nossos filhos

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MANU.
Quando os violinos e pianos começaram a ecoar o som da macha nupcial, eu senti até os pelos da minha nuca arrepiando. Gabriel estava com um sorrisinho cínico na da cara que se eu ficasse olhando muito para ele cairia na risada.

- Sabe que ainda dá tempo de fugir, né..?!

- Eu não fugiria, mesmo que você me propusesse a melhor das viagens. - nos dois conversávamos baixinho enquanto andávamos devagar.

- Acho bom que não queria mesmo, Rafaela não iria me perdoar!

Todos os convidados sorriam, alguns tiravam fotos. Acho que era inusitado um jogador levando a noite para a mão do outro. Mas pra mim era o meu melhor momento, tinha toda minha família aqui, minha filha, o meu bebê, meu, meu melhor amigo me levando para o altar e entregando-me de uma vez por todas ao homem da minha vida. Eu estava completa, realizada e era isso o que me importava e não o que um ou outro estaria pensando ou falando sobre o nosso casamento.

Os olhos esverdeados foram meu foco principal. Marejados e algumas lágrimas já estavam escorrendo no rosto que eu tanto amo dar carinho e beijar. Os dentes que prendiam o lábio inferior e depois o soltava para dar um sorriso nervoso. Merda, eu amo tanto esse homem.

- Se tu der um vacilo, eu corto teu pau tá me entendendo? - Gabriel sussurrou para o Júnior quando já estava para me passar para ele, mas eu ouvi e acabei dando risada.

- Relaxa irmão, nunca mais eu quero perder essa mulher. - Eles fizeram um toque, Gabriel beijou o topo de minha cabeça e Júnior estendeu o braço para que eu cruzasse o meu. - Você tá linda, meu amor.

- Obrigada, você também está.

Ele sorriu pra mim e eu respirei aliviada, meu estômago estava se revirando mas era só um pouco de ansiedade.

O pastor deu início a toda a cerimônia, falando tudo que era de prache e por fim havia chegado a hora dos votos e troca das alianças.

Seria a vez do Junior primeiro, ele repetiu as falas do pastor, colocou a aliança no meu dedo e sorriu. Tomando coragem para começar e eu estava tentando me manter firme nas minhas pernas que bambeavam.

- Eu poderia começar a falar de tudo lá de trás, de como nos conhecemos ou de como fomos errados em começar uma relação em cima de outra. Mas pelo menos por hoje eu tô afim de esquecer isso, prefiro me lembrar de quando eu percebi que não iria conseguir conviver sem ver teu sorriso aberto só pra mim ou de quando nossa filha nasceu trazendo consigo um pedaço de nós dois juntos para fincar raízes nesse mundo em que vivemos. - Júnior falava sem vacilar o olhar do meu, usou a mão que estava livre agora secar meu rosto e eu ri em meio ao choro. - Eu te amo amor, muito e quero ficar com você até ficamos bem velhinhos, cheios de netos e com toda certeza mais filhos. Eu te digo sim aqui e vou te dizer por todos os dias restantes da minha vida.

Era minha vez.
Eu repeti tudo o que o pastor mandou, que o aceitava na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte nos separasse. Quando eu disse o sim em alto e bom som escutei junto um resmungo do choro do Junior. Foi engraçado, parecia um bebê. Estava minha mão na sua, coloquei a aliança e fiquei segurando sua mão em minha palma direita. Com a esquerda eu pousei na fita do meu vestido, ele não percebeu, estava com os olhos concentrados em meu rosto.

- Eu poderia ficar por horas dizendo tudo do que eu sei de todos os detalhes que eu rememorizei sobre nós dois. - eu mordi meu lábio inferior e ele me arqueou as sobrancelhas, surpreso. - Mas acho que eu não posso te dar prova maior do quanto eu te amo e sou completa por está contigo do que os nossos filhos. Valentina, o nosso pequeno que está com o papai do céu e agora esse bebê!

Sentimento Louco 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora