surtada

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B R U N A.

Júnior havia ficado esquisito depois daquela falação sobre a biscatezinha e resolveu que tinhamos que ir embora, fiz ele passar por um drive-tour de um restaurante brasileiro alegando que eu estava desejando um bobó de camarão e ele foi sem reclamar, compramos e pegamos o caminho de casa. Mal sairmos do carro e ele nem quis comer junto comigo, subiu batendo pé para o nosso quarto e qualquer um pode afirmar com todas as letras o quanto ele está irritado. Dei de ombros e fui para a cozinha, comi até me empanturrar e deixar a barriga bem estufadinha. Lavei meu prato e talheres, bebi um suco de laranja e deixei o copo no balcão. Havia comido tanto que até me sentia um tanto pesada, olhei o eclã do meu telefone acender indicando uma mensagem do meu queridissimo ex amante e exclui a notificação.

— Você não vai atrás dela, não, né Juninho? — escutei a voz do Gilmar vindo de dentro do meu quarto e do Júnior e quando me aproximei mais vi que os dois estavam em uma chamada de video.

— Pô, caralho Cebola... Dificil é não pensar em não ir! Ela tá me enlouquecendo.

— Moió então irmãozinho. — escutei a risada baixa do Gil e entrei devagar no quarto, vendo que o Júnior estava dentro do closet.

— Qual foi, Gil?

— Pô, abre aquele Ig lá de fofoca, arroba alfinetei. Flw, irmão, boa sorte porque agora mesmo que você pira.

Eu me enfiei correndo no banheiro, tranquei a porta e tratei de abrir o tal instagram e lá havia uma foto meio embassada porém dava para notar que era o Gabriel Barbosa aos beijos com a Manuela. Ri discretamente e quase que curti a foto, em impulso. Lavei meu rosto e saí do banheiro, encontrando o Júnior sentado na cama falando meia dúzia de palavrões e com os olhos no celular.

— O que houve, Júnior? —  fiz a sonsa e ele pareceu se assustar, bloqueou o telefone com pressa e enfiou no bolso da calça.

— Na..na..nada não, só umas coisas que li, não importa, vem aqui. — ele fez um gesto para que eu me sentasse na cama e eu já esperava pela bomba.

— Você tá muito esquisitinho para algo bobo, né?

— Pô... sei lá Bruna, depois passa.—  ele passou a mão pelos cabelos encaracolados e eu assenti. — Vou ter que sair, qualquer parada me liga, falou?

— Ok. — dei de ombros e ele não disse mais nenhuma palavrinha sequer nem mesmo para dizer onde ia, o que já era de se esperar que ele fosse atrás do Gil para ajudar ele com a Manuela. Mas se ele pensa que vai ir para o rio de janeiro com tamanha facilidade, está muito enganado.

Digitei o número do Doutor Loius e esperei que me atendesse, vamos ver quem vai ganhar esse joguinho.

no dia seguinte, 9h28. Rio de Janeiro.

M A N U E L L A

Aqui estou eu no calor infernal do Rio de Janeiro, preciso voltar pra Paris urgente, esse calor vai me matar.

— De quem é esse número? — Perguntei a mim mesma quando vi um número com o código de chamada de Paris.

*LIGAÇÃO*

— Alô? Quem é?— Perguntei passando a mão na minha barriga. — Quem é? Mas que caralho, não vai responder vou desligar esta merda.

— Oi biscate, não está reconhecendo minha voz? — Ouvi a gargalhada da Bruna no fundo.

— Não, se fosse a do seu marido eu reconheceria. — Respondi a altura.

Ah, vai tomar no cu Bruna.

— Você é tão baixa Manuella, não sei como o Junior pensou em me trocar por você.

— Aí Bruna, me erra vai, fica com seu homem aí, não quero nada com ele não, a única coisa de bom que ele me deu foi a minha filha.

— Claro que você não quer mais nada com ele, já está na cola de outro jogador né? Gabriel Barbosa, rápida você...

— Bruna minha filha, o que você quer comigo hein? Isso é o que uma paixão reprimida por minha pessoa? Aff, hein... — Falei entediada, nem eu mesma entendia porque ainda não tinha batido na cara dela a ligação. — Você tem que dá graças a Deus que eu não to querendo disputar o Junior com você, você sabe que iria perder...

— Júnior estava louco Manuella, normal de todo relacionamento o que ele fez, coisa boba... não vou perder meu marido pra um casinho com uma vagabunda é nem por causa de uma bastardinha...

— Já te falei pra você não falar da minha filha. Tá ficando maluca, porra!? — Falei alto com ela, me ajeitando na cama, já falei que ela pode me falar o que for, mas não ouse tocar no assunto Valentina.

— Só quero da um recado a você, você deixa meu marido em paz, fica por aí mesmo no Brasil, pega esse jogador pra você e some Manuella, ou você vai comprar um briga grande que eu tenho certeza que você não vai aguentar as consequências.

— Você tá me ameaçando? — Enfrentei ela, mesmo que por telefone.

— Só estou lhe dando um recado, entenda como quiser.

— Aí Bruna, não tira minha paz, na moral...

— Não estou tirando, só estou lhe dando um recado queridinha, vou desligar porque essa ligação não está me fazendo bem e qualquer coisa que acontecer comigo a culpa é sua.

— Meu Deus, como você é surtada, eu to na minha paz, você que me ligou sua louca.

Bruna falou isso e logo desligou a ligação, respirei fundo, ela tirou minha paz realmente.

— Mulher perturbada! — Falei levantando da cama e logo depois mandando uma mensagem pra Rafaella contando tudo que tinha acontecido.

J Ú N I O R 
— Você já viu no igs de fofoca a sua amiguinha com a minha filha na barriga aos beijos com aquele jogadorzinho brasileiro? — Perguntei a Rafaella que estava sentada no sofá ao lado do Gil.

— Vi e shippei! — Rafaella respondeu debochada, levantando do sofá e saindo pra varanda, parecia está em alguma ligação.

— Calma major, calma ... — Gil falava rindo.

— Tu viu o quanto ela foi rápida? — Falei sentando no sofá e suspirando de ódio.

Vi a Rafaella entrando em casa novamente.

— Bruna ligou pra Manu, e a Manu tá lá toda nervosa falando que rolou ameaça e tudo ..

— Meu Deus, essas mulheres estão loucas. — Balancei a cabeça negando.

— A culpa é toda sua que não controla o pau que tem. — Rafaella falou revoltada.

Eu iria responder a ela, mas o meu celular tocou.

*Ligação*
— Sr. Neymar? — Uma mulher falava comigo.

— Sim, ele. — Falei sem entender.

— A sua esposa acabou de da entrada aqui no hospital com um forte sangramento, peço que o senhor compareça com urgência.

*Fim da ligacao*

— Meu Deus, Bruna deu entrada no hospital com sangramento. — Levantei rápido recolhendo minhas chaves.

— Calma, calma, eu vou com você. — Gil levantou junto.

eai, caralho que calor dusinfernu.

Sentimento Louco 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora