eu deveria me lembrar?

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duas semanas depois...

M A N U.
Despertei sentido uma pressão em meu peito, meus olhos arderam com a luz forte que caiu sobre eles assim que os abri, precisei piscar algumas vezes, tentei levar a mão para coçar os olhos e senti um peso nela, encarei meu tronco e eu estava cheia de fios e a minha volta alguns aparelhos ecoavam bipis repetidas vezes.

Uma mulher de estatuta mediana cobriu meu campo de visão e eu me assustei. — Meu amor, que bom que você acordou filha.

— Quem é você? Qual o seu nome?

— Manuela? — ela questionou confusa e estava chorando culposamente. — Manu, sou eu filha, a mamãe.

— Não... eu não te conheço e não sei como você sabe o meu nome. Me deixa em paz, sai daqui. — eu entrei em desespero e ela tentava me segurar para que eu me aquietasse na cama. — Gab? CADÊ O GABRIEL! GABRIEL!

Gritei e minha garganta se rasgava de tão seca.

— Calma, calma... você não pode se estressar assim, filha.. — ela voltou a me chamar de novo assim e eu tentei recuar de seus toques em meu rosto e braços. — Olhe, eu o chamo. Mas prometa que vai ficar quietinha.

— Eu...eu... tudo bem. — concordei e ela selou rapidamente minha testa, saiu do quarto quase soluçando de chorar e eu estava completamente confusa e perdida.

Como eu havia parado ali?
Eu estava tranquila em uma loja de bebês e conversava tagaleramente com a Gab em ligação. Ele ria de mim e me chamava de louca por está gravida.

— O meu bebê... — olhei minha barriga por de baixo dos edredons, ela ainda era bem pequena e isso não me trazia conforto algum. Não tinha como eu saber que se eu ainda... — Meu deus...

— Amor, eu sinto muito. — escutei uma voz rouca me despertando de meus pensamentos e encarei o dono dela. Ele tinha incrivel olhos esverdeados e uma barba perfeitamente alinhada com seus rosto, ao redor dos olhos estava bem vermelhos e inchados, mas nada que tirasse um beleza incomum dali... mesmo parecendo triste, perdido. — Você estava de seis semanas amor, mas infelizmente nos perdemos o nosso bebê.

Eu estava em estado de choque.
Quem era ele? E porque ele me chamava assim e se dizia ser o pai do meu bebê, do meu filho!

Eu só queria que ele soltasse minha mão, mas ele foi mas longe e tentou beijar minha boca, eu virei meu rosto com pressa e ele me olhou confuso. — Manu? Você tá sentindo algo? Tá com dor?

— Como você me conhece? ... co-co-mo. — ele ficou ainda mais perdido e já tinha um choro escorrendo dos olhos.

— Amor, sou eu... Juninho.

— Eu não conheço nenhum Junior! Eu não te conheço e nem quero você achando que pode me chamar desse jeito.

— Manu...

— Sai daqui Junior ou sei lá quem você é, SAI DAQUI! — se eu pudesse teria como esperniar para que ele saísse dali, mas eu já estava cansada, meus seios doíam demais e eu mal havia entendi o porque vim parar aqui e ainda acordei com essa bomba.

Eu havia perdido o meu bebê. Meu pequeno bebêzinho que eu mal me lembrava de ter comemorado sua gestação.
Eu virei meu rosto na direção contrária da qual o tal moreno estava e chorei tanto que quase soluçava, ele saiu do quarto um tempo depois e eu suspirei aliviada.

G A B R I E L.
O Neymar saiu desolado de dentro do quarto e só apontou com a cabeça para que eu entrasse e foi saindo do campo de visão de todos ali, pelo pouco que a tia Lisa conseguiu nos explicar a Mani estava bem confusa e nem mesmo tinha a reconhecido. Eu respirei fundo e selei a Rafa, me preparei para entrar no quarto e assim que abri a porta vi a Manu encolhida na cama e chorando um tanto alto. Meu coração deu uma apertada do caralho e eu só pensei em proteger ela e a tirar de todo esse sofrimento.

Me ajeitei no espaço vago da cama e a puxei para que se aninhasse em meu peito, deixei que ela chorasse tudo o que precisava e fiquei quieto, enrolando seus fios loiros em meus dedos até que ela se acalmasse e parecesse relaxar me dando liberdade para falar com ela. — Tem quase três semanas desde o seu acidente, Manu... em todo esse tempo você ficou em coma e mal dava sinais de volta.

— Gab, eu perdi o meu bebê. Porque? Porque isso tinha que acontecer comigo, Gab? — choramingou e eu a abracei mais contra meu corpo.

— Amor, eu não sei... ninguém sabe os nossos planos além de Deus e infelizmente ele achou melhor que o bebê não chegasse a vir ao mundo. — comentei baixo e ela estava quietinha e pensativa. — Você está sentindo algo?

— Eu não me lembro daquelas pessoas. Eu não me lembro daquela mulher que ficou quase saltitando quando eu acordei e me chamou de filha. Eu não me lembro desse cara que estava aqui me chamando de amor e falava sobre o meu bebê.

— Manu, ela é sua mãe e o Junior é seu namorado, pai do bebê... e da Tininha. — ela levantou o rosto e me olhava com as sobrancelhas enrrugadas. — Você se lembra quem é a Valentina?

— Eu deveria me lembrar?

Meu Deus... — eu murmurei baixo e ela voltou a deitar o rosto em meu peitoral.

Definitivamente, vai ser bem mais complicado do que eu imaginava.

— Quem é essa menina, Gabriel?

— Ela é sua filha... sua e do Júnior. — eu murmurei e ela negou. — Ela tem dois meses, Manuela. Ela é filha de vocês dois e uma menininha linda. — ela negava desesperamente e aquilo estava me despedaçado por dentro.

— Eu não tenho filha alguma, Gabriel! O único que iria ter... o perdi.

— Você quer ver uma foto dela? — perguntei já desbloqueando meu telefone, abri na galeria e cliquei no albúm que eu apelidei de "Tininha 🥰". — Arraste para o lado e veja tudo o que quiser.

Deixei o telefone em sua mão e ela ficou encarando reciosa, ainda pensou bastante antes de clica em uma das vinte fotos que haviam no albúm. Ela encarava cada uma por longos minutos, parecia gravar cada detalhe ou até mesmo recordar sobre algo.

— Me desculpe... eu não a conheço.

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os votos sempre são superiores aos comentários, vamos comentar galerxxs?
beijos!

Sentimento Louco 》 NJROnde histórias criam vida. Descubra agora