Me contar o que?

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J U N I O R

— MEU DEUS! — Vi minha mãe gritar após olhar no telefone.

— Que foi mãe? — Perguntei nervoso, chegando perto dela.

— Meu filho, eu acho que você tá sendo super abençoado por Deus... — Minha mãe falava. — Mas eu não sei como você vai lidar com essa benção.

— Que foi mãe? Para de falar por códigos. — Eu olhava pra ela nervoso.

— Manuela tá grávida...

Minha mãe me falou aquilo e logo após virou o celular pra mim, mostrando a foto do exame no nome da Manu.

— Meu Deus mãe.

O sentimento era misto dentro de mim, feliz eu estava, eu ia ser pai, mas de dois ao mesmo tempo, o problema era que as mães não eram as mesmas.

— Onde ela está mãe? — Perguntei depois de me recompor desse baque.

— Estava no hospital, Rafaella me falou que ela desmaiou.

— Mãe? O que eu vou fazer?

Eu pedia ajuda e esperava que realmente minha mãe tivesse uma solução pra mim.

— Junior, eu não sei o que te falar meu filho, eu só acho que você deve jogar limpo com as duas, agora ambas carregam um filho seu no ventre... — Minha mãe falava com a maior calma do mundo.

— Queria que o mundo fosse assim, tão calmo quanto a sua fala mãe.

— Meu filho, agora não adianta mais desespero, já aconteceu... aliás Junior, não era um casamento de fachada esse seu com a Bruna? — Minha mãe arqueou a sobrancelha me encarando.

— Sabe como é né mãe... — Cocei a nuca e sorri envergonhado. — Um homem e uma mulher dormindo juntos todos os dias.

M A N U E L A

Meu Deus, grávida de um homem casado, e pior, esse homem tem uma mídia encima dele, ou seja, já já minha cara está nas machetes como destruidora de casamentos.

— Vamos, o médico te liberou. — Daniel entrou no quarto do hospital.

— Minha mãe tá falando pra ir lá pra casa. — Rafa falou.

— Meu Deus Rafaella, você contou? — Olhei rápido pra ela.

— Contei ué, precisava contar pra alguém .. e você ia esconder? Barriga cresce. — Ela falava.

— Rafa, a boca descontrolada. — Guga brincou me levando apesar da situação a também rir.

— Como eu vou contar ao Junior? — Eu falei chorosa.

J U N I O R

Minha mãe falou que a Manu esta vindo pra cá, mas segundo ela, a Rafa pediu que não constasse a mim, que deixasse a Manu me contar, então terei que disfarçar.

Subi para a sala de jogos e coloquei o computador para ligar.

Caralho, eu tô muito fudido.

As duas grávidas de uma só vez, sem nem o que vou fazer, ou eu conto de uma para a outra. Ou...

M A N U E L A

Rafaella havia dito que seu irmão não estava por lá e eu não confiei tanto assim, mas acabei aceitando ir.

Guga e Rafa conversavam sem parar, Dani me olhava e por vezes até negava.

Meu coração parecia que iria sair pela boca, como eu iria contar ao Júnior sem ele pensar que eu planejei tudo isso?

Nunca faria isso, em hiptese alguma e além do mas um bebê não estava dentro dos meus planos, não para agora.

Suspirei pesadamente e a Rafa estacionou o carro. Saí do carro olhando aquela mansão e senti um arrepio por todo o corpo, fazendo meus olhos voltarem a encher de lágrimas.

— Filha!

Corri para o abraço da Tia Nadine e foi ai mesmo que chorei.

— Agora não adianta chorar pelo leite derramado, literalmente, né more? — Guga fez graça e a Tia Ná riu.

— Tia, vo-você acredita em mim? Eu não...não... planejei isso. — digo entre os meus soluços e ela assente me fazendo sentar no sofá.

— Eu acredito meu amor, mas que foi uma inresponsabilidade de vocês dois, foi. Mas isso não importa agora.

— Ai mãe, já pensou? Uma menininha feita a Manu. — Rafa suspirava toda-toda e acabamos dando risada.

— Seria uma coisa linda, já que teu irmão é feio horrores. — Dani implicou e a Rafa apontou a língua.

— Feio aonde? Um homão desses. — Guga deu risada e eu neguei, sequei meu rosto.

— Quer uma água? Você estar muito nervosa, pode fazer mal para o bebê.
— assenti para a Tia Nadine e a mesma me puxou para a cozinha, deixando os três que não paravam de falar.

— Ahn, tia... como que eu vou contar isso para o Juninho? — bebi minha água e nos sentamos na mesa.

Me contar o que? — dei um pulo quando ouvi a voz dele e quase quis correr dali, mas era tarde demais.

Tia Nadine nem expressou nada e creio eu que ele já estava aqui antes mesmo de virmos para cá.

Eu vou matar a Rafaella.

— Vão lá para o escritório, eu vou ficar na sala com as crianças. — Tia Na dizia e eu não conseguia tirar meus olhos do Neymar que olhava para a mãe e depois me encarou.

Neguei nervosa e me levantei, o seguindo e logo entramos no escritório.

— O que você fez Manuela?

Ok, eu conto? Ou invento uma mentirinha?

Não, eu tenho que contar e vou contar.

— Eu tô grávida, Júnior.

— Que? — ele cruzou os braços e se apoiou na mesa enorme, me sentei no djavan e respirei fundo, tentando prender meu choro.

— Eu estou grávida e não fiz de propósito, eu juro. Caralho, me desculpa.

— Você é maluca?

— Me desculpa porra, eu não tenho culpa, quer dizer tenho. Mas eu não planejei isso, cara!

— Manuela...

Porra, Neymar. Você acha mesmo que eu queria engravidar de um cara que sou amante. Qual foi? Olha pra minha cara?

— Manuela, calma. Para de gritar.

Puta que pariu, o que eu fiz da minha vida. — deixei meu choro cair e abaixei meu rosto entre as mãos, com os cotuvelos apoiados nos joelhos.

— Para de ser reclamona, garota. — a voz dele tava mas perto e logo sua mão pousou na minha cabeça, mexendo nos meus fios de cabelo. — Ei, Manu! Para de chorar.

— Claro não é você quem engravidou do cara que é amante. — bufo com raiva e seco o rosto.

— Mas eu sou o cara que engravidou a amante. — ele fez graça e eu soquei sua perna. — Ai, merda.

— Neymar, o que a gente vai fazer cara? — tomei coragem e o encarei.

— Ah, sei lá porra. Deixa o moleque vim. — arqueei minhas sobrancelhas e ele deu risada.

— Tô morrendo de rir, more. Por dentro. — forcei um sorriso, sem mostrar os dentes e revirei os olhos. — Não vai ser moleque, se for menino meu filho vai ser um príncipe. — Resmunguei chorosa e senti ele segurar minha mão me fazendo levantar.

Levante e encarei o Junior, ele sorria, em meio ao nosso caos ele sorria, e eu não pude fazer nada a não ser devolver esse sorriso.

— Essa criança foi feita só de amor Manu. — Ele falou me olhando e eu sorri ainda mais, senti ele descer as mãos até minha barriga e suspirei.

Sentimento Louco 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora