papinho

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Cheguei ao Rio de Janeiro e senti minha pressão quase ir ao chão de tão quente que estava esse lugar, já havia me esquecido. Porém amo muito e serei obrigada a pegar uma prainha da reserva bem leve. Fiz o checkout e fui para a esteira esperando minha mala aparecer, peguei as duas e ajeitei a que estava em meu ombro. Tentei sair dali mas como sou eu né, quase levei um boy junto.

— Misericórdia, foi mal mesmo. Tô meio enrolada, desculpa. — sai falando depressa e parei para olhar o mesmo que ria descaradamente do meu desespero.

— Calma loira, tá tranquilo. — eu tinha a leve impressão que o conhecia de algum lugar e ele pareceu também me encarar da mesma forma. — Estranho...

— É... é. — olhei por teu rosto e com certeza estava parecendo uma retardada encarando ele daquele jeito. — Gabriel da Tia Dalvinha?

— Pô, mas não tô lembrando de você não. — ele deu um sorrisinho e eu balancei minhas pernas alternando meu peso entre elas, o olhei pegar uma mala pequena.

Ele estava com um boné bem enfiado no rosto e um oculos escuro, uma roupa bem basiquinha e pelo o que me lembro ele já havia estourado no santos quando minha mãe se tornou amiguinha da mãe dele.

— Manuella.

— Manuella... do Fernando?

— Na verdade sou da minha mãe  né, ele só se casou com ela. — nos já estavamos mais distânte da esteira e eu aproveitei para me sentar. — Eaí? E o futebol?

— Tranquilo, tô jogando no Flamengo. Muita loucura, cheguei recentemente e ainda não tô muito adaptado. — ele falava e eu encarava meu telefone, mandando mil mensagens para minha mãe que já deveria ter aparecido. — E você? Esquecida aqui?

— Pelo jeito sim... minha mãe sempre se enrola, é foda. Mas enfim, eu tô em barcelona, moro lá.

— Ahn, maneiro. — tinha uns seguranças a bem pouco metros de nos dois e eu estava um pouco incomodada que talvez isso até rendesse alguma foto nesses igs de fofoca e o que menos quero é boato com meu nome. — Quer uma carona? Tua mãe tá morando no mesmo condomínio que a minha família.

— Nossa, nossa. Serei vizinha do Gabriel Barbosa.

— Gabigol pô, me respeita.

— Ih gente, isso tudo é modestia fixa de jogadores? — cruzei meus braços e ele olhou fixo para minha barriga que havia ficado marcada. — Aham, tô prenha.

— Que prenha o que menina?! Bora, te deixo no prédio da tua mãe ou então fica ai esperando ela brotar de sei lá onde ela esteja.

— Sem papinho de jogador garanhão para cima de mim? — arqueei minhas sobrancelhas ele riu assentindo.

— Parece até que eu iria te devorar em menos de vinte minutos, Manuela.

— Hm, sei.

Ele puxou uma de minhas malas e fomos andando com os armários dos seguranças dele atrás de nos. Claro que ele não passou tão despercebido assim, parou para tirar algumas fotos e eu fiz o máximo para que ninguém notasse que eu estava junto á ele.

Ele me deixou em frente a mansão do atual marido de minha mãe, pois é, ela se divorciou do meu pai quando eu ainda era um bebê e faz mais ou menos uns três anos que eu não vejo mais.

Ele se casou teve um filho que é o Lucas, que hoje tem 6 anos mas há muitos anos não tem contato com nenhum deles.

Sinto falta? sinto mas.... não faz tanta diferença assim já que desde que ele se  separou da minha mãe, ele nunca conviveu tão próximo comigo da mesma forma que eu convivi com minha mãe, obviamente por eu morar com ela. Mas enfim...

— Ah, Manu! Desculpe filha, eu tive que resolver tanta coisa agora de manhã e me atrasei. — ela sorriu solidária e me deu passagem para entrar na sala da casa.

— Tudo bem, dona Alice. Eu já imaginava você sempre tá ocupada não é?

— Não fala assim, Manuela. Você sabe que eu tô sempre ajudando o Fernando, aí já viu né? Como você veio?

Dei de ombros e me joguei no sofá, tirei minha sapatilha e coloquei os pés em cima da mesa de centro ela me encarou feio mas eu acabei dando uma risadinha, soltei um suspiro e resolvi responder.

— Eu vim com Gabriel, você acredita encontrei ele no aeroporto? Ta bem diferente né?! Nem o reconheci.

— Ficou um gatão né? Esses dias mesmo a Dalvinha perguntou por você.

Murmurei e ela começou a falar de tanta coisa que mal prestei atenção, tava era com fome.

Sentimento Louco 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora