não venha me procurar

2.2K 106 18
                                    

J Ú N I O R.

— Eu quero me casar com ela. — eu falei por fim já ficando incomodado com toda aquela situação que a mãe da Manuela estava nos fazendo passar e também eu não estava blefando.

— Me poupe de suas asneiras, garoto! — ela respondeu com ar de deboche e eu respirei fundo.

— Quer a senhora queira bem a mim ou não, eu não me importo. O que é válido pra mim é o sentimento que eu tenho pela Manu e ela por mim. — eu já estava me alterando e a Manu me olhava com os olhos arregalados talvez surpresa por meu posicionamento.

— Olhe aqui, garoto... você não serve para casar com minha filha e nem nunca vai servir ainda mais agora que você não passa de um homem desquitado! — ela me apontou o dedo e eu passei a mão por meu rosto.

— Meu antigo casamento já estava arruínado há anos, claro que isso não é de sua conta, mas me sinto obrigado a informar.

— Junior! — Manu tentou intervir mas a mãe a cortou outra vez.

— Isso não me diz respeito, querido. Você não vai se casar com minha filha!

— Calma aí, a vida é de quem? — Manuela se alterou e levantou começando a embalar a Vallen em seu colo. — Você se refere á mim como se eu ainda fosse uma criança, mamãe.

— E não é? Se tivesse o mínimo de juízo não teria se deitado com um homem casado! — quase gritou mas se conteve e voltou a me olhar. — Desista querido, Manuela já está de casamento marcado.

— Puta que pariu, era só o que me faltava! Você está ficando louca? — Manuela gritou e eu tomei a Tininha de seu colo. — Caralho, qual o teu problema?

— Me respeite, Manuela!

— Fica dificil respeitar e ter paciencia com uma senhora igual á você. — palpitei e a Manuela estava nervosa andando pelo escritório.

— Você irá ser bem mais feliz com o Henri, minha filha. Ele é o sobrinho mais velho do André, ele é muito bem sucedido e irá a tratar da forma que merece. — ela completou e me encarou de canto de olhos. — Arrume suas coisas, você vai voltar hoje mesmo comigo!

— Olha, sinceramente... acabei de crer que você tem muita coragem mesmo, de verdade. — Manuela debochou e eu segurei o riso, pois sabia que ela tava a ponto de soltar um "porque noção não tem" — Que caralhos você tem na mente? Me diz? Eu tive complicações em meu parto, não tem dois dias que cheguei do hospital e você acha mesmo que eu vou ir atrás de você feito uma cadelinha?

— Manuela...

— Manuela um caralho, mãe. — suspirou e eu olhei minha filha que dormia serenamente em meu colo, beijei sua mãozinha e encarei a minha mulher que estava entalada com um choro preso. — A verdade sabe qual é? Você só se importa com você mesma e a sua imagem para a família daquele velho babão que você arrumou.

— Manu, minha filha... esse menino aqui não pode se casar com você mais!

— As coisas são bem modernas hoje em dia dona Lisa, já ouviu falar em divórcio e outros casamentos após isso?

— Cale a boca, Neymar... por culpa tua minha filha está nessa situação.

— Não mãe, estou porque eu quero! Eu fiz as minhas escolhas, eu! — Manuela interviu e eu só fiquei quieto na minha. — Junior nunca me obrigou a nada e tudo o que aconteceu é por consequencias nossas e se fosse pra passar por tudo de novo e ter a nossa filha, eu faria mil vezes!

— Você está se deixando enganar, filha... Me ouve, eu quero o seu bem.

— É uma pena, pois o bem que você oferece, eu posso conquistar muito mais ao lado do homem que eu amo e não com um carinha pau no cu que morava ainda com os pais no auge dos quarenta. — Manuela cuspiu as palavras e a mãe dela negou. — Se você veio até Barcelona para prestar esse papel ridiculo, achando que faria a minha cabeça... pode dá meia volta e decolar de volta para o Rio de Janeiro.

Manuela estava sendo seca, sem expressar nada nem mesmo em gestos ou em seu rosto. Só fez secar com raiva as lagrimas que haviam escorrido, a mãe dela estava com a bolsa agarrada em seu próprio corpo, olhou para a Vallentina por alguns segundos e suspirou.

— Quando se arrepender de ter feito isso tudo por esse homem, não venha me procurar para se lamentar.

M A N U E L A

— Pode deixar!

Respondi com firmeza e ela me olhou um tanto decepcionada, foi só ela sair do escritório para que eu desabasse. Segurei tanto o choro que agora eu soluçava. Senti um abraço me acolher com cuidado e eu aprofundei meu rosto entre as mãos que apoiei no peitoral do Junior.

— Shi... fica calma pô, ela só estava nervosa, essa situação não é comum pra ela. — ele dizia enquanto acariciava meus cabelos e eu nem consegui responder. — Vai ficar tudo bem, Manu... relaxa.

— Nã-nã-não vai! — eu formulei apenas isso entre os soluços e senti ele beijando o topo de minha cabeça.

— Se acalma...shiii... calma.

Ainda demorei alguns minutos até me controlar e parar de chorar tanto, me soltei do abraço do Junior e me sentei no sofá ficando próxima da Vallentina que dormia no carrinho.

— Ela só deve está precisando de um tempo, Manuela.

— Não Júnior, a minha mãe é exatamente isso que você viu... ela só se importa com a própria imagem, ela estando bem vista aos olhos de outros... tá tudo ótimo!

Ele resmungou como se concordasse e eu continuei quietinha na minha, depois de todo esse circo armado, o que menos quero agora é ficar falando sobre tudo isso...

Junior pareceu perceber, beijou meu rosto e se levantou e logo saiu do escritório, me deixando só com a minha mente que rodava a milhões por segundo.

nossa mas essa sogra do neymar
viu
ô velhaaaa

Sentimento Louco 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora