nosso amor

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MANU
— Não quero mãe, eu me sinto tão estranha ao lado dele, me sinto como se tivesse devendo algo .. — Eu falava com a minha mãe que insistia no passeio que o Júnior me chamou.

— Os médicos disseram que é legal você se inserir novamente na sua rotina, vai ajudar na sua memória. — Ela pegava uma roupa no guarda roupa pra mim.

— Meu Deus, to me sentindo uma criança, até minha roupa você vai escolher? — Eu olhava ela separando a minha roupa.

— Vou, e se precisar vou te da um banho, lhe arrumar e lhe levar arrastada até o carro. — Ela falou rindo.

— Você disse que não gostava dele, qual era o motivo mesmo? — Perguntei pra minha mãe que me olhou no susto.

— Quem te falou isso? — Ela perguntou meio desconfortável.

— O Gabi, mas não falou o motivo.. — Falei já vestindo a roupa que ela tinha separado pra mim.

— Coisa de sogra minha filha, mas ele é um menino maravilhoso. — Ela suspirou e me olhou sorrindo. — Um pai excepcional para Valentina.

— Em falar na Valentina, não sei se é amor de mãe, mas eu já estou amando ela tanto. — Falei sorrindo.

— É amor de mãe sim, amor de mãe supera tudo, até mesmo essa sua falta de memória, amor de mãe é além de tá na cabeça, tá no coração, no corpo .. — Minha mãe falou sorrindo, me abraçando.

Sai do quarto e desci as escadas da mansão, no pé da escada a tia Nadine estava, era outra que eu tinha um amor imenso, realmente acho que ela era uma pessoa de grande valor para mim, as vezes eu me odiava por não conseguir devolver o amor que essas pessoas tem por mim, não vejo a hora de tudo voltar ao normal.

— Tome a sua princesa, arrumei ela todinha pra esse picnic. — Ela falou sorrindo e me entregando a Valen.

— Como você tá linda meu amor. — Falei cheirando o topo da cabeça dela e olhando pra tia sorrindo.

— Vamos? — Neymar chegou na sala.

Ele estava lindo, a roupa bem à vontade, assim como eu e a Valen estávamos.

— Eu tenho mesmo que ir?

Sorri meio sem graça e o vi desfazendo o sorriso.

— Tô brincando! — Sorri, mas realmente eu não queria ir, mas a cara dele me comoveu.

— Que susto amor! — O encarei ele sorriu.

Caminhamos até a porta da mansão, eu estava com a Valentina no colo.

— Pra onde vamos mesmo? — Perguntei assim que ele deu partida no carro.

— Vamos no Ciutadella, é um lugar aberto, com lugar bem sugestivo para um picnic.

Fui calada o caminho todo, observava tudo, aquelas ruas, aquele céu azul e sempre olhava de relance pro Júnior.

Ele cantarolava um música, sorria, as vezes fazia umas coreografias.

Chegamos ao tal parque, ele deixou o carro em qualquer lugar, observei e o parque estava vazio, parecia até mesmo que ele tinha reservado só pra gente.

— Porque o parque tá vazio? — Perguntei observado rápido enquanto tirava a Valentina do carro, ajeitei ela no carrinho que ainda dormia.

— Hoje só vai está a gente aqui.

— Sério? — Perguntei abrindo a boca e logo depois gargalhando.

— Sério! Tem um cantinho separado pra gente, vamos? — Ele falou sorrindo e oferecendo a mão para eu segurar.

Eu não conseguia mais negar o que ele pedia, eu me sentia a pessoas mais malvada do mundo, afinal ele me tratava com tanto amor, cuidado.

Segurei em sua mão e senti ele enlaçar os dedos nos meus, suspiramos juntos, com a mão livre ele empurrava o carrinho da Valentina.

Chegamos em um lugar todo enfeitado, de longe eu não conseguia identificar, mas tinha umas imagens empiduradas, uma toalhas estava estendida no chão, tinha várias coisas encima dela, o que estava longe agora estava perto, no varal que eu não conseguia enxergar direito tinha várias fotos pregadas, fotos minha com o Júnior, fotos minhas grávida, fotos minha dele e da Valen.

— Eu ainda não tinha visto essas fotos. — Falei soltando a mão dele e olhando.

— Você ficou muito linda grávida. — Ele elogiou logo atrás de mim co ma Valen no colo enquanto eu observava uma foto minha com o barrigão.

— Eu me culpo tanto por não lembrar desse momento. — Funguei começando um choro.

— Não se culpa meu amor, não se culpa. — Ele falou se aproximando mais, colocando um fio solto do meu cabelo pra trás da orelha.

— É muito difícil pra mim Júnior, me esforço muito, todos os dias quando me deito tento colocar ao máximo minha cabeça pra funcionar, lembrar dela, lembrar de você ...

JÚNIOR
Me matava saber que a Manu se esforçava, que ela queria de fato lembrava de mim, da Valen.

— Não fica assim meu amor, você vai ver, pouco a pouco tudo vai voltar pro lugar, os médicos falaram que não vai ser algo eterno. — Entreguei a Valentina a ela e aproveitei para limpar suas lágrimas.

— Mas eles também não dão prazo, pode ser amanhã, pode ser daqui a um mês, daqui a um ano, dez anos, cem anos .. — Ela chorava.

Ficamos ali de pé até ela sessar aquele choro.

— Vamos, vem sentar ali, tudo que tava nessa toalha são coisas que você ama. — Trouxe ele pra perto, e sentamos naquele chão.

— Tem coisas que eu lembro, tipo, a Nutella, as uvas, mas tem coisas que não .. — Ela falou pegando o pote de Nutella e enfiando o dedo.

— Acho que tem coisas que você aprender a gostar e experimentar aqui. — Dei a ela um potinho que tinha um creme catalana, era um doce típico daqui. — Você comeu ele praticamente a sua gravidez inteira.

— Sério? — Ela falou sorrindo enquanto eu dava uma colherada a ela. — Hm, delicioso, acredite que tenho uma memória no paladar dele, não me é desconhecido esse sabor. — E de cheiro também, nunca te falei, mas o seu perfume eu reconheci ..

— Sério? — Olhei pra ela sorrindo.

— Tipo, eu não sabia que era seu, mas sabia que já tinha sentido aquele cheiro é que gostava dele. — Ela falou sorrindo enquanto se deliciava com o doce.

— Legal isso! — Falei realmente achando legal e ainda mais apaixonante o fato dela saber que era o meu.

Passamos o resto da tarde ali, nos três. Manu nem precisa aquela que desde que tinha acordado buscava distância de mim, vivemos uma tarde que eu estava sonhando desde aquele tempo.

A volta pra casa também foi bem agradável, chegamos e uma plateia na sala nos aguardava, minha mãe, a mãe da Manu, Rafa, meu pai, Jota e Gil.

Entramos e aqueles olhares se voltaram pra gente.

— Que foi? — Perguntei rindo, sabendo o que eles queriam perguntar porém tentavam disfarçar.

— Vou correr pra dá um banho da nossa filha. — Manu falou me deixando surpreso.

Todos ainda nos olhava e a Manu saiu do alcance dos nossos olhos.

— Ela lembrou? — Minha mãe perguntou também surpresa.

— Não! — Suspirei sorrindo e me jogando no sofá. — Mas ela se quebrantou... Rafa, valeu pelas fotos. — Sorri pra minha irmã que me respondeu sorrindo.

Eu estava disposto realmente a começar do zero até quando precisasse, a fazer a Manu entender e aprender o nosso amor.

Sentimento Louco 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora