira eu vou fugir dessa base. Pode ser que não fuja, talvez o protocolo seja de segurança máxima.

Só são hipóteses, Eric, tento me reanimar. É quase frustrante, o medo me permeia, como o escuro que me rodeia atualmente. Quem me dera ter óculos de visão...

...noturna.

Guardo o grãozinho e aos trancos e barrancos me encaminho para a porta de saída. Reparo que o negrume torna mais complicado que eu saia daqui, já que não vejo com clareza o outro lado da antessala. Está tudo, exatamente tudo, imerso na escuridão, exceto aqui, é lógico, que as letras verdes iluminam um pouco a central de comando.

- Não tenha medo. - digo em voz alta, embora quisesse ter dito em pensamento.

Me teletransporto para o outro lado e encosto em uma parede à esquerda. Tateio o muro como se ele fosse algo precioso e irreal. Bem, de certa forma, perdê-lo não é algo bom, mas não vamos exagerar. Continuo em frente, para a escuridão, e quase perco o equilíbrio ao me recordar subitamente do corpo do soldado que eu deixara no caminho.

E então eu de fato perco o equilíbrio e tombo para a frente.

- O quê? - indago, quando encontro o pavimento, mas consigo reter o impacto com os braços.

Foi como pisar em falso.

Empurro o pé na direção do corpo, mas chuto apenas o ar. Como dia...?

O escuro me incomoda, mas finalmente tenho uma ideia óbvia a qual deixara escapar. Pego o celular da mulher na central de comando e ilumino com o flash da câmera o local. Enquanto isso, sem querer me pergunto como não sei o nome da tal mulher. O pensamento se esvai na mesma hora que a luz encontra o local devido.

Não existe corpo.

Viro a lanterna para a direita e para a esquerda e dou de cara com um corredor vazio. Não há indício de nenhum dos dois soldados que enfrentei.

Sem vestígios do acontecido.

Mas aconteceu.

Várias dúvidas acompanham o acontecido, as quais acompanham meu sentido de apuros ainda mais. Eles não foram ao meu encontro na central de comando quando acordaram ou foram acordados. Por quê? Foram aonde? Por que raios não me encurralaram, não me atacaram? Eu estava a poucos metros de distância.

A esse ponto já estou saturado de cair no chão, por isso me ergo de supetão, resoluto, e prossigo em meu percurso. Respiro fundo. E agora?

Agora tenho que achar uma escada ou um elevador. Teoricamente aparenta ser fácil, mas tudo muda na prática.

Máscara Negra - ImpactoOnde histórias criam vida. Descubra agora